Terceira
maior indústria de leite UHT do Sul do Brasil, a Cooperoeste concluiu na noite
desta quarta-feira (20), a compra da primeira agroindústria da região montada
dentro de um assentamento. A aquisição da indústria de queijos e leite tipo C,
localizada na comunidade de Dois Irmãos, em São Miguel do Oeste, faz parte do
plano de expansão da Cooperoeste, que tem como meta atingir a produção de um
milhão de litros de leite por dia, até 2026.
Em
1996, a então Associação 25 de Maio foi a pioneira e nasceu com foco o mercado
local. Logo surgiu uma associação semelhante em assentamentos da reforma
agrária de Anchieta e outra de São José do Cedro. A Cooperoeste foi criada
meses depois para industrializar e comercializar a produção dessas comunidades
em volume e formato capaz de atender a outros mercados
“A
25 de Maio foi a mãe de todas as cooperativas ligadas a reforma agrária. Agora
a filha Cooperoeste abraça a mãe para fortalecê-la e otimizar a produção que
tem aqui. Para gente é um momento muito especial”, comentou o presidente da
Cooperoeste, Sebastião Vilanova.
As
duas cooperativas produzem para a marca Terra Viva, e isso não vai mudar.
Antes, onde uma atuava com queijo a outra oferecia o leite UHT. Agora os
produtos levarão um só CNPJ. “Tudo o que produzíamos aqui era facilmente
vendido, mas a concorrência estava diminuindo a nossa margem. Já não tínhamos
mais como brigar com as grandes empresas. Já a Cooperoeste está em outro
patamar. Tem estrutura, logística, e poder econômico para fazer as melhorias
necessárias e até ampliar a produção, justificou o presidente da 25 de Maio,
Adelar Bavaresco.
E
segundo o diretor financeiro da Cooperoeste, Aldo Postal, a ampliação da
agroindústria da Dois Irmãos está mesmo no radar da Cooperoeste. “Aqui já
existe uma boa produção de queijo, requeijão, e bebidas lácteas. A unidade
trabalha com 25 a 30 mil litros de leite por dia. Nós queremos ampliar esse
volume. Ainda estamos levando os dados de quanto será esse investimento. Uma
coisa é certa: teremos que ampliar a capacidade da rede elétrica. E também
temos uma preocupação com a estrada. Há a promessa de irão fazer a pavimentação
asfáltica até uma comunidade aqui próxima. Esperamos que o asfalto possa chegar
até a esta agroindústria”, enfatizou Aldo Postal.
A
negociação entre as duas cooperativas iniciou ainda no ano passado. Foram
diversas reuniões até alinhar o acordo. A intenção de venda foi comunicada aos
funcionários da 25 há três semanas e sacramentada nesta quarta-feira à noite,
durante a Assembleia Extraordinária da Cooperativa.
O
superintendente da Cooperoeste, Marcelo Kehl, tranquilizou funcionários,
fornecedores e clientes. “Será uma transição gradativa. Continuaremos coletando
o leite dos mesmos produtores. Manteremos os postos de trabalho. Muito em
breve, inclusive, novas oportunidades de emprego devem surgir. E os mercados
que recebem os produtos da 25, fiquem tranquilos. Teremos apenas pequenas
mudanças nas embalagens, mas os produtos continuaram chegando até a gôndola dos
supermercados com a mesma qualidade e frequência. É com alegria que fazemos
esse anúncio. Esse é um processo que vem dar continuidade a uma história de
sucesso, com algumas melhorias, para ganharmos ainda mais mercado”, comentou
Marcelo.