A ONG Amigo Bicho, de São Miguel do Oeste, anunciou a
suspensão temporária de suas atividades devido a dificuldades financeiras e
superlotação. A decisão foi tomada após a entidade acumular mais de R$ 80 mil
em dívidas com clínicas veterinárias e não ter mais espaço para abrigar novos
animais.

A vice-presidente da ONG, Maluane Althaus, participou do Atualidades
nesta quinta-feira (20) e detalhou a crise enfrentada pela organização. Segundo
ela, o número de animais resgatados tem crescido constantemente, chegando a
mais de 100 atualmente – sendo 70 cães e mais de 50 gatos. Muitos desses
animais estão há anos sob os cuidados da entidade, enquanto outros foram
vítimas de maus-tratos, abandono e negligência.
Além da superlotação, a falta de recursos foi um fator
determinante para a decisão. Os custos mensais com atendimentos veterinários e
medicamentos variam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, sem contar a alimentação, que
é adquirida uma vez ao ano com cerca de R$ 20 mil arrecadados por meio de
doações. Para os gatos, as rações são compradas com apoio de voluntários e
campanhas promovidas pela ONG.
Falta de recursos e apoio público
Maluane explicou que a ONG não recebe repasses diretos do
poder público. O atendimento veterinário ocorre por meio do Programa Melhor
Amigo, que também atende a população em geral e libera recursos para as
clínicas a cada três meses. No entanto, os valores não são fixos, tornando difícil
qualquer planejamento financeiro. "Tem meses que recebemos R$ 3 mil, em
outros R$ 6 mil. Não há uma constância", afirmou.
Segundo ela, a última liberação de recursos aconteceu em
setembro de 2023, e o valor recebido não cobre todas as despesas. Para casos
emergenciais, como atropelamentos, os custos podem ultrapassar R$ 2 mil por
animal. "Sempre nos preparamos para pagar além do que o programa oferece,
mas sem um valor fixo, fica inviável continuar com os resgates", lamentou.
Como ajudar
Mesmo com a suspensão dos resgates, a ONG segue cuidando dos
animais que já abriga e pede apoio da população. Interessados podem ajudar de
várias formas:
- Adotando um animal
- Comprando no brechó solidário (@amigobichobrecho)
- Fazendo
doações via Pix (CNPJ: 11.442.474.0001/00)
A ONG também informou que a Prefeitura de São Miguel do
Oeste já foi notificada sobre a paralisação. Para casos de resgates, a
orientação é que a população entre em contato diretamente com o município pelo
telefone (49) 3631-2000.