
O catarinense Guga Kuerten, o maior tenista da história do Brasil, foi homenageado no Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB) na noite desta terça-feira (13), no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro (RJ). Além dele, Daiane dos Santos, da ginástica artística, Edinanci Silva, do judô e Afrânio Costa, do tiro esportivo (in memoriam) também foram eternizados.
O tricampeão de Roland Garros foi chamado ao palco pelo bicampeão olímpico na vela, Robert Scheidt, e subiu ao coro da plateia que cantava “olê, olê, olê, olê, Guga, Guga!”. No discurso, o catarinense falou sobre seu caminho no esporte.
— Nós vivemos toda essa trajetória que começou um dia olhando vocês. Tanto os que aqui já passaram e são homenageados, ídolos de infância que eu lembro bem. Joaquim Cruz correndo, Aurélio Miguel ganhando medalha, Bernard, “Jornada nas Estrelas”, William, Geração de Prata, Hortência, Ricardinho…são todos esses nomes que fizeram a gente sonhar e alimentar uma vontade do tamanho do mundo de que é possível, por isso que eu falava “sou brasileiro também, e vai dar certo!” — dissse Guga.
Durante o evento, os homenageados deixaram suas marcas de pés ou mãos em moldes que serão futuramente exibidos no Centro de Treinamento do COB. No caso de Afrânio Costa, que faleceu em 1979, a honraria foi recebida por um familiar do atleta.
Além disso, a vida e carreira dos homenageados estarão disponíveis na página digital do Hall da Fama, no site do COB, com biografias, vídeos, fotos, registros históricos e um espaço interativo para mensagens dos fãs.
Criado em 2018, o Hall da Fama do COB tem como propósito exaltar e preservar a história olímpica do Brasil. Até o momento, 35 personalidades do esporte brasileiro foram eternizadas e quem abriu a lista de homenageados foram Torben Grael (vela), Sandra Pires e Jackie Silva (vôlei de praia) e Vanderlei Cordeiro de Lima (atletismo). Os quatro novos integrantes foram escolhidos em 2024, após aprovação em Comissão Avaliadora.
— O Hall da Fama do COB é uma celebração da história olímpica brasileira e da dedicação dos nossos atletas. Daiane dos Santos, Edinanci Silva, Gustavo Kuerten e Afrânio Costa representam o talento, a perseverança e o espírito olímpico que inspiram gerações — conta Marco La Porta, presidente do COB.
Conheça a história dos homenageados no Hall da Fama do COB
Guga Kuerten – tênis
O tenista catarinense Gustavo Kuerten, o Guga, teve seu auge no final da década de 1990 e no início dos anos 2000, quando ele se tornou tricampeão do Grand Slam de Roland Garros (1997, 2000, 2001) e primeiro lugar no ranking mundial da Associação de Tenistas Profissionais (ATP).
Ao fim de seus quase 20 anos de carreira, Guga somou 28 títulos, sendo 20 individuais e 8 em duplas, além de ter participado de duas edições de Jogos Olímpicos, em Sydney 2000 e Atenas 2004. Kuerten ficou 43 semanas na primeira posição do ranking da ATP, sendo, oficialmente, o maior tenista do mundo.
Edinanci Silva – Judô
Natural de Sousa (PB), Edinanci Silva se tornou uma referência no judô brasileiro e foi a primeira mulher a disputar quatro edições dos Jogos Olímpicos.Entre seus maiores feitos no esporte, destacam-se as duas medalhas de bronze nos Campeonatos Mundiais de Judô de Paris 1997 e Osaka 2003, além dos dois ouros nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo 2003 e Rio 2007. Nos Jogos Olímpicos, a judoca obteve o quinto lugar na edição de Pequim 2008.
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Afrânio Costa – Tiro Esportivo
Afrânio Costa nasceu em Macaé (RJ) e foi o responsável por conquistar a primeira medalha brasileira na história dos Jogos Olímpicos: prata na prova de pistola livre, em 1920. Também conquistou o bronze por equipes.
Advogado e diretor de tiro esportivo do Fluminense, Afrânio ajudou a construir o primeiro estande para os atletas no clube. Foi justamente nas Laranjeiras que a equipe brasileira se preparou para sua estreia em Jogos Olímpicos.
O atirador foi também o chefe da delegação de tiro na Antuérpia, sendo o responsável por pedir equipamentos emprestados aos americanos, já que os brasileiros tiveram os seus materiais roubados.
Daiane dos Santos – Ginástica Artística
Primeira campeã mundial da ginástica artística brasileira, em Anaheim 2003, Daiane dos Santos sempre teve o solo como especialidade. Foi neste aparelho que a gaúcha se tornou um dos principais nomes da modalidade no início do século 21.
Em parceria com o treinador ucraniano Oleg Ostapenko, Daiane criou dois movimentos que foram eternizados pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) e hoje levam o seu nome: o duplo twist carpado (Dos Santos I) e o duplo twist esticado (Dos Santos II).
Somando suas participações nos Jogos Pan-americanos Winnipeg 1999, Santo Domingo 2003 e Rio 2007, a ginasta possui cinco medalhas: duas de prata e três de bronze.
