MEMÓRIAS E AFETOS - 26/09/2025 10:40

Reportagem retrata o universo dos colecionadores em Maravilha

Bernardo Barth, Edinásio Juliano Muller e Rodrigo Augusto Siqueira apresentam acervos e destacam a paixão pelo colecionismo
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Por trás das estantes, das caixas organizadas ou dos álbuns bem cuidados, há mais do que simples objetos reunidos ao acaso. Ali, há histórias únicas, afetos e motivações profundas que muitas vezes passam despercebidas. 
Além do prazer pessoal, o ato de colecionar é também uma forma de expressar identidade, de revelar com o que nos conectamos e como damos significado às coisas que nos cercam. Inspirados por essa temática, fomos em busca de três histórias que mostram a riqueza e a diversidade do colecionismo em Maravilha.

EDINÁSIO JULIANO MULLER
Coleção de Edinásio soma mais de cinco mil cartões telefônicos (Foto: Camilla Constantin/Líder)
O empresário Edinásio Juliano Muller transformou a sua trajetória em um verdadeiro museu pessoal. O hábito de colecionar surgiu de forma natural, ainda na infância. “Na época em que eu era criança, nos anos 1980, era tudo mais difícil. Não tínhamos brinquedos. Então, cada coisa que chamava atenção eu guardava, até mesmo algumas embalagens”, relembra.
Sua primeira coleção foi de chaveiros. E assim foi seguindo, passando por diferentes objetos ao longo do tempo: bonés, latinhas e, entre os destaques, uma impressionante coleção de cartões telefônicos, reunindo mais de cinco mil unidades. “Quantas pessoas ligaram para dar notícias importantes? Quantas conversas, pedidos? Cada item carrega histórias únicas”, comenta.
Além dos cartões telefônicos, ele também coleciona cartões de visita (cerca de três mil), reunindo nomes de empresas e profissionais de Maravilha e de diversas cidades por onde passou. Há ainda cartões de recarga de celular e canetas de diferentes estilos.
A coleção continua crescendo: moedas do Plano Real (1994 até os dias atuais), e agora o desafio de reunir exemplares a partir de 1956. Seu acervo é uma memória afetiva em construção.
Entre os itens mais especiais, estão também alguns rádios antigos e bicicletas. Uma delas, em específico (branca e azul), representa a realização de um sonho de infância, um desejo guardado por anos e concretizado já na vida adulta. 

BERNARDO BARTH
Na imagem, o rádio preferido de Bernardo Barth (Foto: Camilla Constantin/Líder)
A história de Bernardo Barth com o colecionismo começou em 2007, mas sua conexão com objetos antigos vem de muito antes. Farmacêutico aposentado, ele relembra o momento em que decidiu entrar nesse universo. “Um dia fui a uma exposição e aquilo chamou minha atenção. Na verdade, reacendeu um antigo interesse.” Quando criança, Bernardo adorava visitar o antiquário do tio, onde nasceu sua paixão por peças que atravessam o tempo.
Hoje, ele possui cerca de 50 rádios antigos, distribuídos entre sua casa e a sede da Associação Maravilhense de Artesãos e Artistas Plásticos, da qual é presidente. Como a Amarap faz parte da rota turística da cidade, decidiu expor parte da coleção ali, o que desperta a curiosidade e o encanto dos visitantes. Ele também já cedeu peças para exposições, como a realizada no Museu Municipal.
Além de adquirir alguns rádios, muitos foram garimpados. Em uma viagem ao interior do Rio Grande do Sul, por exemplo, encontrou alguns que estavam prestes a ser jogados fora por estarem velhos ou quebrados. Afinal, além de colecionador, ele é também restaurador, ofício que aprendeu na prática. 
Com o tempo, a coleção se expandiu: relógios de mesa e parede, motos e relíquias herdadas dos avós, como um lampião e um ferro de passar. Entre tantas peças, uma tem lugar especial: um rádio de 1930, vindo dos Estados Unidos. “Já me ofereceram um valor alto por ele, mas não aceitei. Faz parte da minha coleção. Tem valor emocional”, afirma.

RODRIGO AUGUSTO SIQUEIRA
Apaixonado por futebol desde criança, o advogado Rodrigo Augusto Siqueira transformou esse amor em uma coleção de camisas esportivas. Ao todo, são cerca de 150 peças oficiais, cuidadosamente organizadas, das quais aproximadamente 80 pertencem ao seu time do coração: o Grêmio. 
Rodrigo apresenta parte de sua coleção de camisas oficiais (Foto: Camilla Constantin/Líder)
A coleção começou justamente pelas camisas tricolores. Rodrigo possui todos os modelos lançados a partir de 1996, além de outras versões que considera especiais ou marcantes. Com o tempo, sua paixão pelo futebol o levou a ampliar o acervo, incluindo camisas de outros clubes, nacionais e internacionais.
Apesar de algumas peças terem mais significado, ele diz que é impossível eleger uma favorita. Entre as mais desejadas no momento, estão justamente aquelas camisas do Grêmio de antes de 1996, que ainda não fazem parte da coleção. “Muita gente acaba se desfazendo dessas peças antigas. Se alguém tiver peças que queira doar ou até mesmo negociar, podemos conversar”, enfatiza.
Futuramente, o objetivo é que as camisas possam ser expostas e admiradas por outros apaixonados pelo esporte.

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Fonte: Camilla Constantin/ WH Comunicações
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