Se precisava de uma vitória pelo Brasileirão para renovar esperanças em virar um placar adverso na Copa do Brasil, o Inter pode perder as esperanças. 

Pela 18ª rodada, diante de apenas 11 mil colorados que enfrentaram chuva e frio na noite deste domingo (3), o time de Roger Machado foi derrotado para o São Paulo por 2 a 1 (gol de Tabata), saiu de campo vaiado e aumentou ainda mais a pressão para quarta-feira (6), quando precisa vencer o Fluminense no Maracanã para seguir vivo no mata-mata.

Quando Roger avisou que poderia mudar o time para tentar se reencontrar, ninguém imaginava que seria tanto. Um pouco por necessidade, um pouco por preservações para a Copa do Brasil, foi um Inter completamente diferente. 

Sem Vitão, suspenso, Alan Patrick, gripado, e Bruno Henrique, lesionado, o técnico alterou tudo. Teve esquema novo, o 3-5-2, e nomes inéditos, como Alan Rodríguez, estreante da noite, e Gabriel Mercado titular após quase 11 meses de sua lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. 

O time contou com Clayton na direita, Mercado centralizado e Juninho na esquerda da zaga. Na ala direita, Alan Benítez; na esquerda, Bernabei; no meio Luis Otávio, Alan Rodríguez e Tabata. E como dupla de ataque, Borré e Valencia. No São Paulo, o desenho de Crespo foi idêntico, o 3-5-2, com André Silva e Luciano na frente.

Os primeiros 15 minutos pareceram ser de compreensão sobre tantas mudanças. Ainda tateando o jogo, o Inter custou a saber quem armava, quem atacava espaço, quem aparecia. Foi só aos 17 que veio uma finalização. Após cobrança de escanteio, a bola sobrou no bico da área. Alan Benítez chutou e Rafael voou para espalmar.

Depois desse lance, passaram-se mais 10 minutos até que viesse uma nova conclusão. De novo em escanteio, de novo em rebote. Mas, desta vez, o chute de Bernabei foi fraco, nas mãos de Rafael. Aos 31, o Inter voltou a chegar. Em contragolpe iniciado por Alan Rodríguez, a bola chegou a Borré, que tramou com Tabata. A zaga do São Paulo cortou parcialmente e Tabata pegou a sobra. Ele driblou Alisson e chutou, mas Bernabei estava no caminho e tirou a bola da direção do gol.

Por mais que não transformasse em vantagem, o Inter até jogava melhor. Mas na fase ruim, basta uma oportunidade para o adversário. Foi um escanteio cedido por Bernabei, ao afastar errado um ataque. Luciano cobrou e Arboleda saltou mais do que a zaga colorada para abrir o placar aos 43 minutos.

O gol nos instantes finais, é claro, transformou em vaia, mais uma vez, o intervalo do Beira-Rio.

Segunda etapa

Roger voltou do vestiário com time alterado. Ele tirou Luis Otávio e colocou Richard. E era a estreia do volante contratado na janela. Mas foi o São Paulo quem começou atacando. Novamente em cobrança de escanteio, Luciano antecipou-se à defesa e cabeceou por cima do travessão.

Aos cinco, um lance polêmico. Tabata cobrou falta para a área, Mercado dividiu com Arboleda e a bola sobrou pra Borré, que encheu o pé e fez o gol. No ato do chute, porém, o árbitro havia marcado falta e anulado o lance.

Aos oito, o São Paulo quase ampliou. Luciano deu um passe de calcanhar para Soares. Ele fez um cruzamento na medida para André Silva, que cabeceou para o chão, mas Rochet estava atento e defendeu.
Roger, aos 17, fez mais duas trocas: saíram Valencia e Borré, entraram Ricardo Mathias e Carbonero. 

O Inter havia melhorado. Aos 26, Carbonero achou Alan Benítez entrando sozinho na direita. O passe foi na medida para o lateral, que demorou a concluir e chutou abafado por Rafael.

E, de novo, como ocorrera no primeiro tempo, o melhor momento do Inter foi esfriado por mais um gol do adversário. Aos 30 minutos, mais uma vez em um escanteio, Luciano desviou para o segundo pau. Arboleda não alcançou, mas a bola sobrou para Tapia, que recuou para Bobadilla. Com tempo e espaço dentro da área colorada, ele enquadrou o corpo e chutou sem chances para Rochet: 2 a 0.

Roger fez as últimas trocas logo depois. Ele tirou Clayton Sampaio e Alan Rodríguez e colocou Wesley e Thiago Maia. Fim do sistema de três volantes.

Aos 39, um sopro de reação. Tabata cobrou falta ensaiada com Carbonero, que dividiu com o zagueiro e foi acertado na perna. Chamado ao VAR, o árbitro analisou o lance e marcou o pênalti. Tabata converteu aos 43. 

Apesar de ter reanimado o time, faltou força para impedir a derrota. Às vésperas de uma decisão na Copa do Brasil, o Inter vai lotado de dúvidas para tentar se manter vivo no ano.