O Gre-Nal 438 foi de decepção para o Inter. Depois de ter sido superado coletivamente ao longo do primeiro tempo e ido para o intervalo em desvantagem, o Colorado conseguiu reagir no segundo tempo com o belo gol de Alan Patrick, mas perdeu o clássico com o gol de Carballo nos acréscimos.
A grande discussão e alvo de críticas no lado vermelho esteve em cima da opção do técnico Mano Menezes de sacar o meia Mauricio para a entrada do volante Baralhas para iniciar o jogo, o que mexeu no posicionamento de Johnny. O treinador explicou essa opção pela busca de uma igualdade numérica com o Grêmio no setor de meio-campo.
—(A escolha) Pelo mesmo motivo que todos vocês da imprensa falavam da questão numérica do adversário, que tinha três meias e a gente precisava propor um jogo de neutralizar essa parte qualificada do Grêmio. Precisávamos numericamente de um jogador a mais. Penso que o Baralhas fez um bom jogo, o problema não foi ele. O problema foi que quando tivemos a bola não tivemos qualidade para construir na intensidade que poderíamos ter feito. Nós não conseguimos encontrar o homem livre, que era o De Pena. O Bitello adiantava para marcar o Renê na nossa saída e o De Pena ficava livre, mas nós não o encontramos. Vi muitas análises falando sobre a superioridade numérica do Grêmio no meio-campo e foi essa a minha preocupação — explicou o treinador.
Ainda que tenha defendido a formação, Mano Menezes admitiu que chegou a relutar sobre a colocação de um volante a mais. O treinador ainda pontou falta de maturidade ao time ao sofrer o gol nos acréscimos.— Relutei bastante em colocar mais um volante para iniciar o jogo durante a semana de preparação. Não achava tão claro que deveria mexer na equipe pelo que a nossa equipe demonstrou. Mas depois vimos que não tínhamos encaixe para toda o time adversário e optamos por essa mudança. A gente sempre leva alguma coisa. Faltou para nós um pouco de maturidade de equipe. Essas coisas que acontecem no último minuto sempre são muito duras, amargas. Embora o Grêmio tenha construído, sofrer os gols nos tempos que levamos é duro — afirmou.
O clima no lado vermelho foi de lamentações, mas também de buscar pontos positivos para se reerguer visando à fase final do Gauchão. Autos do gol do Inter no clássico, o meia Alan Patrick lamentou os erros da equipe, mas ressaltou que o elenco precisa demonstrar poder de reação para buscar o título do Gauchão.— Conseguimos criar algumas chances, buscamos o empate. Temos de manter a cabeça boa. É sempre difícil perder um Gre-Nal, mas temos que ter a mentalidade forte para seguir. Temos que focar agora e recuperar para buscar o título. É claro que vamos avaliar tudo. Clássicos são detalhes e, infelizmente, sofremos o gol. Tivemos chances ali na frente, mas é ter tranquilidade agora. Tem a reta final do campeonato e, com certeza, vamos brigar para buscar o título — avaliou o camisa 10.
Artilheiro do Gauchão, Pedro Henrique passou em branco no Gre-Nal. O atacante seguiu o tom de Alan Patrick sobre o time precisar aprender com os erros cometidos na Arena.— Ganhamos juntos e perdemos juntos. Quando se ganha não está tudo certo, quando se perde também não está tudo errado. É questão de saber ter calma e analisar. Vamos corrigir os detalhes. A gente sabe que tem um grupo experiente e forte para isso. Sofremos poucas derrotas no ano passado e soubemos corrigir, vai se repetir agora. Vamos saber aprender com os erros — projetou.
Com a derrota no Gre-Nal, o Inter ficou nove pontos atrás do Grêmio. O Colorado precisará vencer o Esportivo na última rodada, no Beira-Rio, para não correr risco de perder o segundo lugar na classificação para Ypiranga ou Caxias.