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O jogo contra o Juventude rendeu ao Grêmio a classificação à final do Gauchão, mas também problemas extracampo. O técnico Gustavo Quinteros foi expulso por confusão antes da decisão por pênaltis.
A expulsão deverá, segundo a praxe, ser analisada pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RS). Entretanto, o argentino concedeu coletiva, contrariando o regulamento, podendo gerar uma segunda oferta contra o profissional.
A Procuradoria oferece denúncia em todas expulsões da competição para apreciação do júri. No caso do treinador gremista, há certeza por ter atingido o atleta adversário com o braço esquerdo, gerando a interpretação de agressão.
Há preocupação de uma pena pesada contra o treinador pelo fato. Desta forma, o departamento jurídico gremista aguarda detalhes da Procuradoria e a provável aceitação do caso nos tribunais.
— A expulsão, vou falar diretamente com o árbitro. Estão agarrando meu braço, eu tento tirar, seguiram agarrando o braço e eu tentei tirar com mais força e acabei acertando ele. Nunca tive intenção de golpear — se defendeu Quinteros e completou:
— Falei com Ênio que não tive intenção. Vou falar com o árbitro. Não me sinto culpado, porque não tive intenção de nada.
Na saída do estádio, Ênio conversou informalmente com os repórteres e disse que estava se dirigindo até uma delegacia para registrar boletim de ocorrência contra o profissional do Tricolor. Uma advogada do Juventude estava acompanhando o atacante.
Coletiva de imprensa pode gerar outra punição
A própria manifestação do treinador é alvo de contestação jurídica. O artigo 34 do Gauchão de 2025 prevê que técnicos ou jogadores expulsos não podem conceder manifestações após os duelos:"O atleta ou membro de comissão técnica que for advertido com 1 (um) cartão amarelo e, posteriormente, for expulso com a exibição do 2º (segundo) cartão amarelo na mesma partida ou se for advertido com o recebimento do cartão vermelho direto na mesma partida deverá se retirar em direção ao vestiário, não podendo acessar nenhuma outra parte do estádio, nem se comunicar, por qualquer meio, com qualquer pessoa envolvida na partida, nem comparecer à coletiva de imprensa ou qualquer outra atividade de mídia realizada no interior do estádio, sob pena do clube infrator sujeitar-se às penalidades aplicadas pelo TJD/RS e previstas na legislação desportiva."
Vale lembrar que o caso difere do Gre-Nal 444, quando um auxiliar de Roger Machado foi expulso e o técnico do Inter também teve que sair de campo. Como a punição direta foi ao assistente, o treinador pôde conceder entrevista coletiva após a partida.
O Grêmio, via assessoria de imprensa, garante que procurou os representantes da Federação Gaúcha de Futebol para verificar se Quinteros estava habilitado para conceder entrevistas e recebeu o aval.
Logo, os advogados aguardam a movimentação da Procuradoria e as prováveis denúncias para organizar a defesa. Argumentos prévios são preparados pelos dirigentes.
O prazo é curto para o andamento de denúncias e julgamento. Os Gre-Nais devem ser realizados nos próximos dois finais de semana. Há também o feriado de Carnaval, fato que pode atrasar a apreciação dos casos.