TOC - 29/03/2021 09:38

Transtorno Obsessivo Compulsivo, quando a mente não para

Manias atingem um grau extremamente preocupante, a ponto de limitar vidas e relacionamentos
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Foto: Divulgação 
Helena não consegue mais dirigir. Sempre que chega em casa tem a certeza de que atropelou alguém e precisa olhar o carro incontáveis vezes para ter certeza que não há marcas ou sinais de que tenha ocorrido um atropelamento. Ezequiel está há mais de um ano sem sair de casa. Ele tem medo que ao sair, precise usar um banheiro e não encontre nenhum por perto. Vanderlei precisa trocar várias vezes de cadeira antes de sentar, apagar e acender a luz muitas vezes até sentir que nada de ruim vai acontecer com sua família. 
Essas são histórias reais, com nomes fictícios, de pessoas que fazem parte da população mundial que sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Apesar de parecer coisa de cinema, o TOC atinge mais de 4% dos humanos e caba interferindo de maneira direta na vida desses indivíduos. 
A doutora em psicologia, Débora Bock, explica que o TOC é diferente de hábito. “Todo mundo conhece alguém, ou pelo menos já ouviu falar de alguém que tem uma mania estranha. Bate três vezes na madeira, confere muitas vezes se as janelas estão fechadas, vestem a mesma roupa em dias decisivos. Em maior ou menor grau, todo mundo tem alguma mania, mas é importante diferenciá-la do TOC. A mania é algo corriqueiro, que normalmente não causa danos severos”, afirma.
Débora afirma que o hábito de, por exemplo, chegar em casa e antes de qualquer coisa ligar a televisão ou dormir sempre do mesmo lado da cama, são involuntários, mas o indivíduo ainda está no controle de seus atos. Na mania, apesar dos hábitos se repetirem, as pessoas não ocupam muito tempo nem sentem desconforto e sofrimento. A rotina é cumprida tranquilamente, sem maiores sofrimentos. “Quem sofre de TOC fica refém de seus sentimentos e rituais. As manias atingem um grau extremamente preocupante, a ponto de limitar suas vidas e seus relacionamentos. Elas acreditam que essas atitudes são necessárias para que nada de catastrófico aconteça consigo ou com alguém que lhe é importante”, declara. 
Olhando de fora parece incompreensível, a pessoa parece estranha, excêntrica, mas é bem mais profundo do que isso. O Transtorno Obsessivo Compulsivo traz um sofrimento tremendo. A psicóloga acredita que exista uma grande falta de informação, mas paradoxalmente, felizmente, esse transtorno tem tratamento e com resultados bastante satisfatórios.
O QUE FAZER
“Primeiro entender que é um problema e que independe da sua vontade e controle, munir-se da maior quantidade de informações possíveis, em seguida buscar tratamento médico e psicológico para controlar os sintomas. Em geral, se utiliza antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina e terapia cognitivo-comportamental, cujo principio básico é expor a pessoa aos fatores geradores de ansiedade, começando de forma bem branda”. 
Por que isso acontece comigo? 
A psicóloga explica que as causas não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam serotonina. Fatores psicológicos e históricos familiares estão entre as causas deste distúrbio de ansiedade. 

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Fonte: Wh Comunicações/ Diana Heinz/ Jornal O Líder
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