Desde os primórdios, a humanidade demonstra extrema curiosidade pelos órgãos digestivos, e existem inúmeros registros deste interesse ao longo da história. As primeiras representações da anatomia do fígado foram encontradas em papiros egípcios datados de 1500 a.C. No Corpus Hippocraticum, uma coleção de textos médicos que começou a ser escrita em 450 a.C., havia menção sobre úlceras, hemorroidas e a necessidade de cuidados alimentares para o bom andamento da saúde e, para incrementar uma lista robusta de exemplos, Leonardo da Vinci (1452-1519) é considerado o pai da hepatologia moderna por ter desenhado e descrito, com riqueza artística, toda a anatomia do fígado e seus vasos sanguíneos.
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Mas por que tanto interesse? Resposta: o Aparelho Digestivo oferece uma imensa gama de sinais e sintomas e é o sistema do corpo humano que mais apresenta manifestações relacionadas com doenças de outros órgãos. Instintivamente, a humanidade sabia desta interrelação e, com o advento da ciência, o que antes era mito agora oferece prova, contraprova e replicação.
Os tratados médicos nos ensinam que amigdalite em crianças pode iniciar com dor abdominal, que pacientes com enxaqueca podem apresentar náuseas e vômitos, que pacientes com doença isquêmica do coração podem ter sensação de queimação esofágica, assim como pacientes com doença do refluxo gastroesofágico podem manifestar dor semelhante a infarto e por aí vai; rins, coração, cérebro, pulmão, todos os órgãos podem, em maior ou menor grau, mimetizar sensações supostamente digestivas.
Por último, mas não menos importante, é preciso exaltar o Aparelho Digestivo como receptáculo da vida. É através dos órgãos digestivos que o corpo se nutre, cresce e torna-se apto a desfrutar deste planeta exuberante, com tudo de bom que ele possa ter para nos oferecer. Boa alimentação faz um Aparelho Digestivo saudável, um cérebro ativo e um coração forte; todos esses incríveis órgãos, mantendo suas maravilhas e mistérios.