EDUCAÇÃO FINANCEIRA - 23/12/2025 08:45

Economista explica como organizar as finanças para 2026

Cássia Ternus aborda como montar um planejamento realista e sustentável a longo prazo
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Cássia Ternus é Doutora em Economia (Foto: Divulgação)
O início de um novo ano costuma ser acompanhado por expectativas, planos e resoluções. Entre elas, a organização da vida financeira aparece como uma das mais importantes, especialmente após um período marcado por gastos extras, como as festas de fim de ano, e por um cenário econômico que exige cada vez mais atenção ao orçamento doméstico.
Planejar as finanças vai além de cortar despesas. Envolve reorganizar prioridades, estabelecer metas realistas e criar hábitos que ajudem a lidar melhor com contas fixas, imprevistos e oportunidades. Nesse contexto, a educação financeira se torna uma ferramenta essencial para garantir mais equilíbrio, segurança e qualidade de vida ao longo do ano.
Para ajudar os leitores a entender por onde começar e quais cuidados adotar no planejamento de 2026, conversamos com a economista Cássia Ternus. Na sequência, confira a entrevista na íntegra. 

1.⁠ ⁠O que as pessoas podem fazer agora, na reta final do ano, para começar 2026 com as finanças organizadas?
Um dos melhores exercícios para organizar as finanças é olhar para as escolhas do passado. O período de final de ano é propício para construir uma nova forma de olhar para o dinheiro e, com isso, construir resultados mais consistentes nos próximos dias, meses e anos. Então, para iniciar, procure escrever suas escolhas financeiras de 2025, liste aquelas que você se orgulha e que estavam alinhadas com seus objetivos e, também, aquelas que você se arrepende ou que gostaria de poder reverter. 
Questione-se sobre os comportamentos financeiros que gostaria de deixar em 2025, quais seguirão para 2026 e quais serão construídos a partir do próximo ano. Caso ainda não tenha o hábito de acompanhar seu fluxo financeiro (entradas e saídas) se proponha a fazer isso por uma semana. Ao final dela, procure refletir sobre quais pontos gostaria de melhorar. Faça uma limpeza estratégica, tirando da sua vida aquilo que consome dinheiro, mas não agrega mais: serviços de streaming, assinaturas, itens que podem ser vendidos ou doados. Tudo isso servirá de subsídio para um planejamento mais consistente e poderá guiar suas decisões no futuro. 

2.⁠ ⁠Como montar um planejamento financeiro realista e sustentável a longo prazo?
O ideal é construir algo que seja factível, não precisa ser necessariamente fácil – depende das metas de cada um – mas precisa ser possível de ser realizado. Para isso, é fundamental conhecer a realidade financeira, ou seja, quais são as entradas, os gastos mensais, as dívidas. Sem clareza do fluxo financeiro, qualquer planejamento ficará solto e com baixa probabilidade de execução.
O próximo passo é definir as prioridades, quando não temos prioridades perdemos o foco com muita facilidade, o que nos leva a abandonar o planejamento. Para que as prioridades sejam atendidas, é importante definir metas claras com prazos definidos, assim é possível estabelecer um caminho a ser seguido. 
Lembre-se que imprevistos e oportunidades são comuns no dia a dia, por isso é importante estar preparado para ambos cenários. Revise o planejamento mensalmente, especialmente para avaliar se as metas estão sendo atingidas e se há espaço para ajustes. O planejamento será sustentável se couber na rotina e tiver propósito, caso contrário, ficará apenas no papel. 

3.⁠ ⁠Quais hábitos simples ajudam a economizar no dia a dia?
Existe uma série de micro hábitos que muitas vezes negligenciamos, mas que contribuem muito para resultados financeiros. Alguns deles: anotar os gastos diários e analisar; definir um teto para gastos variáveis (ex.: alimentação fora de casa, lazer), pagar-se primeiro se o objetivo for guardar mais dinheiro, planejar refeições para evitar gastos desnecessários, utilizar cartão de crédito com estratégia e definir um limite condizente com a sua realidade para ele; estabelecer um "valor livre” para gastos sem culpa; ir ao mercado com lista; revisar assinaturas/planos a cada três meses.
É importante destacar que colocar todos em prática ao mesmo momento pode gerar sobrecarga, por isso, escolha aqueles que são possíveis no momento e incorpore um novo a cada mês ou a cada dois meses.

4.⁠ ⁠Para quem quer começar a poupar e/ou investir, quais erros devem ser evitados?
Talvez o erro mais comum seja esperar sobrar um valor "considerável”, para depois decidir guardar. O mais importante para quem está começando é criar o hábito de fazer uma reserva todos os meses, mais do que a própria quantidade de dinheiro poupada/investida. 
Outro erro comum é começar sem organização, primeiro você organiza as finanças e com base nas informações define quanto será reservado todos os meses. 
Também é importante cuidar com promessas de retorno de alto e baixo risco, o mercado remunera melhor (maiores taxas de juros) àqueles que correm mais riscos (com maior chance de perder), por isso, quem está começando deve procurar investimentos que garantam liquidez (disponibilidade do recurso) e segurança. Para quem está começando, o conselho é formar sua reserva financeira, aquele valor que estará disponível quando for necessário. Nesse caso, o objetivo principal do dinheiro não é ter a maior remuneração, mas sim proporcionar a segurança. Depois da reserva formada, que em geral varia de 3x a 6x o custo de vida mensal, é possível pensar em diversificação do capital buscando com estratégia mais retorno. 

5.⁠ ⁠Que aplicativos ou métodos de controle financeiro você recomenda?
Existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas, desde caderno/agenda até planilhas financeiras ou aplicativos. O primeiro ponto é identificar o método que funciona para cada um e não desistir na primeira tentativa. Para quem está mais familiarizado com meios digitais, a sugestão é uma planilha financeira, em excel ou no drive (online) para evitar perder, ou então aplicativos. Aplicativos que têm boa aceitação do público são: Minhas Economias, Serasa (Minhas Finanças), Mobills. 

Fonte: Camilla Constantin/ WH Comunicações
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