Quantos dias são necessários para ajustar um time de futebol? No caso do Inter, 12 não foram suficientes. O Palmeiras fez picadinho do time de Roger Machado na noite deste sábado (13). Foi 4 a 1, em São Paulo, mas poderia ter sido mais, muito mais. Cinco, seis, quem sabe sete? Nas últimas seis partidas coloradas, cinco foram contra os três primeiros colocados do Brasileirão — duas delas pela Libertadores. Todas terminaram em derrota, três para o Flamengo, uma para o Cruzeiro e esta para o Palmeiras.
Esse é o retrospecto colorado antes do Gre-Nal da 24ª rodada do Brasileirão. Uma sequência que deixa o fio sustentador do trabalho de Roger no limite de arrebentar. O time segue inerte na 10ª colocação, mas perderá ao menos uma posição no domingo (14). O Palmeiras é o vice-líder com 46 pontos. A última vez que o Inter sofreu quatro gols no primeiro tempo foi há 24 anos, quando foi derrota por 4 a 2 pelo Cruzeiro, no Brasileirão 2001.
O primeiro tempo terminou com o Inter tendo cometido cinco faltas. A baixa quantidade tem uma razão simples. Os colorados não encontraram os adversários em campo para cometer um número maior de infrações. Poucas faltas, muitos gols sofridos.
Se fosse boxe seria menos doloroso. Uma pancada logo aos três minutos, o árbitro abriria contagem, chegaria a 10 e, pronto, nocaute. Mas é futebol, tinham mais 87 minutos de jogo, fora os acréscimos. Tempo suficiente para virem mais pancadas. Só no primeiro tempo foram mais três. Pá. Pá. Pá.
Hat-trick do camisa 9
Vitor Roque marcou três vezes. Os gols de número 1, 2 e 4, como Silvio Santos contava suas filhas por número. Lucas Evangelista fez o terceiro. No começo do jogo, após um ping-pong de cabeça na área colorada, o rebote caiu em Felipe Anderson. Com a bola no pé, ele achou Vitor Roque. Com generoso espaço, ele marcou.Até os 23, o Palmeiras poderia ter ido às redes, ao menos, em outras três oportunidades. Bola nas costas da zaga, roubada de bola no campo do Inter, chute de fora da área. As jogadas eram sortidas. Até Vitor Roque, quase sempre ele, receber de um endiabrado Flaco López para ampliar.
Lucas Evangelista aproveitou falha de Rochet para fazer o terceiro aos 28. Mais uma vez, o goleiro uruguaio não segurou firme chute de média distância. Por fim, de cabeça, Vitor Roque marcou o quarto aos 42. A produção ofensiva do Inter pode ser resumida em uma frase. Weverton efetuou uma única defesa, em chute de fora da área. Número mais baixo do que as faltas cometidas.
Segundo tempo
Três zagueiros. Deslocado para a lateral esquerda no lugar do suspenso Bernabei, Victor Gabriel foi para o miolo de zaga formando o trio defensivo, na tentativa de Roger evitar o ainda pior, minimizar os danos, reagir, ou algo assim. Entraram Alan Benítez e o garoto Raykkonen, este na vaga de Ricardo Mathias.A temporada é longa e cansativa, o Palmeiras ainda tem a Libertadores no horizonte, e o olho do tigre palmeirense não aguçou-se tanto no segundo tempo. O que não impediu o time de ter mais posse de bola, mais chutes a gol e lances de área do que os adversários nos primeiros movimentos.
A torcida do Palmeiras foi respeitosa. Os gritos de “olé, olé” espocaram somente aos 19 minutos. Podia ter sido bem antes. Aos 26, saiu um dos gols menos festejados da história colorada. Carbonero arrancou em velocidade e chutou para descontar. O colombiano e Vitão bateram boca antes do recomeço do jogo.
E mais o Inter não fez. Se tivesse de sair mais um gol, teria sido do Palmeiras, mas as quatro pancadas ainda no primeiro tempo haviam sido suficientes. Pá. Pá. Pá. Pá.