O pedido dos clubes gaúchos ganhou muita força nos bastidores e a chance de o Brasileirão ser paralisado é real. Inclusive, alguns clubes da Liga Forte União acreditam que a resposta da CBF sobre a interrupção possa ser dada ainda nesta terça-feira (14).
Um dos mais importantes movimentos que aconteceu nas últimas foi a reunião da LFU. Na conversa, ficou definido que os 11 clubes da Série A que participam do bloco votavam a favor da paralisação do campeonato por duas rodadas. O bloco é formado por Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Inter, Juventude e Vasco.
Alguns dos clubes do grupo, como o Atlético-GO, já tinham se manifestado publicamente pela continuidade do Brasileirão. Mesmo assim, segundo apurou GZH, a explicação dos times gaúchos na conversa não deixou dúvidas e mesmo os clubes que eram contrários entenderam os argumentos e acompanharam a maioria em favor da parada.
Na reunião, Inter e Juventude explicaram todas as dificuldades humanitárias e estruturais que o RS vive em função da enchente. Por isso, sugeriram a paralisação do campeonato por duas rodadas com a retomada dos jogos acontecendo no dia 1º de junho. A solução apresentada foi que a recuperação destes jogos adiados acontecesse na data Fifa de junho.O período também servirá para a Conmebol recuperar os jogos da dupla Gre-Nal na Libertadores e na Sul-Americana. Grêmio e Inter entrarão em campo nos dias 4 e 8 de junho pelas competições continentais. As outras datas Fifa de 2024 acontecerão em setembro, outubro e novembro.
Outros três clubes que fazem parte da Libra, o mesmo bloco do Grêmio, também apoiam a paralisação: Atlético-MG, Bragantino e Corinthians. Com este número de equipes a favor da parada, alguns dirigentes acreditam que a CBF vai apressar uma manifestação oficial. Pelo menos dois clubes da LFU ouvidos por GZH acreditam que o presidente Ednaldo Rodrigues se pronunciará ainda nesta terça-feira (14) para paralisar o torneio. Ednaldo está na Tailândia para uma reunião do Conselho da Fifa.
Na primeira manifestação após o pedido da LFU, o presidente da CBF citou novamente o calendário como um fator que dificulta a paralisação.
— Não é tão fácil assim. Mas somos todos democráticos. Depois de colocar todos esses pontos para que eles definam, não tenho como ficar contrário (aos clubes) porque nossa gestão é democrática. Vamos mostrar o contraditório dessa paralisação, mas vamos respeitar a decisão dos clubes — afirmou.
A ideia dos clubes da LFU é que o Brasileirão já seja paralisado a partir da rodada do próximo final de semana (18 e 19 de maio). A CBF, por sua vez, quer discutir a situação apenas na reunião do Conselho Técnico, marcada para o dia 27 de maio.