Não é a solução ideal, mas quase não há outra. Pressionado pela situação financeira crítica, e mesmo correndo o risco de enfraquecer o time em ano de Libertadores, os dirigentes do Inter ouvirão todas as propostas que surgirem, independentemente de quem for o alvo, para arrecadar pelo menos mais R$ 60 milhões com a venda de atletas até o final de dezembro. Caso essa meta seja alcançada, além de obter dinheiro para pagar dívidas atrasadas, o Inter passará dos R$ 200 milhões em vendas no ano, batendo o recorde anterior, que era de 2013.
Aliás, trata-se de um objetivo oficial. Na suplementação orçamentária enviada para aprovação do Conselho Deliberativo em novembro, o clube elevou de R$ 135 milhões para R$ 200,2 milhões a meta de vendas. Até setembro, quando negociou o zagueiro Igor Gomes ao Shabab Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos, por 5 milhões de dólares, o Inter chegou a cerca de R$ 142 milhões. Portanto, faltariam aproximadamente R$ 60 milhões para o atingimento do orçamento.
No atual cenário, não se trata de um propósito irreal. A boa campanha na reta final do Campeonato Brasileiro valorizou todo o grupo de jogadores, inclusive algumas peças que não tinham grande destaque. Wesley, por exemplo, deve render cerca de R$ 32,5 milhões (pelos 50% dos direitos econômicos do jogador que pertencem ao Inter). As tratativas com o Krasnodar, da Rússia, estão adiantadas e podem ter um desfecho em breve.
Vitão também é um ativo valorizado. Na última janela de transferências, ele recebeu propostas de R$ 60,1 milhões, mas permaneceu no clube. Porém, depois de Wesley, é o jogador com as maiores possibilidades de ser negociado até o final de dezembro, para que o valor seja contabilizado ainda em 2024 e ajude a reduzir o déficit previsto para o ano, que é de R$ 44 milhões. Além disso, a boa campanha no Brasileirão valorizou Rômulo, Bruno Gomes e até Gabriel Carvalho, entre outros.
Em 2013, ano que o Inter mais arrecadou com a venda de jogadores em sua história, foram negociados Fred, Leandro Damião e Moledo. Em 2019, que fica em segundo lugar, o clube vendeu Iago e Nico Lopes. Durante a gestão de Alessandro Barcellos, a melhor temporada foi em 2022, quando o clube arrecadou R$ 98 milhões, principalmente com a transferência de Yuri Alberto ao Zenit, da Rússia.