A pandemia não se tornou um empecilho para que Tatiany Costa, de 38 anos, concretizasse o sonho da adoção. Após cerca de seis anos na fila de espera, participando de grupo de apoio e entendendo cada vez mais sobre o processo, ela se tornou mãe da Olívia, em agosto de 2020.
Como Tatiany, existem outras 3.184 pessoas que aguardam a adoção de filhos em Santa Catarina — número que cresceu 8% na pandemia. Hoje a quantidade de famílias na lista é 12 vezes maior do que a de crianças consideradas disponíveis para o Estado. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atualmente, 249 crianças esperam para serem adotadas em SC.
A psicóloga Marina Castilho, que trabalha no setor de acolhimento do Estado, explica que a Covid-19 trouxe muitas mudanças, entre elas, a troca emocional e afetiva entre as famílias, que pode ter causado o aumento no número de pessoas na fila.
— Uma média de uma criança por dia [adotada] é um número bom, mas perto do número de famílias que aguardam na fila, ainda há muitas crianças esperando — diz.
Desde 2020, ano em que a pandemia começou, 783 crianças foram adotadas no Estado. Uma média de 32 adoções mensais. Apesar disso, o número em Santa Catarina vem diminuindo constantemente nos últimos anos. De 2019 a 2021, a queda foi de 24%.