MUNDO AZUL - 01/04/2022 15:50 (atualizado em 01/04/2022 16:25)

“Agradeço a Deus por ele vir pra mim”, diz mãe adotiva de autista, morador de Maravilha

Com diagnósticos crescendo, Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo ganha destaque
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Sabe aquelas histórias e pessoas que inspiram? Rodrigo, Cacilda e Valdemar Rossini, eles são bons exemplos, moradores de Maravilha e protagonistas de uma bela história. Rodrigo foi adotado por Cacilda e Valdemar com pouco mais de 30 dias de vida. 
O casal já tinha uma filha adotiva, com sete anos na época, e pegou Rodrigo apenas com uma muda de roupa que ele havia recebido no hospital no dia do seu nascimento. Logo após pegar a criança, eles o levaram até o hospital para ver se estava tudo bem com a saúde dele. Cacilda logo desconfiou que o menino era diferente, chegou a questionar o médico, o qual disse que o bebê apenas estava com fome, desnutrido. 
Nos meses seguintes, os pais adotivos percebiam que Rodrigo apresentava um comportamento diferente das demais crianças da mesma idade. Foram em vários médicos, em Maravilha, Chapecó e até Florianópolis, sem que nenhum apresentasse um diagnóstico conclusivo. Por orientação do pediatra, passaram a levar a criança na Apae, e aos três anos de idade o diagnóstico final foi entregue por um médico neurologista de Passo Fundo/RS: Rodrigo tinha autismo. 
Com a medicação acertada, a evolução passou a ser mais significativa. Ainda assim, Rodrigo começou a caminhar apenas com cinco anos de idade e não conseguiu desenvolver a fala. Aos 33 anos, continua frequentando a Apae de Maravilha, recebendo estímulos, acompanhamento frequente com médicos e medicação contínua. 
Atualmente Cacilda tem 81 anos e Valdemar 74. A idade traz algumas dificuldades a mais, mas engana quem pensa que eles reclamam dos desafios. 
“O Rodrigo representa tudo na minha vida, faço por ele o que não faço por mim. E até agradeço a Deus por ele cair nas minhas mãos. Aceito ele como ele é. Faço tudo o que eu posso, porque ele não pediu pra gente pegar ele, nós adotamos e agora temos que assumir e dar o amor que ele merece”, afirma a mãe. 
Rodrigo, junto aos pais Cacilda e Valdemar Rossini

Foto: Arquivo Pessoal 
 “Fernandinho é uma criança muito ativa, inteligente e tem suas manias
 Quando Fernandinho tinha um ano e alguns meses ele começou a ir na creche e logo nos primeiros dias a fonoaudióloga nos chamou para conversar, pois achou as atitudes do Fernando diferentes. No início quando a gente recebeu o diagnóstico de que o Fernandinho realmente era autista, foi difícil, porque a gente não espera isso, mas já que Deus nos deu essa missão de sermos Pais de uma criança especial, a gente não se abalou, fomos atrás do que ele precisava. O Fernandinho, hoje com cinco anos, é uma criança muito ativa, inteligente tem suas manias, não fala, mas é o nosso xodó, nos faz muito feliz e tudo que pudermos fazer para que ele cresça feliz assim faremos, sempre em frente e juntos” depoimento da mãe Vanderleia, pai Luciano, e irmão Felipe. 

Foto: Arquivo Pessoal 
“No nosso mundinho especial existe muito amor
O Gabriel é a luz da minha vida. Ele representa todo o amor recheado de dificuldades, lágrimas, força, aprendizado e luta que uma vida bem aproveitada pode nos oferecer! A gente passou muitas coisas juntos e a maioria delas foram dolorosas, mas sobrevivemos a todas porque aqui no nosso mundinho especial existe muito amor e esperança e não há um só dia que eu não agradeça a Deus por tudo o que o meu filho me ensinou e o q minha família teve que aprender pra poder viver bem. A gente é muito um do outro e o resto é tão pouco” depoimento da Kassiane Gardin, mãe do Gabriel Gardin Folle, de 22 anos



Com diagnósticos crescendo, Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo ganha destaque 
O Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo é comemorado neste sábado, dia 2 de abril. De acordo com a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) atinge 1 em cada 60 crianças, mas pesquisas vem apontando aumento nos diagnósticos a cada ano. 
Entre um e três anos é possível perceber características do espectro, entretanto, os sinais iniciais às vezes aparecem já nos primeiros meses de vida. Observar, ter sensibilidade e atenção aos sinais, ter conhecimento sobre o desenvolvimento infantil, de modo a perceber quando a criança não consegue alcançar os chamados marcos do desenvolvimento infantil é de extrema importância para o diagnóstico o mais cedo possível, já que o tratamento precoce é fundamental para melhoria da qualidade da relação da criança com o mundo.
O autismo não possui uma causa totalmente conhecida, mas, podem haver predisposições genéticas, há estudos que reportam o suposto papel de infecções durante a gestação, fatores ambientais como poluição e uso de agrotóxicos no desenvolvimento do distúrbio. Não há cura. Remédios são prescritos apenas quando há presença das chamadas comorbidades como agressividade e/ou de outras doenças paralelas. O tratamento deve ser multidisciplinar, englobando médico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, pedagogo, terapeuta ocupacional, visando incentivar o indivíduo a realizar sozinho o maior número de tarefas possível.
O QUE É TEA? 
O transtorno do espectro do autismo, ou, TEA, é um transtorno psiquiátrico, uma condição que altera o desenvolvimento padrão da linguagem, interação social, processos de comunicação e do comportamento social. Utiliza-se o termo “espectro autista”, pois não se resume a uma condição única, ele engloba diversos graus de comprometimento em diferentes áreas do conhecimento, desta forma, o TEA é constituído por diferentes características, ou seja, uma parcela de indivíduos são dependentes de cuidados alheios, outros são capazes de manter uma rotina comum de trabalho e estudos, alguns apresentam até mesmo maior capacidade de atenção, memória e facilidade em temas específicos e habilidades impressionantes.
SINAIS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADOS:
- Bebês que não buscam o olhar da mãe ao serem amamentados;
- Crianças que não demonstram diferença entre o colo dos pais e o de desconhecidos;
- A criança parece surda, não reconhece seu nome ou não atende ao ser chamada;
- Interações sociais ausentes, não responde a brincadeiras de adultos ou outras crianças;
- Não aponta para o quer, não manda beijinhos ou tchauzinho;
- Conduz as mãos do adulto para pegar o que deseja;
- Dificuldade de entender brincadeiras de faz de conta;
- Comportamentos motores repetitivos (agitar de mãos, tronco ou cabeça);
- Atraso para aprender a engatinhar e andar;
- Caminham nas pontas dos pés e de forma “desengonçada”;
- Atraso, ausência da fala ou ecolalia (criança somente repete palavras fora de contexto);
 - Incômodo exagerado a determinados estímulos: luz, sons, texturas;
- Resistência a dor acima do normal, a criança não chora quando cai, por exemplo;
- Usa brinquedos de forma incomum, por exemplo, ao invés de brincar de carrinho, se concentra na roda do brinquedo;
- Apego exagerado a objetos;
- Incômodo excessivo ao sair da rotina.
Por trás da frase “nem parece autista”, existe muito preconceito e, acima de tudo de desinformação, o mês de abril está aí trazendo informação, conhecimento, esclarecimento sobre algo com que estamos convivendo cada vez mais em nosso cotidiano,  lembrando que nascemos para ser incríveis e não perfeitos, e que lugar de autista é em todo lugar, façamos a nossa parte”, destaca a Psicóloga do CAESP/APAE-Maravilha, Marcia Vogel

Fonte: Carine Arenhardt/WH Comunicações
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