Era preciso vencer para mudar de turma. E o Inter fez isso na noite desta quarta-feira (23). Mas no 2 a 1 sobre o Santos na Vila Belmiro, foi mais do que isso. Em seu melhor jogo no Brasileirão desde a segunda rodada, o time de Roger Machado venceu sua primeira partida como visitante e saltou para a 10ª posição após 16 rodadas — e 15 partidas.
No domingo (27), faz sua última partida pela competição, em casa contra o Vasco, antes de iniciar a disputa das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Fluminense.
Pela terceira vez desde a retomada do Brasileirão, Roger usou o mesmo time. Ele repetiu o trio ofensivo no meio com Carbonero, Alan Patrick e Wesley, com Borré na frente. Atrás deles, Thiago Maia e Bruno Henrique.
No Santos, Cléber Xavier optou por um centroavante, Deivid Washington, deixando Neymar como armador.
Vantagem nos primeiros 45 minutos
O Santos quis fazer valer o fator local já desde o início. Antes do segundo minuto, Rollheiser recebeu na área pelo lado direito, trouxe para o pé direito e chutou, à esquerda da trave de Rochet.
Aos nove, o time da casa chegou ao ataque com Deivid Washington, que ficou no um contra um com Vitão tendo Neymar entrando do outro lado. Vitão, porém, foi mais esperto e cortou.

Na saída para o ataque, o Inter avançou e Alan Patrick encontrou Carbonero sozinho na esquerda. O colombiano teve calma para driblar um precipitado Brazão e apenas rolar para o fundo da rede: 1 a 0.
O gol fez bem para o Inter, que aproveitou a instabilidade do adversário. Aos 13 minutos, Bruno Henrique desarmou Guilherme e iniciou o ataque, que teve Borré indo à linha de fundo. O cruzamento chegou a Carbonero, que dominou, ajeitou mas concluiu por cima do travessão.
Vitão, aos 16, teve a chance do segundo gol. Ele subiu mais alto do que a zaga santista em cobrança de falta de Alan Patrick mas seu cabeceio passou ao lado da trave.
Aos poucos, o Inter baixou demais as linhas e foi permitindo ao Santos se aproximar da área. Eram escanteios em sequência mas com poucas chances.
Aos 33, porém, um erro de Bernabei, que cruzou a bola em frente à própria área, virou ataque para os mandantes. Neymar encontrou Escobar entrando na área sozinho. Rochet saiu na hora certa e salvou. E, no rebote, Aguirre bloqueou a conclusão de Barreal.
Aos 37, Thiago Maia roubou a bola no meio e passou para Wesley. Na velocidade, o ponta direita cruzou rasteiro. Borré chegou batendo, mas errou a passada e não conseguiu concluir.
No minuto seguinte, foi o Santos quem esteve perto. Bernabei perdeu a bola na ponta, Rollheiser cruzou na cabeça de Neymar. Rochet fez um milagre. Só que o uruguaio ficou mais de oito segundos com a bola, e, pela primeira vez em jogos do Inter, foi aplicada a regra que transforma essa infração em escanteio. Para a sorte colorada, o lance foi afastado pela defesa. Depois, Rollheiser concluiu por cima.
Aos 42, o Inter escapou. Neymar encontrou Deivid Washington na entrada da área. O menino fez uma jogada de centroavante. Girou e concluiu. Rochet voou, mas a bola raspou na trave e saiu.
No primeiro minuto dos acréscimos, foi a vez de o Inter levar perigo. Começou a jogada em um desarme de Borré na defesa. Dali, a bola foi rodando até Carbonero dar um passe excelente para Wesley.
O atacante colorado tentou cavar na saída de Brazão, mas o goleiro levou a melhor. Foi o último lance do primeiro tempo, que terminou bem para o Inter.
Placar ampliado na etapa final
Roger manteve o time na volta do vestiário. E em menos de 30 segundos, quase ampliou a vantagem. Wesley recebeu na linha de fundo e cruzou rasteiro, exatamente onde estava Borré. A conclusão foi forte, de pé direito, mas Brazão fez um milagre.
Aos sete, o Inter teve mais uma chance. De novo começando a jogada no campo de defesa, em um corte de Bruno Henrique e sequência de Wesley. Aguirre pegou a bola, tabelou com Borré e avançou.
O cruzamento do argentino para Carbonero foi cortado parcialmente pela defesa, mas o rebote ficou com Borré, que rolou para Alan Patrick, mas seu chute foi por cima do travessão.
Aos 10 minutos, foi o Santos quem levou perigo real. Após um cruzamento da esquerda, a bola desviou na defesa e foi para a área. Rochet saiu atrasado e Deivid Washington cabeceou. A bola deu na trave e não entrou. Pouco depois, em uma saída de bola errada de Victor Gabriel, Neymar recebeu de Rollheiser e chutou por cima.
Foi a senha para Roger mexer na equipe. Ele tirou, aos 13, Carbonero e Bruno Henrique, e colocou Bruno Tabata e Luis Otávio.
A primeira participação de Tabata foi interessante. Aos 19, ele driblou Barreal e cruzou para Borré, no segundo pau. Mas a bola ficou alta demais e o cabeceio saiu alto.
Aos 26, Alan Patrick cobrou um escanteio curto para Thiago Maia e recebeu de volta. Na área, ele foi cruzar e Escobar bloqueou. Com a mão.
Chamado pelo VAR, o árbitro marcou pênalti. A cobrança de Borré, aos 29, foi perfeita, com goleiro de um lado e bola para o outro, no alto: 2 a 0.
Foi o último ato do centroavante, que saiu para a entrada de Valencia. Na mesma parada, Roger trocou Thiago Maia por Diego Rosa.
Neymar teve mais um capítulo de seu duelo com Rochet. Ele cabeceou, na área pequena, e o goleiro fez outra grande defesa.
Roger ainda trocou Wesley por Alan Benitez já nos minutos finais. O Santos acabou premiado nos acréscimos. Um chute cruzado de Souza desviou na defesa e caiu nos pés de Barreal, 2 a 1.
O Inter desligou. Aos 50, Neymar encheu o pé, Rochet defedeu parcialmente, a bola deu na trave, correu a linha e não entrou, apesar das reclamações dos santistas. Mas o time gaúcho escapou e comemorou os três pontos.