Agricultura 4.0 - 21/03/2022 08:04

Drones vão ajudar a reduzir custos nas lavouras, prevê Faesc

O setor enfrenta o alto custo dos combustíveis e os efeitos negativos de secas nos últimos dois anos
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Os altos preços de agroquímicos, que são o principal obstáculo do setor agrícola e pesam no bolso dos consumidores, vão motivar maior uso de tecnologias para reduzir os custos de produção nas lavouras. Uma das tecnologias recentes para gastar menos é a realização de análise de solo com softwares embarcados em drones, que permitem identificar áreas que precisam de mais ou menos tratamentos.
O alto custo de produção das lavouras e da pecuária foi o principal tema da reunião da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc) com presidentes de sindicatos rurais de SC no Golden Hotel, em São José, na Grande Florianópolis. As lideranças pontuaram os obstáculos do presente, incluindo as dificuldades para o setor de carnes. Mas para o futuro, traçaram cenário promissor no país e exterior, com receitas bilionárias ao agro.
- Santa Catarina está vivendo a mesma situação dos produtores brasileiros e mundiais.  Fomos surpreendidos, nos dois últimos anos, com a disparada dos preços dos insumos agrícolas, dos fertilizantes. Os nossos custos mais do que duplicaram. Felizmente, os preços têm se sustentado, mas isso com um sacrifício muito grande da área consumidora porque os preços estão muito altos. Não sabemos até quando isso vai perdurar – afirmou José Zeferino Pedrozo, presidente da Faesc, no evento.
De acordo com Pedrozo, a queda na oferta mundial de agroquímicos começou em função de obstáculos para produção na pandemia e, agora, piorou com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Antes da Covid, o preço médio de fertilizantes e defensivos, no Brasil, estava em torno de R$ 100 por saca. Agora, supera R$ 300.
Além disso, o setor enfrenta o alto custo dos combustíveis e os efeitos negativos de secas nos últimos dois anos, que reduziram a oferta de sementes. Na opinião de Pedrozo, se a guerra acabar, os preços de fertilizantes e defensivos vão cair, mas gradualmente, até os mercados se acomodarem de novo.
Para as próximas safras de inverno e verão, que serão plantadas este ano, uma parte dos agricultores tem condições de usar a agricultura de precisão, também chamada de agricultura 4.0, afirmou o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri. Segundo ele, drones equipados com sistemas específicos identificam áreas de lavouras que precisam de defensivos e fertilizantes e as que não necessitam. Assim, o produtor pode usar menos e o plantio ficará mais barato.
Conforme Barbieri, as regiões com mais equipamentos para usar tecnologias avançadas em Santa Catarina são as de Campos Novos, Abelardo Luz e Campo Erê.
Outra preocupação do vice da Faesc é com a oferta de crédito para financiar o plantio. Observa que no ano passado, o custo para plantar um hectare de soja era de R$ 4 mil e, agora, está em torno de R$ 7 mil. As cooperativas de crédito terão um papel importante nesse financiamento, prevê Barbieri.

Exportações abaixo do esperado
A guerra Rússia-Ucrânia suspendeu as exportações de carnes catarinenses para os mercados daqueles países. Contudo, todos os embarques feitos chegaram aos destinos, informou Enori Barbieri. Com o anúncio da suspensão dos negócios, as empresas estão com estoques maiores e dificuldades para colocar o produto em outros mercados.
O Canadá abriu para a carne suína de SC, mas é um processo no começo, que demora meses. O que mais preocupa o setor é que a China está pagando 50% menos para a carne suína desde o ano passado. O país, que adquire cerca de 40% das exportações do produto feitas pelo Brasil, está aproveitando o poder de compra para baixar preços, o que prejudica o setor, inibindo a produção. 
É por esses motivos que os preços de carne suína e de frango seguem estáveis ou até em queda no mercado nacional. Isso apesar de os custos de produção estarem altos devido aos elevados preços do milho e soja, que compõem a ração, e também devido aos combustíveis que encarecem a produção e o transporte.
No mercado catarinense, o preço ao produtor de suíno não está cobrindo os custos. Em alguns casos, cobre apenas pouco mais de 50% dos custos. Como acontece nessa situação, para equilibrar a oferta, pecuaristas começam a reduzir gradativamente a produção.

Fonte: Estela Benetti/ DC
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