"MARAVALHA" - 01/12/2025 10:30 (atualizado em 01/12/2025 10:57)

Escritor maravilhense lança seu primeiro livro e compartilha processo de produção da obra

Obra de Hiago Rizzi têm Maravilha como cenário
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Foto: Tamara Finardi/ WH Comunicações/ Líder

Mais de 200 poemas escritos ao longo de cinco anos. Cerca de 100 poemas impressos, sob o chão de casa, e Hiago Rizzi, escritor e jornalista maravilhense, observava com atenção os seus escritos, analisando como um poema se relaciona com o outro. Ao final, 50 textos foram selecionados para compor seu primeiro livro: “Maravalha”. 

Hiago, que agora reside e trabalha em Curitiba, esteve em novembro em sua cidade natal, onde realizou o lançamento da obra, que carrega em suas páginas elementos e sotaques característicos da região do oeste catarinense.
Lançamento contou com bate-papo com o autor, mediado contou pela jornalista Diana Heinz e pelo professor e artista Alexssandro Schappo. Foto: Tamara Finardi/ WH Comunicações/ Líder

O conteúdo foi escrito após a mudança para a capital paranaense, contudo, os poemas costuram camadas em relação às vivências em Maravilha, a partir de relações e suas complexidades, lembranças, tensões e afetos. O poeta ainda mescla os textos com suas percepções sobre os mais variados temas.

A partir de uma vivência encarada com compromisso e profissionalismo no meio da literatura, Hiago compartilha momentos do processo de produção do livro, bem como sua relação com a leitura e expressões culturais. 

O livro “Maravalha” pode ser adquirido no site loja.telaranha.com.br, em livrarias de todo o país ou diretamente com o autor, pelo e-mail [email protected]: Tamara Finardi/ WH Comunicações/ Líder
Escrita

Aos 17 anos se mudou para Curitiba, onde se formou em jornalismo. Durante a graduação, a prática de escrever foi uma constante. De forma orgânica, e sem uma técnica específica naquele período, se deixou ser conduzido pela poesia. “A prática de escrita foi dividida entre o meu trabalho com jornalismo e comunicação, a minha escrita de poemas, e uma coisa que me acompanha até hoje, que é escrever diários manuscritos - e de alguma forma os poemas têm relação com os acontecimentos citados no diário”.

Sua escrita também é fortemente influenciada pelas vivências com o teatro em Maravilha. “O que está muito presente em meu texto é a construção da escrita por cenas, como um roteiro”.

Produção do livro

No período da graduação conheceu Bárbara Tanaka, colega de curso. Devido a identificação de ambos com o universo da literatura, Hiago passou a imprimir seus escritos e compartilhar com ela. A via como uma “correspondente literária”, define. Os anos passaram e sua amiga abriu a Editora e a Livraria Telaranha, onde Hiago trabalha atualmente.

Através do emprego, teve a oportunidade de contribuir em diversos projetos literários, sendo que em 2023 sentiu o impulso de publicar um livro com seus poemas, uma decisão permeada por muitas dicotomias. “No processo da publicação você coloca algo no mundo, para o mundo. É uma parte minha que eu preciso deixar ir, me desprender”.

O primeiro passo foi selecionar, em meio ao compilado de escritos, quais iriam compor a obra. O processo inicial foi realizado por Hiago, e depois, de forma conjunta, com os editores. Os poemas não publicados seguem guardados em arquivos.

A partir da escolha do material, as etapas seguintes ocorreram de forma ágil, e o livro foi publicado em novembro de 2024.

Título

Em 2021, quando participava de uma oficina de escrita, encontrou entre recortes de revistas a palavra “MARAVALHA”. Embora neste período ainda não tivesse a pretensão de publicar o livro, estava escrevendo seus poemas e refletindo sobre a relação com a cidade natal. Maravalha bateu no olho de Hiago e se tornou parte dos poemas, além de estar presente no cenário da família.

“Minha vó contou que tinha um saco de maravalha nos fundos da casa dela. E no fundo é isso: Maravalha estava lá o tempo todo, mas até então eu não sabia”.

Durante o período de edição da obra, dentre outras opções, a palavra MARAVALHA soou com força e potência - com uma letra que a diferencia de Maravilha, e foi escolhida para ocupar o título do livro.

Capa
“se eu fosse um animal
seria um objeto
pontiagudo”

O escritor pretendia colocar um animal na capa, e o tigre, figura presente nas páginas, foi escolhido para ilustrar este espaço de destaque. A arte conta com ilustração do artista Lusto, o qual Hiago teve contato a partir de uma publicação contendo representações de tigres.


Percepções

Ao ser questionado sobre um poema que se mais lhe marcou, responde que LOVE STORY é um dos escritos que, neste momento, está reverberando mais. “Tem relação com essa minha leitura de estar escrevendo mais sobre coisas que não são minhas”

Biblioteca

Hiago relembra que, desde a infância, sempre teve um contato muito próximo com os livros. Neste contexto, a biblioteca sempre foi um espaço muito estimado e frequentado por ele.

Dentre as leituras realizadas ainda no ensino médio, destaca autores que seguem sendo referência até hoje, como Ana Cristina Cesar, Ferreira Gullar e Bertolt Brecht. Dentre as obras que mais marcaram neste período, e que ainda segue sendo uma de suas preferidas, cita Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar.

As pessoas querem sim ler 

Enquanto profissional que trabalha no ambiente literário, esta é a análise de Hiago, que acrescenta: “É necessário criar espaços para leitura”. Em sua percepção, entende a leitura enquanto ação coletiva, e traz como exemplo experiências positivas com clubes do livro. “A leitura pode assumir diferentes espaços, não precisa ser necessariamente silenciosa e individual”

Outro ponto abordado por ele é a importância de contar com o apoio das instituições e do poder público em projetos e ações que valorizam e incentivam o hábito de ler e ter contato com os livros.
Foto: Tamara Finardi/ WH Comunicações/ Líder

Jornalista e escritor maravilhense Hiago Rizzi, Foto: João Vitor Soares
Sobre o autor

Hiago Rizzi nasceu em Maravilha, Santa Catarina, em 2000. É formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi colaborador da Divisão de Difusão Cultural da Biblioteca Pública do Paraná, repórter do jornal literário “Cândido” e é coordenador de comunicação da Editora e Livraria Telaranha. 

Editou a publicação de artes visuais e poesia contemporânea “Perto do fogo” (2022) e organizou os livros “Espáduas” (2023) e “Táxis experimentais” (2025), ambos de Rollo de Resende (1965-1995). “Maravalha” (2024) é seu primeiro livro.

Fonte: Tamara Finardi/ WH Comunicações/ Líder
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