Uma nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde no dia 11 de fevereiro indica que somente pessoas imunossuprimidas devem receber a quarta dose de reforço da vacina contra a Covid-19 no Brasil.

Para o órgão, não há entendimento e pesquisas científicas com dados suficientes que embasem a necessidade de outro reforço vacinal para a população brasileira sem imunossupressão acima dos 18 anos de idade.

A pasta analisou também o cenário epidemiológico atual do país para tomar a decisão. Entretanto, alguns Estados brasileiros estão indo contra a medida.

Ainda em fevereiro, no Mato Grosso do Sul, as vacinas já estavam sendo distribuídas e aplicadas em pessoas acima de 60 anos, puérperas e profissionais da saúde.

Já o Estado de São Paulo pretende aplicar os imunizantes a partir do dia 4 de abril, de acordo com informações apuradas pelo Estadão, em idosos com mais de 60 anos. A fim de receber o novo reforço, os moradores devem ter sido vacinados com a terceira dose ao menos quatro meses antes.

Mas e em Santa Catarina?

Segundo a SES (Secretaria de Estado da Saúde), o governo de Santa Catarina vai seguir o plano do governo nacional e manterá a aplicação da quarta dose apenas na população com imunossupressão, ou seja, aquelas que nascem com uma falha no sistema imunológico por causa de doenças congênitas, as chamadas de imunodeficiências primárias, ou com imunodeficiências secundárias, como pacientes com HIV, pessoas em tratamento de câncer ou quem passou por um transplante e necessita dos imunossupressores.

CEO da Pfizer defende 4° dose

Enquanto isso, o CEO da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla, disse, neste domingo (14), que a quarta dose da vacina contra o coronavírus será necessária. Para ele, a terceira dose é “muito boa” para evitar hospitalizações e mortes pela doença.

Entretanto, somente a primeira dose de reforço não é tão eficaz contra infecções após alguns meses, comentou Albert. As informações são do UOL, retiradas do programa Face the Nation, da CBS.

Ainda segundo o CEO, a farmacêutica vem trabalhando na produção de uma vacina que contenha anticorpos contra todas as variantes da Covid-19.

“E se conseguirmos isso, então acho que é muito fácil seguir e lembrar para que possamos voltar realmente ao modo de vida que costumávamos viver”, disse Bourla.

Vacinação em atraso

Em Santa Catarina, 43% das pessoas acima dos 50 anos estão com a dose de reforço contra a Covid-19 em atraso.

De acordo com o boletim da Necat (Núcleo de Estudos de Economia Catarinense) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), divulgado nesta segunda-feira (14), das mais de 2 milhões de pessoas com 50 anos ou mais, 872.332 que estavam dentro do prazo para aplicação da terceira dose não retornaram aos pontos de vacinação.

Dados atualizados em SC

Analisando o quadro das pessoas que completaram o ciclo vacinal primário, ou seja, que receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19 em Santa Catarina, o público na faixa etária entre 60 e 79 anos teve a maior adesão, com 103,7% de busca e aplicação.

Conforme o Vacinômetro, atualizado nesta segunda-feira (14), 77% da população catarinense recebeu a segunda dose. Desse número, 35,39% eram maiores de 18 anos que retornaram para a aplicação do reforço. Em relação ao público acima dos 60 anos, a taxa é de 69,92%.

Ainda de acordo com a aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19, 6,1 milhões de pessoas receberam, no mínimo, a primeira dose da vacina contra a Covid-19, ou seja, 84,54% da população geral de Santa Catarina.

Quando se trata da dose de reforço, apenas 1,1 milhão de catarinenses com mais de 50 anos receberam as três aplicações.