Uma das mais frequentes e justas reclamações dos técnicos que trabalham no Brasil é quanto ao calendário. Normalmente, são jogos demais e viagens longas, que praticamente inviabilizam o trabalho do dia a dia. Mas esse discurso não cabe ao Inter de agora. Em setembro, o time colorado terá apenas quatro partidas pelo Campeonato Brasileiro, a única competição que lhe resta na temporada. Em contrapartida, todos os quatro clubes que estão à sua frente na tabela precisam dividir atenções com pelo menos mais uma competição.
O Inter gostaria de ter outros compromissos, mas não mostrou competência suficiente para fazer um gol em duas partidas contra os peruanos do Melgar – que foi goleado por 3 a 0 pelo Independiente Del Valle, na quarta-feira, no primeiro jogo da semifinal da Copa Sul-Americana. Por isso, está fora do torneio e, até o final do ano, só disputará as 14 rodadas que lhe restam no Brasileirão.
O Palmeiras, que lidera a competição, se dividirá entre ela e as fases finais de Libertadores. O Flamengo, vice-líder, com apenas um ponto a mais que o Inter, além da competição sul-americana, está na semifinal da Copa do Brasil, mesmos casos de Corinthians e Fluminense, ambos com o mesmo número de pontos que os colorados (42), mas a frente na tabela pelos critérios.
Ou seja, dos cinco primeiros colocados no Brasileirão, apenas o Inter dedica-se exclusivamente à competição há duas semanas. E isso é inegavelmente uma vantagem na reta final do ano. Afinal, em várias entrevistas desde que chegou ao Inter, em abril, Mano reclamou da falta de tempo para trabalhar e, em outras, prometeu evolução tática do time quando tivesse dias livres para trabalhar no CT Parque Gigante. Agora, ele terá sua chance. Os colorados, em setembro, darão prosseguimento a uma rotina de bastante treinos e poucos jogos.
Inter ganha tempo para treinar em setembro | Foto: Ricardo Duarte / Inter / Divulgação