Três competições diferentes, três estádios distintos e nenhum resultado que a torcida do Grêmio almeja para o próximo domingo contra o Vasco, na Arena. Nas três estreias de Renato Portaluppi no comando do Grêmio em suas passagens anteriores na casamata, o time jamais venceu. Em uma das primeiras manifestações na intimidade do vestiário com seus comandados agora em seu retorno, Renato garantiu aos jogadores o apoio da torcida que deverá ir em peso à Arena. “Quem está aqui há mais tempo conhece o que é esse clube. Quem chegou há pouco tempo já se deu conta do que é o Grêmio. A partir de domingo vocês vão ver mais de 30 mil pessoas aplaudindo vocês. O aplauso deles é a reação de vocês dentro do campo”, sentenciou.
É nesta sinergia entre time e torcida que Renato aposta as fichas para dar o primeiro passo em busca do objetivo deixado bem claro desde sua chegada: reconduzir o Grêmio para a Série A do Campeonato Brasileiro. Uma expectativa que ele já experimentou em Salvador.
Em 2010, Renato treinava o Bahia, então na disputa da segunda divisão, quando Grêmio o procurou. Ou o convocou, como prefere repetir. Assumiu o Grêmio na penúltima colocação do Campeonato Brasileiro e, mesmo com a derrota e eliminação na Sul-Americana para o Goiás no primeiro jogo, terminou a temporada classificado para a pré-Libertadores do ano seguinte. Três anos depois, herdou o time de Vanderlei Luxemburgo, empatou na estreia contra o Athletico, mas finalizou aquele Brasileiro em segundo lugar na tabela. E por fim, em 2016 a histórica passagem recheada de títulos teve início em uma noite memorável com Marcelo Grohe como o personagem do duelo contra o mesmo Athletico pela Copa do Brasil.
Além da ausência de vitórias nos três cenários contra Goiás e Athletico Paranaense, este por duas oportunidades, os objetivos ao final de todas as trajetórias, de alguma maneira foram cumpridos. Senão em sua totalidade, em outros aspectos. Para encarar o Vasco e quebrar o tabu sem vitórias em estreias, Renato pode ter um reforço de sua confiança. Edilson voltou a treinar ontem e deve ficar à disposição.
Eliminação para o Goiás dentro do Olímpico
A Sul-Americana, competição que até hoje o Grêmio não conquistou, foi o cenário da primeira vez em que Renato vestiu as cores do Grêmio como treinador. Diante do Goiás, no Olímpico, a equipe perdeu por 2 a 0 e acabou desclassificado após 1 a 1, em Goiânia. O time teve Marcelo Grohe; Edilson, Rafael Marques, Neuton e Fábio Santos; Ferdinando e Willian Magrão; Souza, Douglas e Maylson; Jonas. Curiosamente, no final do ano, o mesmo Goiás daria alegrias ao Tricolor. A classificação para a Libertadores em 2011 dependia do Independiente-ARG bater o Esmeraldino na final da Sul-Americana. E assim foi.
Empate fora, na Vila Capanema
A segunda passagem de Renato como técnico do Grêmio começou em Curitiba. Mais precisamente no acanhado estádio da Vila Capanema. Convocado desta vez pelo então presidente Fábio Koff, ele assumiu um grupo de jogadores experientes, muitos deles adquiridos no início de 2013 por altas cifras que mexeram nos cofres no clube e na expectativa do torcedor. Porém, com Vanderlei Luxemburgo à frente do projeto, não houve sucesso e Renato mais uma vez foi acionado.
A campanha que terminaria com o vice campeonato Brasileiro daquele ano começou com um empate por 1 a 1 fora de casa contra o Athletico. Depois de 70 dias de seca, o capitão Barcos marcou o gol gremista. O time teve Dida, Moisés, Werley, Bressan e Alex Telles; Adriano, Souza, Zé Roberto e Guilherme Biteco; Vargas e Barcos.
A noite inesquecível de Marcelo Grohe
Simbolicamente, o Penta da Copa do Brasil teve início na defesa de Marcelo Grohe no pênalti cobrado por Weverton que, se encontrasse as redes, eliminaria o Grêmio da competição e mancharia a reestreia de Renato. Na sequência maluca de cobranças daquela noite, o Tricolor derrotou o Athletico-PR depois de perder no tempo normal por 1 a 0 no jogo de volta das oitavas de final quando tinha a vantagem do mesmo placar em Curitiba, ainda com Roger Machado de técnico. O time na Arena teve: Grohe; Edílson, Geromel, Kannemann e Marcelo Oliveira; Walace, Maicon e Douglas, Luan e Pedro Rocha; Henrique Almeida.