SAÚDE MENTAL - 29/09/2025 13:57 (atualizado em 29/09/2025 14:02)

A cada 10 minutos um adolescente tenta suicídio no Brasil, alerta psicóloga em entrevista ao Atualidades

Psicóloga Gabriela Marim alerta sobre sinais de risco na adolescência e reforça a importância do diálogo e do acompanhamento familiar para prevenir casos de automutilação e suicídio.
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Em entrevista ao Atualidades, desta segunda-feira (29), a psicóloga Gabriela Marim chamou a atenção para um dado alarmante: a cada dez minutos, um adolescente tenta suicídio ou automutilação no Brasil. Segundo ela, o tema exige atenção urgente de famílias, escolas e da sociedade como um todo. 

“É sempre uma alegria estar aqui, mas o tema de hoje é muito sério. Esse dado é perturbador e nos convida a refletir não apenas sobre saúde mental, mas sobre a própria experiência humana”, destacou Gabriela. 

Adolescência: fase de desafios e vulnerabilidades 
Foto: Enzo Zotta / WH Comunicações 

De acordo com a psicóloga, a adolescência é um período específico do desenvolvimento humano, marcado por intensas mudanças biológicas, cognitivas, emocionais e sociais. “O adolescente não é mais criança, mas também não é adulto. Ele transita entre esses dois mundos, e isso gera muitos conflitos internos e externos”, explicou. 

Gabriela ressalta que, além das transformações próprias da idade, os jovens convivem hoje com uma avalanche de informações nas redes sociais. “Eles acessam tudo a todo momento, mas a vida real não é imediata como no mundo digital. Essa frustração entre o que esperam e o que encontram pode gerar angústia e desespero”, afirmou. 

O papel dos pais e responsáveis 

A psicóloga destacou que os pais devem estar atentos às mudanças sutis no comportamento dos filhos. “Não acontece do nada. Geralmente, são sinais que aparecem aos poucos. O pai e a mãe conhecem seu filho. Se há uma alteração no jeito de falar, no isolamento, na perda de interesse, já é hora de se aproximar e dialogar”, orientou. 

Entre os sinais de alerta, Gabriela cita: 

Mudança repentina de comportamento; 
Isolamento ou explosões fora do habitual; 
Uso de roupas largas para esconder possíveis marcas; 
Descuido com a higiene pessoal; 
Perda de apetite ou retraimento. 

“É fundamental que os adolescentes sintam que não estão sozinhos e que têm com quem contar. Esse vínculo de confiança é um fator protetor importantíssimo”, completou. 

Frustração faz parte da vida 

Durante a entrevista, a psicóloga também refletiu sobre a importância de ensinar crianças e adolescentes a lidar com frustrações. “A vida impõe limites o tempo todo. Se uma criança quer chocolate antes do almoço, o adulto precisa ajudá-la a entender que não é o momento, mas sem desvalidar o desejo dela. É nesse detalhe que vamos construindo maturidade emocional”, exemplificou. 

Rede de apoio e orientação profissional 

Gabriela finalizou reforçando que pais e responsáveis não devem hesitar em buscar ajuda profissional diante de sinais de sofrimento dos filhos. “Não existe fórmula pronta, mas o diálogo e a presença são fundamentais. E quando necessário, é essencial procurar psicólogos e psiquiatras. Inteligência artificial, rede social ou conselhos da internet não substituem acompanhamento profissional”, alertou. 

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Fonte: Marcos de Lima / Rádio 103 FM
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