SÃO MIGUEL DO OESTE - 16/07/2025 13:32

São Miguel do Oeste adota nova estratégia contra a dengue com 'ouvitrampas'

Cidade registra 604 casos e um óbito por dengue em 2025. Nova metodologia, com 162 armadilhas de ovos, visa identificar focos com mais precisão e otimizar o combate ao mosquito Aedes aegypti. População é chamada a colaborar.
Comente agora!
Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!
A partir de agosto, São Miguel do Oeste implementará uma nova e mais eficiente metodologia de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. A estratégia foi detalhada pelo coordenador do setor de combate às endemias do município, Renério Luis Dill, durante entrevista nesta quarta-feira (16) ao Atualidades.

A iniciativa, recomendada pelo Ministério da Saúde, busca otimizar a identificação de áreas de risco por meio da instalação de “ouvitrampas”, armadilhas específicas que captam os ovos do mosquito. Isso permitirá um mapeamento mais preciso das regiões da cidade com maior densidade de focos, direcionando a atuação das equipes de controle.

Cenário Preocupante e a Nova Estratégia

Renério Dill ressaltou a gravidade da situação atual no município. "Infelizmente, em São Miguel do Oeste, nós tínhamos o registro de um óbito para o ano de 2025, uma fatalidade, mas são as consequências aí da Dengue", afirmou. Ele destacou que a doença "está presente dentro do município de São Miguel do Oeste, todos os anos vem se repetindo, com números até que estão assustando".

Até o momento, São Miguel do Oeste já contabiliza 604 pessoas que contraíram dengue em 2025, além do um óbito registrado. "A Dengue não deveria estar matando, até porque a gente tem como prevenir essa doença através das ações diárias da população, com os cuidados, eliminando os criadouros", enfatizou Dill.

A nova estratégia com as ovitrampas é um avanço significativo. Anteriormente, o município contava com 63 armadilhas que coletavam larvas. Agora, serão 162 armadilhas espalhadas por todos os bairros, a uma distância de aproximadamente 300 metros uma da outra. "Quanto mais ovos na palheta, maior a quantidade de mosquitos naquela região. Consequentemente, a gente vai trabalhar mais naquelas regiões com maior intensidade, com maior densidade de mosquitos", explicou Dill.

Colaboração da Comunidade é Fundamental

Para a efetividade da nova rede de armadilhas, o setor de combate às endemias necessita do apoio da comunidade. As equipes iniciarão visitas às residências para solicitar permissão para instalar as armadilhas em locais protegidos da chuva e do sol, como garagens ou porões. As armadilhas serão colocadas às quintas ou sextas-feiras e recolhidas cinco dias depois, exigindo acesso ao imóvel para a retirada.

Renério Dill fez um apelo: "Que as pessoas às quais estiverem sendo visitadas, estiverem sendo convidadas para participar, para ceder o espaço para essa nova rede de armadilhas nossa, a gente solicita que nos apoiem, que nos ajudem, que é dessa forma, a equipe trabalhando mais, a comunidade nos apoiando, que a gente vai conseguir ter melhores resultados, consequentemente, menos pessoas com dengue, menos pessoas sofrendo". Ele acrescentou que essa rede de armadilhas é a base para futuras estratégias de combate à dengue no município.

O Mito do Frio e a Dengue

O coordenador também desmentiu o mito de que o frio mata o mosquito Aedes aegypti e seus ovos. "A gente considera mito isso", disse. Ele explicou que, embora o mosquito adulto tenha uma vida útil de cerca de 35 a 45 dias, e o frio retarde o desenvolvimento das larvas, as baixas temperaturas não matam os ovos ou as larvas. "Eu já encontrei larvas de mosquito, uma crosta de gelo, embaixo a água, as larvas lá vivinhas", exemplificou. O que acontece no inverno é uma diminuição na densidade de mosquitos adultos devido ao atraso no ciclo de vida das larvas, mas o potencial de transmissão persiste.

VEJA MAIS IMAGENS
Fonte: Marcos de Lima / Rádio 103 FM
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Carregando...