A morte recente da cantora Paulinha Abelha e a da enfermeira Mara Abreu após o uso de produtos e medicamentos na tentativa de perder peso fizeram a Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e a Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) emitirem, na quinta-feira (17), uma nota em que alertam sobre os perigos na busca de soluções heterodoxas para eliminar alguns quilos.
Paulinha Abelha fazia uso esporádico de diuréticos e chás. Mara tomou um chá de 50 ervas vendido na internet como emagrecedor. As duas, até então saudáveis, acabaram no hospital e não resistiram.
O texto ainda ressalta que a obesidade "é uma doença crônica, complexa, multifatorial, recidivante e progressiva, com prevalência elevada e crescente no mundo e no Brasil".
A busca por soluções milagrosas implica alto risco de complicações. Paulinha Abelha sofreu sérios danos nos rins, que evoluíram para o sistema nervoso. Mara Abreu teve problemas no fígado, chegou a passar por um transplante, mas seu corpo rejeitou o órgão.
Em entrevista recente ao R7, o vice-presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia da Sbem, Márcio Mancini, chamou atenção para o fato de a maior parte das pessoas com obesidade (IMC acima de 30) não conseguir emagrecer somente com dieta e exercícios físicos.
"A obesidade precisa ser tratada e encarada como doença. Antes de ter obesidade, você tem o aumento de peso das pessoas ainda em uma situação normal. Eu não vejo com maus olhos a preocupação de uma pessoa em voltar ao peso original quando ela aumentou de peso. A questão é fazer isso com responsabilidade", disse.
O programa Medicina e Saúde teve um de seus programas abordando sobre o uso de chás. Escute na integra abaixo;