Nervoso, ansioso, sem controle emocional e incapaz de criar alternativas para derrubar a defesa do Flamengo, o Corinthians não foi capaz de balançar as redes no jogo em que precisa marcar duas vezes e foi eliminado da Copa do Brasil.
Inteligente e competente na tarefa de segurar o time paulista, a equipe carioca não deu espaços ao rival, mesmo com um jogador a menos desde o 27 minutos do primeiro tempo, e garantiu sua vaga na final da competição neste domingo (20).
Como havia ganhado o jogo de ida no Maracanã, por 1 a 0, o Flamengo jogou com a vantagem no saldo. Não deu espaços para o Corinthians, quebrou o ritmo de jogo no momento em que os paulistas eram melhores e segurou o empate sem gols nem São Paulo.
O Timão careceu de criatividade e não encontrou soluções para vencer a defesa armada com inteligência pelo técnico Filipe Luís.
Também foi inferior fisicamente e mentalmente em relação ao Rubro-Negro, que jogou como se estivesse em casa. Cadenciou quando precisou e acelerou quando era necessário.
Na decisão, o Flamengo enfrentará o Atlético-MG, que eliminou o Vasco no sábado (19). As finais estão marcadas para os dias 3 e 10 de novembro.
Desde o primeiro minuto, o Corinthians, naturalmente, foi quem mais tentou e criou. Teve robusto volume de jogo, no entanto, encontrou uma fortaleza à sua frente que não conseguiu derrubar por falta de criatividade e por competência do adversário.
O Flamengo se fechou e se armou para contra-atacar. Até achou um gol, que deixaria sua missão facilitada, mas Alex Sandro estava impedido por alguns centímetros, como apontou o VAR ao árbitro Anderson Daronco, que anulou o lance.
Quando Bruno Henrique foi expulso por acertar a sola da chuteira na cabeça de Matheuzinho, aos 27 minutos do primeiro tempo, os mais de 46 mil corintianos nas arquibancadas da Arena Corinthians se animaram.
O pensamento era óbvio: com um a mais, o time paulista conseguiria, enfim, suplantar o bloqueio defensivo do rival carioca. Pensamento enganoso. O Flamengo se fechou ainda mais com o zagueiro Fabrício Bruno no lugar do apagado Gabigol, e permitiu poucas chances ao Corinthians. Nenhuma delas foi aproveitada.
A partida decisiva continuou nervosa na etapa final. O Corinthians passou a criar mais e se abriu sem um volante, José Martínez, e com um meia-atacante, o peruano Carrillo, em campo.
Os anfitriões incomodaram mais os visitantes, intensificaram a pressão e tentaram de diferentes maneiras chegar ao gol do rival, com arremates de fora da área, lançamentos, cruzamentos e ultrapassagens.
O problema é que, ansioso, o time alvinegro errou bastante no momento de definir as jogadas.
À medida em que o tempo passava, aumentavam a tensão e a apreensão nos corintianos, enquanto se mantiveram seguros e tranquilos os flamenguistas, competentes na missão de não deixar o rival jogar, mesmo com 10 jogadores em campo.
Inquieto e insatisfeito, Ramon Díaz deixou a equipe com três meias e três atacantes, sem volante, e com maior capacidade de criar, ao menos na teoria.
Porque, na prática, a equipe paulista se movimentou muito, se entregou e buscou encontrar os espaços, mas falhou nessa tarefa.
Yuri Alberto podia ter mudado esse cenário, só que cabeceou mal, torto, na primeira tentativa, e depois viu Rossi fazer bonita defesa na conclusão de canhota do atacante. Já o garoto Giovane fez tudo certo em jogada individual até finalizar fraco nas mãos do goleiro argentino.
O tempo passou rápido, ainda que tenha sido longo o período de acréscimo, e as oportunidades minguaram.
O Flamengo quebrou com esperteza o ritmo do jogo, principalmente graças ao talento e à frieza de Gerson, enervou ainda mais o Corinthians e segurou o oponente até Anderson Daronco apitar pela última vez e permitir a comemoração dos flamenguistas.