PLANEJAMENTO - 23/12/2025 08:34

Como fazer resoluções de ano novo que se concretizem?

Mentora de mulheres Fabi Krause elenca algumas práticas norteadoras
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Fabi Krause, mentora de mulheres (Foto: Divulgação)
Todo fim de ano carrega uma promessa silenciosa de mudança. Nos próximos dias, listas serão feitas, metas traçadas e a sensação de que “agora vai” se espalhará entre planos de cuidar melhor da saúde, investir na carreira ou reorganizar a vida pessoal. Com o passar do tempo, porém, muitas dessas resoluções ficam pelo caminho, substituídas pela frustração e pela sensação de não conseguir transformar intenção em prática.
Mas por que tantas metas de ano novo não se sustentam? Para entender esse movimento e apontar caminhos possíveis, a nossa equipe de reportagem conversou com Fabi Krause, mentora de mulheres. Segundo a especialista, o problema raramente está na falta de vontade, mas na forma como as mudanças são pensadas, estruturadas e incorporadas à rotina.

Quando o objetivo não é forte o suficiente
Para Fabi Krause, o entusiasmo costuma falhar porque está apoiado apenas na vontade, e não em um objetivo forte o suficiente para atravessar o tempo e as dificuldades do cotidiano. Ela destaca que mudar não é apenas decidir algo em um determinado momento, mas sustentar essa decisão, até que ela se transforme, de fato, em uma mudança no modo de pensar e de agir. 
Nesse processo, receitas prontas tendem a falhar. “Receita pronta funciona para fazer bolo. A matemática da vida é outra, porque depende de inúmeros fatores: cultura, ambiente, contexto, crenças, pessoas”, afirma.
Outro ponto central é a construção da rotina. Para a mentora, a chamada “rotina inteligente” é aquela possível de manter, que atende as necessidades e demandas de cada um. 

Motivação passa, hábito fica
Na avaliação de Fabi Krause, a diferença entre uma motivação momentânea e um hábito duradouro está diretamente ligada aos motivos que sustentam a ação. Segundo ela, as pessoas só se movem, de fato, por razões que fazem sentido para a própria história e momento de vida.
Enquanto a motivação tende a ser imediata e emocional, os hábitos duradouros exigem disciplina, foco e visão de longo prazo. “Hábitos duradouros tem a ver com verdade, com disciplina, com foco, com visão, é para o longo prazo, você vai fazer apesar de, e ainda que nem sempre esteja disposto, você vai lá e faz.” 
A mentora exemplifica com a própria trajetória. Aos 38 anos, ela afirma que desde os 35 fala sobre o projeto “40+”, pensando em como as escolhas atuais reverberam no futuro. Ela também chama atenção para a relação entre corpo, mente e espiritualidade, defendendo que essas dimensões caminham juntas. Ignorar uma delas, segundo Fabi, cobra um preço mais adiante. “Uma mente forte não habita um corpo fraco, e um corpo fraco não sustenta uma mente forte. Em algum momento, a vida vai te cobrar isso.” 
  
Na prática
Para quem está criando suas resoluções de ano novo, Fabi Krause propõe um exercício de reflexão antes de qualquer lista. Segundo ela, são as perguntas que nos movem, não as respostas. “Qual a vida que você realmente deseja viver? As escolhas que você faz hoje te aproximam ou te distanciam dessa vida?”, provoca.
Inspirada no clássico Alice no País das Maravilhas, a mentora alerta: quem não sabe para onde quer ir acaba aceitando qualquer caminho e, muitas vezes, se contenta com o que sobra. É nesse espaço que as frustrações começam a surgir. 
A partir disso, ela elenca algumas práticas norteadoras:
1º passo | Nomeie o seu ano com uma palavra
Funciona como a capa de um filme e será o norteador do foco ao longo do ano.
2º passo | Defina o cenário de vida ideal
Imagine: o que você tem, quem está com você, quais lugares frequenta. Esse cenário ajuda na tomada de decisões.
3º passo | Determine seus inegociáveis
É a sua estrutura, a base que sustenta suas escolhas, seus valores e suas causas.
4º passo | Estabeleça uma rotina inteligente
É como um roteiro: o que fazer, como fazer e quando fazer. Traz clareza, objetividade e produtividade.
5º passo | Identifique o caminho até o objetivo
Pense como um mapa. Saber por onde passar é tão importante quanto saber onde quer chegar.

Recomeçar, começar ou seguir?
Para Fabi Krause, a organização sempre será a chave. Para ajudar a refletir sobre o momento de vida de cada pessoa, ela propõe uma metáfora simples: observar em qual porta está. Recomeçar é usar uma nova chave em uma porta que você já conhece, mas cuja chave se perdeu ao longo do caminho. Começar, por sua vez, é segurar uma chave inédita diante de uma porta totalmente nova, desconhecida, que só você poderá abrir. Já seguir é reconhecer uma porta familiar: a chave já está na mão e você sabe o que encontrará do outro lado, afinal, deixou tudo organizado quando saiu.
Segundo a mentora, compreender em qual desses momentos está é fundamental. “Chegará o momento em que você estará tranquilo em manter aquilo que já conquistou, e não desesperado para (re)começar”, afirma.
Fabi também relativiza a pressão simbólica do calendário. Para ela, a virada do ano representa apenas um milésimo de segundo entre um dia e outro. O mundo não acaba quando o relógio marca meia-noite, mas as escolhas feitas no presente — essas, sim — permanecem e constroem o caminho adiante.
Fonte: Camilla Constantin/ WH Comunicações
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