Tuany faleceu em 2013, em Laurentino (Foto: Arquivo pessoal)
Tuany morreu em 2013, ao se engasgar com um pedaço de maçã na creche que frequentava. À época, a repercussão do caso foi grande e foram promovidos cursos para orientar professores a lidar com esse tipo de situação.
Angelita explica que o livro conta a história da perda de uma filha, mas não é só para quem já passou por isso. A obra fala de perseverança e fé em todos os sentidos.
Processo de escrita
A mulher, que atua como professora, conta que logo depois da morte de Tuany começou a escrever para si mesma, como uma forma de desabafo, de externalizar os sentimentos. Ela guardou tudo o que produziu.
Desde então manteve o hábito de voltar aos papéis em alguns momentos, e quando percebeu tinha o esqueleto do livro em mãos, com o nome, que não mudou, e os títulos de capítulos prontos.
No começo de 2021, ela teve certeza que queria transformar a história em uma obra e começou o processo de escrita do conteúdo.
No livro, a história inicia no momento em que Angelita descobriu estar grávida. São sete capítulos, em que ela relata como era Tuany, o dia do falecimento da filha, como ela e o marido lidaram com a situação, o desespero e os questionamentos que surgiram e a superação do dia a dia.
— Esse livro não é só meu, tem algo a mais, algo especial que me ajudou e me iluminou para que eu escrevesse — afirma.
Lançamento da obra
O lançamento do livro, no último dia 23, é descrito pela professora como um dia de "iluminação, energias positivas e paz muito grande". Ela conta que quem estava presente se emocionou e apoiou o projeto.
Como uma forma de dar um novo significado à fruta causadora do engasgo, foram entregues maçãs do amor para as primeiras 100 pessoas que adquiriram um exemplar. O evento ainda teve coquetel e apresentações musicais.
Angelita conta que havia mandado fazer uma tiragem de 500 livros, e já foram todos vendidos. Uma nova remessa deve chegar na próxima terça-feira (8).
Angelita também é mãe de Tayla, que está com seis anos. Ela conta que enfrentou o medo que sentia e engravidou dois anos após a morte de Tuany.
Para os pais que estão passando por um momento de perda, Angelita aconselha a não desistir.
— Não percam a fé. Nada é por acaso, nós somos seres muito pequenos ainda para entender o porquê. Eu acredito que deve ter um motivo para ter acontecido de perdermos um filho, mas que hoje, na condição de ser humano, ainda não temos esse entendimento. Eu acredito e confio muito em Deus, para que ele nos dê força. Que esses pais levantem, tenham coragem, tentem colocar um sorriso no rosto, porque é muito difícil, a gente acha que não tem mais o direito nem de sorrir. Que não desistam, porque se estamos aqui ainda é porque a nossa missão não terminou — aconselha.
A professora conta que gostou do mundo da escrita, e que tem sentido vontade de continuar. É possível que mais obras sejam publicadas nos próximos capítulos dessa história de vida real.
— A vida me trouxe esse desafio e eu aceitei. No começo eu não me achava capaz, mas deu certo — comemora.