Todo Gre-Nal tem uma história, além dos números. E o 438 vai para os livros como "O Gre-Nal dos Acréscimos". Com um gol após os 45 minutos em cada tempo, o Grêmio levou a melhor diante de quase 50 mil pessoas na Arena. Vina, na etapa inicial, e Carballo, na final, deram a vitória por 2 a 1 ao Tricolor.
Alan Patrick descontou para os colorados. Com o resultado, o time de Renato, líder, aumentou a diferença para o de Mano Menezes, vice, e garantiu praticamente a melhor campanha do Gauchão. E, de quebra, permaneceu como último invicto entre os gaúchos.
Quando os times entraram em campo, um show promovido pelo Grêmio, com bobinas de papel e fumaça tricolor, deu um colorido bonito ao estádio. Pisaram no gramado trajando azul, preto e branco apenas duas "novidades": Fábio de
De vermelho e branco, Mano Menezes apostou em um meio-campo mais recheado para tentar conter os cinco jogadores escalados por Renato. No Inter, Baralhas juntou-se a Johnny, De Pena e Alan Patrick, com Wanderson e Pedro Henrique.
PRIMEIRO TEMPO
O começo teve o Grêmio tentando aproveitar o ímpeto de um estádio cheio e louco para apoiar. Teve a primeira oportunidade aos quatro minutos. Reinaldo cobrou um lateral no fundo do campo, quase em cima da linha de fundo. Suárez aproveitou a falha de Vitão e rolou para trás. Cristaldo se atrapalhou na hora de concluir e pisou na bola.A resposta do Inter foi ao melhor estilo colorado: Johnny percebeu um buraco no meio e lançou Pedro Henrique. Ele ia entrando na área sozinho, mas perdeu tempo e acabou caindo após contato com Bruno Alves. Vuaden nada marcou.
Wanderson teve mais duas jogadas de efeito, com direito a janelinha em adversários e fila, mas suas duas conclusões acabaram equivocadas. Logo após fazer uma falta, aos 13 minutos, Villasanti sentiu a dor do impacto e precisou sair. Carballo entrou em seu lugar.
Levou 20 minutos para o Grêmio levar perigo de verdade. E que perigo! A defesa do Inter errou o posicionamento e um cruzamento da esquerda encontrou Cristaldo sozinho na área. Ele bateu sem deixar cair. Keiller defendeu parcialmente e, no rebote, Bitello mandou para fora.
Levou 26 minutos para o Inter levar perigo de verdade. E que perigo! Foi uma tabela pelo meio, de um lado para o outro, com Renê, Alan Patrick e Wanderson. Renê deu um drible na entrada da área e viu Bustos entrando sozinho. De um lateral para o outro. O argentino, destro, teve a calma de cortar a marcação e bater de pé esquerdo. Fábio salvou quase de cima de linha.
Aos 31 o Grêmio voltou a assustar. Pepê desarmou De Pena do lado direito e avançou. Bitello fez o movimento perfeito, às costas da defesa. O passe foi na medida, mas o chute, de primeira, saiu longe da direção do gol.
O Gre-Nal seguiu equilibrado, os dois times tentando jogar e encontrando barreiras. Até o quarto minuto dos cinco de acréscimos dados pelo árbitro. O Grêmio trabalhou a bola pelo lado equerdo, com Reinaldo e Cristaldo tabelando. A bola chegou a Vina, que ajeitou de fora da área e bateu. A bola quicou pouco antes de chegar e venceu Keiller. Gol e festa na Arena, o Tricolor foi para o vestiário em vantagem.
SEGUNDO TEMPO
Até pelo resultado, o Inter voltou de lá com duas alterações: saíram De Pena e Baralhas, entraram Mauricio e Matheus Dias. Em tese, voltaria a formação original que fora alterada só pelo Gre-Nal.O início da segunda etapa já teve reflexo desta troca. Matheus Dias interceptou um passe de Cristaldo e já acionou Alan Patrick. O camisa 10 lançou Wanderson, que, da ponta esquerda, trouxe para dentro e bateu. Adriel salvou.
Pouco depois de Pepê chutar de longe e Keiller defender, o Inter voltou a assustar. Renê fez uma bela jogada, saindo a dribles pelo meio. Ele encontrou Alan Patrick, que arrancou. Da entrada da área, um pouco desequilibrado, bateu fraco, Adriel defendeu.
Aos 13, o ataque do Grêmio tramou pela esquerda, a defesa do Inter cortou mal e Cristaldo passou para Vina. O autor do gol bateu da entrada da área, para fora. Aos 14, Carballo também chutou para fora, mas um arremate muito mais perigoso.
Três minutos depois, os dois técnicos mexeram em suas equipes. Renato trocou Vina e Fábio por Ferreira e João Pedro. Mano substituiu Pedro Henrique pelo estreante Luiz Adriano.
Com o Inter mais ofensivo, o Grêmio teve o contra-ataque tão esperado para matar o jogo. Quatro contra dois. Mas o passe de Ferreira para Suárez já não foi bom, a esticada do uruguaio de retorno não funcionou e a tentativa de cavar pênalti acabou pior ainda.
Entre os 23 e os 24, uma chance de escanteio para cada lado. Na do Inter, Mercado cabeceou e Adriel defendeu. Na do Grêmio, Pepê perdeu quase de cima da linha, mas já impedido. Aos 29, o Tricolor quase ampliou. Bitello cruzou na medida e Ferreira, sozinho, bateu de primeira por cima do travessão.
Os treinadores voltaram a mexer em suas equipes ao mesmo tempo. Renato reforçou o meio: Thaciano e Thiago Santos nas vagas de Cristaldo e Pepê. Mano deu sangue novo, com Lucas Ramos no lugar de Johnny, e precisou tirar Vitão, lesionado, colocando Moledo.
Ato contínuo às trocas, o Inter empatou. Moledo deu um chutão, Luiz Adriano ganhou no ar de Kannemann e a bola ficou com Alan Patrick. Aí o camisa 10 fez uma jogada que faz justo ao número. Driblou Carballo, fintou Thiago Santos e Kannemann e, da entrada da área, venceu Adriel: 1 a 1.
Com a igualdade, o Gre-Nal voltou a ficar aberto. Aos 40, Suárez achou Thaciano sozinho. Seu chute foi bem defendido por Keiller, que saiu abafando. E, de novo, na última bola, o Grêmio venceu. Carballo recebeu passe de Thaciano que Lucas Ramos não conseguiu cortar. Na frente de Keiller, tirou o goleiro da jogada. O Gre-Nal dos Acréscimos foi do Grêmio.