NASCIMENTOS - 24/05/2022 10:20 (atualizado em 24/05/2022 10:30)

Médico e diretor técnico do Hospital São José fala sobre aumento no número de cesáreas

Em 2021, o hospital registrou 566 nascimentos, sendo que cerca de 14% foram por parto natural e mais de 85% cesáreas
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Registro de um nascimento por cesárea (Foto: Divulgação)
O aumento no índice de cesáreas vem crescendo em nível global e no Brasil já representa a maior porcentagem dos partos, tanto no setor privado, como público.  No Hospital São José de Maravilha, mais de 80% dos partos são por cesárea, índice registrado pelo menos desde 2015.
Em 2021, o hospital registrou 566 nascimentos, sendo que 81 foram por parto natural (14,3%) e 485 por cesárea (85,6%). Índices parecidos também foram registrados nos dois anos anteriores. Em 2020 foram 520 nascimentos, sendo 82,6% por cesárea, e em 2019 dos 531 partos realizados 87,5% foram por cesariana. 
Médico explica elevação nos números
Médico ginecologista e obstetra, Ederson Pasqualotto (Foto: Divulgação)
Em entrevista para o jornal O Líder, o médico ginecologista e obstetra, Ederson Pasqualotto, explica que nos atendimentos particulares ou por plano de saúde a gestante pode optar pela cesárea, mesmo sem indicação médica. Nos atendimentos via SUS, a necessidade do procedimento cirúrgico é avaliada pelo médico e quando não há uma indicação de cesárea é priorizado o parto natural. 
No entanto, mesmo nos atendimentos SUS, o índice de cesáreas continua alto. O médico, que é diretor técnico do Hospital São José, destaca que há várias situações em que a cesárea é feita para garantir a saúde da mãe e do bebê. 
“Gestações de alto risco, com diabetes, hipertensão, gravidez na adolescência, descolamento prematuro de placenta, desproporção entre tamanho do bebê e da mãe, então cada caso tem que ser avaliado em particular. Muitas vezes as pessoas avaliam o índice de partos e de cesáreas, mas não especificamente porque foi realizado este procedimento. Muitas vezes se faz uma cesárea para salvar a vida de uma mãe”, explica. 
Índice de partos naturais e cesáreas no Hospital São Jose (Arte: Josiele Erlo Zambiasi/O Líder)
Hospital criou sala para parto humanizado 
O Hospital São criou recentemente uma sala específica para realização de partos humanizados. A ação visa incentivar um aumento nos índices de partos naturais, quando não há riscos para a mãe e bebê, proporcionando para a gestante um ambiente com mais conforto na hora do nascimento. 
“Melhoramos o ambiente para ter uma liberdade para esta mãe, com um banheiro específico, uma sala específica e uma equipe multidisciplinar que acompanha esse trabalho de parto, com fisioterapeuta, enfermeira, pediatra, obstetra e anestesista quando necessário evoluir para uma cesárea”, explica Pasqualotto. 
Sala para parto humanizado no Hospital São José (Foto: Divulgação)
Médico diz que não é possível garantir parto natural para gestantes 
O médico reforça que quando a mãe deseja ter o parto natural esta escolha é respeitada pela equipe médica enquanto tudo está ocorrendo dentro da normalidade. No entanto se houver algum risco materno ou fetal com a continuidade do trabalho de parto o médico vai optar pela cesárea. 
Ele reforça que não possível garantir para a mãe durante a gestação se o parto natural será possível, já que inúmeras intercorrências podem acontecer no decorrer de nove meses, inclusive nas últimas semanas antes do nascimento. Outro critério é que o trabalho de parto natural precisa ocorrer até completar 41 semanas de gestação, não ocorrendo o nascimento precisará ocorrer por cesariana. 
Ederson ressalta que a gestante que deseja um parto natural, precisa também estar preparada psicologicamente para uma cesárea, caso for necessário. 
RISCOS E RECUPERAÇÃO 
O ginecologista explica que quando se trata do pós-nascimento, para a mãe o parto normal proporciona, na maioria dos casos, uma recuperação mais rápida. No entanto, as novas técnicas para realização de cesárea, minimamente invasivas, também garantem uma boa recuperação em poucos dias e com menos riscos de infecção.
Quanto aos riscos, o médico afirma que eles existem em ambos os tipos de partos. Ele ressalta que há uma observação criteriosa principalmente na primeira hora após o parto, tanto no natural como da cesárea, devido ao risco de sangramento de atonia uterina. Infecções, aberturas de pontos, entre outras complicações ainda precisam ser observadas por mais dias. 

Fonte: Carine Arenhardt/WH Comunicações
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