A baixa adesão à vacinação infantil pode trazer de volta doenças consideradas erradicadas, como a poliomielite, que provoca paralisia. Segundo dados do DataSus, do Ministério da Saúde, divulgados pelo G1, a cobertura vacinal contra a pólio no Brasil caiu de 96,55% em 2012 para 67,71% em 2021, levando em conta as três doses que são dadas ainda nos primeiros meses de vida.
Um surto de pólio no Malawi, na África, serve de alerta para os países onde a cobertura contra a doença vem ficando curta. No dia 17 de fevereiro, autoridades sanitárias notificaram o primeiro caso selvagem de poliomielite em mais de cinco anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que, enquanto houver um caso da doença em um país, o resto do mundo está sob risco.
Um reflexo, segundo ele, dos movimentos antivacina.
— É uma situação crítica. Coqueluche, sarampo, pneumonia. São diversas vacinas que têm tido uma queda na cobertura vacinal, e um dos grandes responsáveis por isso é o movimento antivacina. Inclusive, na Europa, onde o movimento antivacina é maior do que no Brasil, houve um boom de casos de sarampo — observa o médico.
No Rio Grande do Sul, uma pesquisa realizada em 2019 pelo governo do Estado buscou compreender a baixa adesão à vacinação de crianças. Entre os motivos citados pelos responsáveis, o principal foi a desinformação ou até descaso (59%), como medo de efeitos colaterais, a descrença nas vacinas e até o fato de não haver surto das doenças. Em seguida, as razões citadas foram problemas envolvendo a saúde das crianças (31%) e problemas envolvendo as unidades básicas de saúde (30%).
— Muitas vezes, as pessoas têm a falsa sensação de segurança, porque não se fala mais de algumas doenças. Mas essas doenças foram justamente controladas pelas vacinas — diz Otsuka.
Confira o calendário da vacinação para crianças atendidas pelo SUS:
Febre amarela (1ª dose)
12 meses
Tríplice viral (1ª dose)
Pneumocócica 10 (reforço)
Meningocócica C (reforço)
Tríplice bacteriana (DTP) (1º reforço)
Poliomielite oral (VOP) (1° reforço)
Tríplice viral (segunda dose)
Varicela (1ª dose)
Hepatite A (dose única)
4 anos
Tríplice bacteriana (DTP) (2º reforço)
Poliomielite oral (VOP) (2º reforço)
Varicela (2ª dose)
Febre amarela (reforço)