No Dia do Motorista (25), a homenagem vai para aqueles que fizeram da direção um modo de vida. Nesta reportagem, dois veteranos da estrada compartilham memórias e refletem sobre as coisas que os mantêm firmes nesse caminho. Afinal, o volante se tornou o grande companheiro de jornada, e os trajetos, cenários de histórias marcantes.
Valdir Tealmo Rammé, o “mão de onça”
Na próxima segunda-feira (28), Valdir Tealmo Rammé completa 80 anos, quase 60 deles dedicados à estrada. Conhecido como “Mão de Onça”, apelido que carrega com bom humor, ele se orgulha da longa trajetória como caminhoneiro.

Foto: Camilla Constantin/O Líder
Valdir começou cedo ajudando o pai na lavoura e na serraria. Entretanto, foi ao aprender a dirigir que descobriu a sua verdadeira vocação. Desde então, rodou por todos os estados brasileiros e também por diversos países da América do Sul, experiência que guarda com carinho.
Ele, que já chegou a ficar mais de 70 dias longe de casa, hoje faz apenas rotas curtas: passa a semana fora e volta nos fins de semana. “Se preciso de algo, estou perto de casa. E assim também posso descansar e aproveitar mais tempo com a minha esposa.”
Questionado sobre o que o mantém motivado a continuar trabalhando, mesmo após tantos anos, Valdir não hesita: o amor pela profissão. “Ter amor pelo que faz é o mais importante. Isso me motiva a levantar todas as manhãs.”
Entretanto, ele reconhece que é importante saber a hora de parar, o que deve acontecer em breve. “Quero aproveitar a saúde e a disposição para viver com mais tranquilidade”, afirma. Apaixonado pelo que faz, ele aproveita a data para deixar um grande abraço a todos os profissionais da estrada.
José Carraro, o “Zé”
Aos 70 anos, José Carraro, conhecido por todos como “Zé”, segue firme no volante. Há cerca de três meses iniciou uma nova etapa, desta vez como motorista de táxi, mas a sua história com a profissão começou bem antes. Já foi caminhoneiro e atuou mais de 20 anos como motorista de ônibus, uma fase que guarda com carinho pelas histórias vividas e pelas amizades construídas ao longo do caminho.

Foto: Camilla Constantin/O Líder
Durante a semana, Zé transportava alunos para a faculdade; nos fins de semana e nas férias, conduzia grupos em viagens de turismo para os mais diversos destinos. “Fiz muitas amizades, cada viagem é única e carrega aprendizados diferentes.”
Com o tempo, sentiu que era hora de desacelerar. O táxi surgiu como alternativa para se manter ativo, mas com mais liberdade na rotina. Agora, ele pode descansar entre as corridas e estar em casa à noite.
Com ponto fixo na rodoviária, observa o movimento dos ônibus com uma ponta de saudade. “Sempre trabalhei com empresas sérias e responsáveis. Gosto tanto que às vezes sinto vontade de voltar, mas são fases. Hoje estou feliz assim”, garante.
Ele conta que adora a rotina como motorista, principalmente por estar em contato com as pessoas. Em tom de carinho e respeito, deixa uma mensagem aos colegas de profissão: “Desejo um bom trabalho a todos os colegas de estrada: caminhoneiros, motoristas de carro pequeno, de ônibus. Que Deus abençoe a todos.”