CULTURA - 03/05/2022 08:09

Madonna Del Caravággio realiza “Notte Italiana” com entrega dos novos trajes

Evento ocorre na Linha Caravággio, interior de Guaraciaba
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A Associação Grupo Folclórico Italiano Madonna Del Caravággio, de Linha Caravággio, Guaraciaba realiza na próxima sexta-feira, 06, a “Notte Italiana” com a reza do terço em italiano no Santuário de Nossa Senhora de Caravággio de Linha Caravággio às 19h30. Conforme a diretora cultural Loiri Casagranda Schmitt, após a missa acontece jantar no Salão de Festas da comunidade.

Em seguida acontece a inauguração e apresentação do traje folclórico italiano com dançarinos e cantores, adquirido por meio de parceria firmada, com o Município de Guaraciaba. Segundo a diretora, o traje tem a finalidade de resgatar e divulgar a cultura dos ascendentes italianos por meio da caracterização típica. Para a aquisição dos trajes típicos, característicos da Região do Vêneto na Itália foram necessários R$ 24.480,00.

No dia 26 de Maio acontece a Romaria no Santuário de Nossa Senhora do Caravággio. Nesse dia, Dia de Nossa Senhora do Caravággio, será feriado em Guaraciaba.

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Histórico

A comunidade de Linha Caravággio – Guaraciaba – SC, foi colonizada, na década de 40, do século passado, por descendentes de italianos gaúchos. Estes trouxeram de terras longínquas sua cultura, a qual exprime toda a herança sociocultural de uma comunidade transmitida pelo convívio entre novas e velhas gerações.

 

Sabe-se, no entanto, que a cultura, para não cair no esquecimento, necessita de meios e agentes que possam resgatar, promover e divulgá-la às novas gerações. Nesse viés, no ano de 2007, quatro casais (Oscar Zampiva e Maria Alpini Zampiva; Leodir Rossetti e Marivane Demozzi Rossetti; Inacio Schmitt e Loiri Casagranda Schmitt; Iduir Zanin e Rosa Helena Pandolfo Zanin) se reuniram e fundaram o Grupo de Italianos Madonna di Caravaggio. Devido à grande adesão de famílias da comunidade, os dirigentes legalizaram o grupo em 2011, o qual passou a denominar-se  Associação Grupo Folclórico Italiano Madonna del Caravaggio se propôs a ser, a partir da sua fundação legal (10 de julho de 2011), agente de resgate, promoção e divulgação da cultura italiana, através de danças, cantorias, filós, jantares com pratos típicos da culinária italiana, reza do terço no dialeto italiano, relatos de fatos históricos envolvendo a colonização, apresentações em escolas e em outras entidade.

 

Todo esse trabalho cultural é planejado e implementado por 25 famílias que mantêm relações e vivências da cultura italiana, perfazendo um total de 60 integrantes (crianças, jovens e adultos).

 

A Associação se disponibiliza em, através de cursos de dança folclórica e estudos diversos sobre a colonização italiana, fazer um resgate da cultura italiana em seus diversos aspectos (costumes, tradições, crenças...) e  em participar, gratuitamente, de atividades culturais organizadas por outras entidades (no estado ou em outros estados), priorizando atividades promovidas pelo Município de Guaraciaba, pelas Redes Municipal e Estadual de Educação, pois se entende que há a necessidade de as novas gerações conhecerem o passado e a cultura trazida do norte da  Itália – principalmente da região do Vêneto – de onde vieram os nossos antepassados.

Quando os imigrantes italianos vieram para o Brasil, em 1875, a Itália ainda era dividida em reinados, sendo que a maioria que migrou para o sul do Brasil veio das atuais regiões do Vêneto, Trentino, Alto Adige, Friuli, Venezia, Giulia e Lombardia. A colonização italiana, no oeste catarinense, se deu a partir de 1916 quando as famílias de italianos e/ou famílias de descendentes que colonizaram o Rio Grande do Sul começaram a casar seus filhos e sentiram a necessidade de buscar novas terras, sendo assim as companhias colonizadores começaram a vender as terras do oeste e extremo oeste catarinense.

Nessa realidade, encontra-se a comunidade do Caravaggio – Guaraciaba – SC, que foi colonizada, a partir de 1946, por filhos de imigrantes italianos (Brustolin, Rebelatto, Perondi, Casagranda, Montagna, Alba...) vindos dos municípios gaúchos de Guaporé e Encantado.

Mesmo os italianos sendo de diversas regiões italianas, a maioria que veio era proveniente da atual Região do Vêneto e, por serem em maioria, logo houve uma mescla de culturas no dialeto, na gastronomia, nos modos e costumes, em geral, porém a cultura Vêneta se sobrepõe. Hoje, nas regiões oeste e extremo oeste catarinense predominam descendentes de Vênetos e, em especial, das províncias de Belluno, Treviso, Padova e Vicenza.

Salienta-se, portanto, que a escolha do traje se deu a partir da necessidade de valorizar e honrar os antepassados, repassando à atual geração e às futuras a preservação dessas tradições culturais de inestimável valor. Sabe-se, pois, que o traje carrega consigo toda uma história cultural da região do Vêneto, a qual, no momento de apresentações (danças, cantoria, filó desfiles, jantares...) em eventos e roteiros turísticos, será divulgada para o conhecimento dos turistas e público em geral que se fazem presentes nos eventos.

 

Pode-se, enfim, dizer que a caraterização dos dançarinos e cantores com traje típico do Vêneto certamente atrairá maior atenção e interesse de todos os públicos (crianças, jovens e adultos) tanto da etnia italiana quanto de outras etnias.  

Destaca-se, portanto, que o traje dos dançarinos e cantores da Associação Grupo Folclórico Italiano Madonna Del Caravaggio representa o traje festivo, do início de 1800, da localidade de Rocca Pietore, região alpina de Belluno, Vêneto.

Ao final do inverno, com a chegada da nova estação, quando a natureza chega com cores brilhantes e vivas, e os dias ficam mais longos e mais quentes, as pessoas de Rocca Pietore abandonavam as severas roupas que usavam durante os longos meses de inverno para usar seus trajes da nova estação. Os trajes demostravam toda a vivacidade e alegria de um povo, usando cores mais vivas, as mulheres usavam seus aventais pregueados de cores fortes e seus xales finamente adornados em macramê. O vestido de modo geral era o mesmo, porém nessa época do ano o que mudava era o avental e xale, sem o uso de casacos. Os homens usavam apenas os coletes que também eram feitos em cores vivas e brilhantes. Era comum as pessoas utilizarem seus trajes alegres na ocasião das missas e das festas de Pentecoste, Corpus Christi e Santíssima Trindade. Era o momento onde mostravam seus trajes com muito orgulho e vaidade.     

 

Recursos para viabilizar o projeto:

 

Para a aquisição dos trajes típicos, característicos da Região do Vêneto - Itália, foram necessários R$ 24.480,00 (vinte e quatro mil, quatrocentos e oitenta reais), por meio da parceria firmada com o Município, para pagamento de trajes típicos para os participantes do projeto.

 

Aquisição de 17 trajes típicos femininos:

 

Saia preta pregueada, com 3 alturas de tecido, com barra vermelha interna, adornada com fitas de veludo, o corpo do vestido é em tecido preto forrado, com adornos de veludo e de abotoar na parte frontal. Saia de armação branca em algodão e bordado inglês, calçola em algodão e bordado inglês, avental liso e em pregas, adornado com fitas na parte da frente, camisa branca em algodão, com mangas bufantes e adornos de bordado inglês em algodão nas mangas, meias tricotadas na cor branca conforme a região, lenço duplo com franjas em macramê artesanal.

 

Aquisição de 17 trajes típicos masculinos:

 

Camisa branca franzida em algodão, colete vermelho/verde (com duas cores), forrado e botões dourado, lenço de pescoço, calça u marrom com detalhes em vermelho, faixa adornada e meias tricotadas brancas conforme região.

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Fonte: Inácio Rohden/Rádio Raio de Luz FM com informações da Assessoria de Imprensa
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