LONGA ESPERA - 28/11/2024 15:28 (atualizado em 29/11/2024 07:50)

Jogadora natural do oeste catarinense denuncia assédio em clube japonês e aguarda solução por parte dos dirigentes

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Jogadoras Laura (esquerda) e Thays (direita), em conquista de título com o Diossa Izumo FC. Foto: Divulgação

A jogadora de futebol Laura Spenazzatto, 26 anos, natural de SMO que morou com a família em Iraceminha, expôs publicamente no início deste mês situações de assédio vivenciadas na equipe japonesa Diossa Izumo FC onde joga atualmente. Até o presente momento, ela e a também jogadora brasileira Thays  Ferrer, 25 anos, aguardam apoio do clube, onde estão sem jogar e treinar desde agosto.

A atleta catarinese começou no futsal aos 13 anos, jogando em escolas de base, e teve passagens rápidas no futsal por Maravilha, Modelo, Pinhalzinho e Chapecó. Aos 17 anos, começou a jogar futebol de campo profissional no Kindermann. Teve passagens por clubes como Chapecoense (SC), Iranduba (AM), além de defender equipes em Portugal. Mas foi quando jogava pelo Botafogo (RJ), que um intermediário do Japão fez o convite para atuar na Ásia. 

Laura Spenazzatto foi anunciada pelo Diossa Izumo FC em agosto de 2022, mas a proposta de contar diariamente com um intérprete não foi cumprida. Desde o início da primeira temporada, a atleta percebeu situações incômodas ligadas a postura do treinador, como a utilização de palavras de cunho sexual e o fato de deixar roupas íntimas penduradas em locais onde as jogadoras frequentavam. A partir de 2024, as situações de assédio de poder se acentuaram e ainda em fevereiro deste ano, as brasileiras abriram a situação internamente junto a diretoria do clube, porém, até o momento nenhuma providência foi tomada por parte dos dirigentes. O caso também foi comunicado à federação japonesa e a FIFA. O advogado das jogadoras acionou o clube na justiça comum. 

“Esperamos que a justiça seja feita, que os responsáveis sejam punidos conforme a lei do Japão e que eu volte a jogar futebol o mais rápido possível, porque é isso o que eu mais amo fazer”, declara Laura em entrevista ao grupo WH. Com o Diossa Izumo FC, ela conquistou a liga regional Chugoku League e o acesso a Nadeshiko League, principal competição de futebol feminino no Japão.

As jogadoras brasileiras tem contado com o apoio de amigos e familiares, bem como de algumas pessoas no Japão. Diante de um histórico de interdições, mulheres e meninas seguem lutando para galgar espaços no futebol. Laura reforça que quebrar o silêncio a respeito das violências no futebol, encoraja muitas mulheres no meio esportivo: “Não se cale! Não sinta desconfortos e se silencie. Fale, exponha suas opiniões e não deixe que ninguém te diminua. Você precisa ser a voz que expõe, mesmo sabendo que muitas pessoas sofrem em silêncio, expor fará com que mais pessoas tenham coragem de falar”.

A ONG Me Too Brasil, que presta apoio a homens e mulheres vítimas de violência sexual, lançou uma nota de apoio às jogadoras. Confira na íntegra aqui



Fonte: Tamara Finardi/ Rádio Líder/ WH Comunicações/ Jornal O Líder
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