Tamara Finardi/ Rádio Líder/ WH Comunicações/ Jornal O Líder
O HIV e a AIDS ainda são temas cercados de tabus, mas a disseminação de informações corretas é essencial para que as pessoas possam compreender melhor a doença e adotar atitudes preventivas e de cuidado adequadas.
Atualmente em Maravilha, aproximadamente 130 pessoas vivem com HIV (vírus causador da AIDS), todas em tratamento, segundo a Secretaria de Saúde do Município. Os dados ainda apontam que, do início de janeiro deste ano ao dia 21 novembro, mais de 2.300 testes foram realizados, resultando em seis novos diagnósticos positivos. Esta informação reflete a importância da testagem no controle da epidemia, como destaca a enfermeira Daiane Buzatto Spier, responsável pela Vigilância Epidemiológica local. Embora o número de testes realizados seja significativo, a resistência de algumas pessoas em fazer o exame ainda é um desafio. O medo do diagnóstico não apenas contribui para a subnotificação, mas também prejudica os esforços de prevenção e tratamento, essenciais para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos infectados e controlar a disseminação do HIV.
Para tirar dúvidas sobre HIV e AIDS, preparamos uma entrevista com a infectologista Drª. Priscila Rodrigues Garrido Bratkowski. Confira aqui.
Onde fazer o teste
Os testes de HIV, juntamente com os testes para Sífilis, Hepatite B e Hepatite C, são gratuitos através do SUS, e podem ser realizados sem pedido médico. Eles estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde e no setor de Vigilância Epidemiológica, localizado no Centro de Saúde do município. O resultado é sigiloso.
Prevenção
O preservativo, também conhecido como camisinha, é o método mais acessível, amplamente disponível e eficaz para prevenir o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como sífilis, gonorreia e diversos tipos de hepatites.
O que é a transmissão vertical
A transmissão vertical ocorre quando o HIV, a sífilis e a hepatite B são transmitidos da mãe para o bebê, seja durante a gestação, no parto ou, em alguns casos, durante a amamentação. Por isso, é essencial que gestantes e seus parceiros realizem os testes para HIV, sífilis e hepatites durante o pré-natal e também no momento do parto.
Mulheres com diagnóstico negativo para HIV durante o pré-natal ou parto devem continuar a utilizar preservativo nas relações sexuais, incluindo no período de amamentação, para prevenir a infecção e garantir o crescimento saudável do bebê.
O que fazer diante de uma exposição de risco?
Caso uma pessoa tenha tido uma exposição a risco, como, por exemplo, uma relação sexual desprotegida, é importante procurar ajuda médica imediatamente para reduzir a chance de infecção. Se a exposição ocorreu nas últimas 72 horas, é possível iniciar a PEP (Profilaxia Pós-Exposição); para isso, é necessário procurar o setor da Vigilância Epidemiológica, o Hospital São José ou qualquer Unidade de Saúde. Caso tenha passado esse prazo, o acompanhamento deve ser feito por meio de testes rápidos aos 30, 60 e 120 dias após a exposição.
Como é o tratamento ao HIV
Desde 1996, o Brasil oferece medicamentos antirretrovirais gratuitos a todas as pessoas vivendo com HIV no país (Lei nº 9.313). Embora ainda não exista cura para o HIV, houve avanços significativos no tratamento, especialmente com o uso da terapia antirretroviral (Tarv), que não só melhora a qualidade de vida dos pacientes, mas também reduz a possibilidade de transmissão do vírus.
Em Maravilha, os medicamentos antirretrovirais estão disponíveis, e quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maior será sua eficácia.
Sífilis preocupa em Maravilha
A sífilis é uma IST que tem cura, mas, se não diagnosticada e tratada a tempo, pode levar a sérias complicações. Em Maravilha foram registrados 54 casos desde o início de 2024 até o dia 21 de novembro, o maior número dos últimos oito anos. Esse total ainda pode aumentar até o final do ano. A enfermeira Daiane Buzatto Spier destaca que, embora seja uma doença silenciosa, a sífilis tem cura com tratamento adequado, o que torna a testagem essencial. Segundo ela, a população jovem é a mais afetada no município.
Histórico sífilis em Maravilha
2016 - 13 casos
2017 - 46 casos
2018 - 47 casos
2019 - 36 casos
2020 - 18 casos (com um óbito fetal)
2021 - 15 casos
2022 - 51 casos
2023 - 49 casos
2024 - *54 casos
*(dado obtido em 21/11/2024, podendo sofrer alteração até o final deste ano)
Campanha Dezembro Vermelho tem data em Maravilha
A Lei 13.504/17 institui o Dezembro Vermelho, uma campanha nacional de prevenção ao HIV/AIDS e outras ISTs. Em Maravilha, no dia 13 de dezembro, o Centro de Saúde realizará ações de conscientização e oferecerá horário estendido para testagem, das 17h às 21h.
Durante o ano todo, o setor de saúde do município promove diversas estratégias para combater a transmissão de ISTs. De acordo com Daiane Buzatto Spier, são realizadas palestras em escolas e empresas do município, além de campanhas que visam sensibilizar a população e desmistificar preconceitos sobre essas doenças.
Conheça Leis que tratam sobre direitos de pessoas que convivem com HIV
Lei nº 12.984/14: estabelece como crime a discriminação contra pessoas vivendo com HIV ou AIDS.
Lei nº 14.289/22: Torna obrigatória a preservação do sigilo sobre a condição de pessoa que vive com infecção pelo HIV e das hepatites crônicas (HBV e HCV) e de pessoa com hanseníase e com tuberculose.
Fonte: Tamara Finardi/ Rádio Líder/ WH Comunicações/ Jornal O Líder