ATENÇÃO - 24/03/2022 15:40

Dengue: tire dúvidas sobre sintomas, prevenção, contágio e testes

Doença é mais comum em períodos com chuva e calor intenso, que permitem proliferação do mosquito transmissor
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A alta no número de casos de dengue é comum em períodos de chuva e calor intenso, por permitir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Em Santa Catarina, isso ocorre no início de cada ano, o que deixa o Estado em alerta e com municípios em situação de epidemia — quando são registrados ao menos 300 casos da doença a cada 100 mil habitantes, segundo classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Abaixo, tire dúvidas sobre a dengue.
•O que é a dengue?
É uma doença infecciosa causada por um arbovírus de nome semelhante, o Dengue virus (DENV), que tem quatro versões identificadas, chamados também de sorotipos.

•Como a dengue é transmitida?
A transmissão ocorre somente pela picada de uma fêmea do mosquito Aedes aegypti que carregue um dos quatro sorotipos do vírus da dengue. Ela também pode transmitir a zika e chikungunya.
Não há transmissão da dengue pelo contato com uma pessoa que esteja doente nem com objetos, fontes de água ou alimentos.

•Como identifico o mosquito transmissor?
O Aedes aegypti é marrom escuro, com manchas brancas bem características no tronco e nas patas. Ele é menor do que mosquitos comuns e faz pouco ruído.
Além disso, tem hábitos diurnos, como a alimentação. Para maturar os ovos que vão gerar novos mosquitos, as fêmeas precisam consumir sangue humano — é quando transmitem o vírus da dengue.
Quais são os sintomas da dengue?
Os principais sintomas são febre alta (de 39° a 40º), náusea e dores, que podem ser de cabeça (cefaleia), musculares (mialgia), nas articulações (artralgias) e no fundo dos olhos (retro-orbital).
O quadro mais grave da doença, conhecido como febre hemorrágica da dengue (FHD) e dengue hemorrágica, inclui também sangramentos — na boca, no nariz, nos olhos, nos ouvidos e/ou no intestino —, manchas vermelhas na pele, dor abdominal intensa, vômitos persistentes e queda da pressão arterial, o que também é chamado de choque e pode ser fatal.
É importante procurar orientação médica em ambos os casos, em especial no segundo, que exige atenção imediata quando houver surgimento de qualquer um dos sintomas graves.

•Quando surgem e quanto tempo duram os sintomas da doença?
Os sintomas podem aparecer de três a 15 dias após a picada pelo mosquito — em média, entre o quinto e o sexto dia — e costumam durar de cinco a sete dias. No caso da FHD, o choque ocorre entre o terceiro e sétimo dia, precedido já de sinais de alerta.

•O que pode levar ao quadro mais grave da dengue?
Ainda não está claro quais características de um paciente podem torná-lo mais suscetível a isso, mas já se sabe ao menos que todos os quatro subtipos do vírus podem causar a versão mais grave da doença.
Autoridades de saúde também já entendem que é mais comum a febre hemorrágica da dengue ocorrer a partir da segunda infecção. No entanto, isso é difícil de ser reconhecido pelo próprio paciente, que pode não ter apresentado sintomas em algum contato anterior com o vírus ou ter confundido a dengue com algum outro quadro viral quando sofreu com a doença.
Em todo o caso, fatores individuais de cada paciente merecem atenção ao longo tratamento, seja em relação à dengue comum ou à FHD — isso vale em especial para gestantes, crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.

•Como funciona o tratamento? É gratuito?
Não existe um tratamento específico contra o vírus da dengue. São dedicados cuidados aos sintomas, o chamado tratamento sintomático, até que o paciente esteja curado. Em geral, isso envolve ingestão de líquidos e analgésicos.
Não é recomendada a automedicação, já que remédios com efeitos anticoagulantes,  por exemplo, podem aumentar o risco de ocorrer sangramentos e agravar a doença.
É fundamental procurar orientação médica, o que pessoas infectadas com a dengue podem receber gratuitamente a partir de qualquer unidade de atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS).

•Como diferenciar a dengue da Covid-19, da zika e chikungunya?
Apesar de também poder incluir febre e dores, a Covid-19 está associada a sintomas respiratórios, como dor de garganta e tosse, diferentemente da dengue. Além disso, o coronavírus é transmissível pelas vias aéreas por pessoas infectadas.
Já a zika costuma causar febre baixa e pode ser transmitida pelo sexo sem proteção e da mãe para o feto durante a gravidez, o que não ocorre com a dengue. A chikungunya, também com sintomas bem parecidos aos da dengue, concentra dores nas articulações.
Em todo o caso, o diagnóstico mais assertivo só é feito a partir de avaliação médica, o que pode incluir realização de exames laboratoriais para haver confirmação.
•Quais testes podem detectar a dengue? São gratuitos?
Os testes usados para diagnosticar a dengue se dividem entre os que são aplicados até o quinto dia de sintomas, atentos à presença do vírus no organismo, e os que são utilizados após esse período, visando detectar anticorpos já produzidos pelo corpo.
No primeiro caso, se destacam o PCR, que identifica o vírus, mas pouco utilizado rotineiramente, e o exame NS1, que detecta uma glicoproteína como esse mesmo nome — ela aparece em alta concentração no soro do sangue de pessoas infectadas com a dengue, o que permite o diagnóstico precoce.
Já após o sexto dia, o mais comum é ser aplicado o exame IgM e IgG, que também exige coleta de sangue e usa a técnica de sorologia, para identificar anticorpos. Na rede pública, todos eles estão disponíveis e são aplicados a pedido das equipes de saúde.
Existem ainda testes rápidos, com resultado em até 30 minutos, também presentes no SUS, mas que são usados ocasionalmente para triagem dos pacientes, e não propriamente para o diagnóstico — e o início do tratamento independe deles. 
Além disso, profissionais de saúde podem se valer de exames que não são específicos para detectar a dengue, mas que ajudam no acompanhamento da doença, como é o caso do hemograma, que analisa componentes do sangue.

•Existe vacina que previna a dengue? É gratuita?
Existe, mas não é oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Trata-se da Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi-Pasteur e aprovada no Brasil desde 2015, mas com recomendação apenas para casos específicos. Ela está disponível na rede particular.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contraindica o uso dela por quem nunca teve dengue e restringe a aplicação a pacientes que, entre outras características, já tiveram dengue e ainda vivem em área endêmica, ou seja, locais em que o vírus tenha infectado ao menos 70% das pessoas.

•Qual a melhor forma de se prevenir da dengue?
A forma mais eficiente de evitar a doença é combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti ainda na fase inicial da vida dele, ou seja, quando ainda é um ovo ou uma larva.
Por isso, é fundamental evitar ambientais expostos com água parada, que são usados como criadouros pelas fêmeas do mosquito. Caixas d'água, calhas e lixeiras, por exemplo, devem estar lacradas.
Vasos de plantas também merecem cuidados, e as piscinas exigem tratamento contínuo da água. Na rua, qualquer objeto que possa servir de recipiente, como entulhos e garrafas vazias, precisa ser recolhido.
Mesmo sem água, os ovos do mosquito podem resistir por até 450 dias no ambiente seco após depositados. Por isso, é importante fazer a desinfecção de recipientes mesmo depois de esvaziados.
Agentes de prefeituras costumam aplicar ainda fumacês de inseticidas para matar os mosquitos que chegaram a fase adulta. O uso de repelentes também pode ser adotado para evitar o Aedes aegypti que tenha alcançado essa etapa de seu ciclo de vida.
Fonte: DC
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