O GOLPE TÁ AÍ - 26/09/2025 19:47 (atualizado em 26/09/2025 20:13)

Praticamente todo dia uma pessoa é vítima de estelionato em Maravilha

Dados da Polícia Civil acendem alerta sobre o tema
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Delegado João Luiz Miotto, responsável pela Delegacia de Polícia Civil da Comarca de Maravilha, compartilha informações e orientações

Os crimes de estelionato têm se tornado cada vez mais sofisticados e preocupantes. Em Maravilha, o cenário acende um alerta. Segundo o Delegado João Luiz Miotto, responsável pela Delegacia de Polícia Civil da Comarca de Maravilha, o número de casos chama a atenção. “Aqui no município, os golpes de estelionato continuam preocupando. Só em 2024 foram mais de 340 casos, e em 2025 já passamos de 230 registros até setembro. Ou seja, quase todo dia alguém cai em algum golpe”, revela.

Segundo ele, os golpes são variados e estão em constante evolução. “Os criminosos se adaptam e criam novas estratégias para enganar. Usam promessas, ameaças, manipulação emocional... tudo isso com o objetivo de persuadir a vítima a entregar dinheiro ou dados pessoais”, explica o Delegado. 

Geralmente, quando um golpe fica muito conhecido, os criminosos criam novas narrativas ou buscam se adaptar a situações que estão ocorrendo no momento, para enganar as vítimas. Os golpistas utilizam técnicas de engenharia social, explorando fragilidades humanas para aplicar os golpes. “São roteiros que exploram gatilhos como a confiança, medo, intimidade e urgência. Estas estratégias são utilizadas para que as vítimas não percebam que estão sendo manipuladas”

Para o Delegado, os valores subtraídos através destes crimes contribuem para fortalecer o crime organizado. Esta tendência segue em alta por todo o país. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelou que, no Brasil, os registros de estelionato passaram a superar os de roubo a partir de 2020. Os dados apresentam uma crescente, que demonstra como a criminalidade tem se apropriado desta estratégia para obter ganhos financeiros.

Outro ponto que merece atenção, é a apropriação de ferramentas da internet para aprimorar e ampliar o alcance dos golpes. A pesquisa também revelou que, em 2024, Santa Catarina registrou 105.316 casos de estelionato. Deste total, mais de 72 mil ocorrências foram praticadas por meio eletrônico.

CONHECER PARA PREVENIR
Divulgação

Confira alguns exemplos de golpes que o Delegado Miotto já identificou em Maravilha e região. Segundo ele, ao conhecer algumas das estratégias utilizadas pelos criminosos, a comunidade pode redobrar ainda mais a atenção.

Perfil falso no WhatsApp
O fraudador se passa por outra pessoa e envia mensagens junto a amigos e familiares solicitando transferências de dinheiro ou informações sensíveis. Existem casos onde os golpistas chegam a clonar contas de WhatsApp, induzindo as vítimas a fornecer o código de segurança, fazendo com que percam o acesso ao aplicativo de mensagens. Assim, o criminoso utiliza os contatos da vítima para tentar conseguir dinheiro.

Falso empréstimo
O golpista oferece crédito rápido, mas exige um depósito antecipado de taxas e depois some com o dinheiro.

Falso Advogado
Os criminosos se passam por advogados ou funcionários de escritórios e solicitam pagamentos indevidos, muitas vezes utilizando dados reais das vítimas.

Phishing (e-mail, SMS e redes sociais)
Envios de mensagens com links fraudulentos que levam a páginas falsas para capturar dados bancários ou pessoais da vítima, ou para realizar o download de programas de acesso remoto. Na maioria das vezes, essas mensagens falsas exploram um tema urgente, para instigar a pessoa a clicar, seja por preocupação ou por curiosidade.

Falsa venda
Criação de sites ou perfis em redes sociais que vendem produtos inexistentes, com preços muito atrativos, mas não entregam ao comprador. Falso intermediário O criminoso engana comprador e vendedor ao mesmo tempo, ficando com o dinheiro sem entregar nada.

Falso investimento
Prometem lucros rápidos, especialmente em criptomoedas, com confiança gradual e múltiplos aportes  até o golpe final. O criminoso instiga a vítima a investir cada vez mais e ela acaba perdendo tudo.

Troca ou clonagem de cartão físico
Golpistas se passam por funcionários de banco ou rede de lojas, trocam o cartão da vítima ou clonam seus dados em maquininhas adulteradas. Em alguns casos, os golpistas vão até as vítimas e pedem o cartão de crédito.

Falsa central telefônica
Criminosos entram em contato por telefone ou mensagem, fingindo ser de empresas, bancos ou centrais de atendimento (0800). O objetivo é obter dados pessoais, induzir ao pagamento de boletos, ou ao download de programas de acesso remoto.

Sequestro da linha telefônica (portabilidade fraudulenta)
Fraudadores transferem o número da vítima para outro chip, possibilitando o recebimento de códigos de autenticação e
o acesso a contas bancárias entre outros serviços.

Falso leilão
Sites falsos oferecem carros e outros bens com preços muito baixos. A vítima paga, mas o bem não existe. Neste caso,
é importante ficar atento a url dos sites, pois os fraudadores costumam mudar um pequeno detalhe, como uma letra no endereço eletrônico, direcionando a vítima para um site fraudulento.

Golpe da tarefa/emprego
Promete renda fácil e rápida pela internet, mas cobra taxas de cadastro ou cursos que não existem.

Falso boleto
Criminosos utilizam o mesmo layout de boletos de instituições financeiras, mas o dinheiro acaba sendo direcionado diretamente ao criminoso. Portanto, ao pagar boletos, é de extrema importância se atentar à informação referente ao beneficiário.

Falso sorteio
A pessoa é avisada que ganhou um prêmio, mas precisa pagar uma taxa ou clicar em um link. Recentemente, na região, criminosos se passaram por redes de supermercados para aplicar estes golpes.

ATENÇÃO REDOBRADA!

“Desconfie sempre de pressa, de ofertas boas demais e nunca compartilhe senhas ou códigos. Sempre confira os boletos e sites nos canais oficiais. E quando tiver dúvida, procure a Polícia Civil “, aconselha o Delegado Miotto. Ele também orienta que, tanto no âmbito familiar, quanto em empresas, sejam alinhados combinados ou processos internos diante de situações suspeitas que envolvem pedidos financeiros. Por exemplo, combinar pessoalmente uma palavra-chave ou um código no momento de falar sobre valores.

Além disso, sempre buscar checar as informações com outras fontes oficiais antes de clicar em links suspeitos ou realizar transferências financeiras. A autoridade policial ainda sugere que, mesmo que a vítima opte por não dar continuidade à investigação, é importante registrar o boletim de ocorrência sobre o fato. “Esses dados ajudam em investigações futuras e são essenciais para mapear o cenário local. Quanto mais registros, melhor conseguimos entender a realidade e incentivar a criação de políticas públicas”, afirma.

Já ouviu falar no Mecanismo Especial de Devolução?

O delegado também compartilhou a possibilidade de a vítima acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), uma solução exclusiva para o Pix, criada para facilitar as devoluções em caso de fraudes. Para fazer uso deste recurso é necessário registrar o pedido de devolução na sua instituição bancária em até 80 dias da data em que você fez o Pix, em caso de ser vítima de fraude ou golpe.

Atualmente, a devolução dos recursos é feita apenas a partir da conta originalmente utilizada na fraude – mesmo que ela seja de um banco diferente do seu. Contudo, os fraudadores buscam retirar rapidamente os recursos dessa conta e transferi-los para outras. Assim, quando o cliente faz a reclamação, é comum que a conta reclamada não possua fundos para viabilizar a devolução. Diante deste cenário, o Banco Central anunciou mudanças no mecanismo, visando identificar possíveis caminhos dos recursos. De acordo com a autarquia, essa identificação vai ser compartilhada com os participantes envolvidos nas transações e permitirá a devolução de recursos em até 11 dias após a contestação. A nova funcionalidade estará disponível para uso facultativo a partir de 23 de novembro e, a partir de 2 de fevereiro de 2026, a funcionalidade será obrigatória.

Outra novidade, segundo o Banco Central, é a disponibilização a partir de 1º de outubro da funcionalidade para que uma transação possa ser facilmente contestada no ambiente Pix nos respectivos aplicativos, sem a necessidade de interação humana.

Veja como acionar o MED atualmente:
Divulgação Banco Central do Brasil




Fonte: Tamara Finardi/ O Líder/ WH Comunicações
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