MARAVILHA - 07/12/2021 15:31 (atualizado em 07/12/2021 15:42)

Com trajetória marcada por desafios e uma pandemia histórica, UTI do Hospital São José completa 10 anos

Equipe relembra processo para implantação e principais marcos no atendimento de pacientes
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Enfermeira Diane Diesel, coordenadora de enfermagem da UTI e médico coordenador Daniel Fernando Heinz (Foto: Carine Arenhardt/WH Comunicações)
No dia 8 de dezembro de 2011, às 19h, a equipe do Hospital São José de Maravilha iniciava o primeiro plantão da UTI Ernani Appelt, atendendo um paciente maravilhense com diagnóstico de AVC hemorrágico. Mas, este não foi o primeiro dos muitos desafios para tornar este projeto real. Conforme o médico cirurgião e plantonista da UTI desde a implantação da unidade, Robson Alexandre Veira de Souza, foram mais de dois anos de muito trabalho antes da inauguração. 
O médico destaca que mesmo tendo disponibilidade de verba e área física para implantar a UTI, a equipe clínica e diretoria do hospital ainda não tinha o respeito da própria comunidade, precisando lutar contra o preconceito com um hospital pequeno, do interior do estado, com pouca equipe médica. “Existia a dúvida da capacidade técnica que o hospital teria em prestar o serviço. Então passamos praticamente dois anos antes, desse primeiro dia, por muitos estudos. Fomos diversas vezes à São Paulo e Florianópolis para ver dos equipamentos, de quais seriam os melhores para a nossa realidade, além de buscar conhecimento”, explica Souza. 
Ao implantar a UTI, o hospital também precisou abrir mão do espaço onde se concentravam 36 leitos clínicos. “O hospital teve que ceder, perder praticamente esses 36 leitos clínicos para implantar neste espaço os 10 leitos de UTI”, destaca o médico plantonista. 
O INVESTIMENTO 
Adequar a estrutura de acordo com todos protocolos exigidos para implantação de uma unidade de terapia intensiva e comprar os equipamentos. Estes foram os investimentos iniciais para que o sonho de ter uma UTI no Hospital São José fosse possível. Conforme o Dr. Robson foram investidos na época R$ 2 milhões, sendo R$ 900 mil para adaptação da área física e R$ 1,1 milhão em equipamentos. 
Aproximadamente o mesmo valor é investido anualmente pelo hospital para manter a estrutura em funcionamento. “R$ 2 milhões para implantar a UTI foi a parte mais simples, mas R$ 2 milhões por ano para manter é doloroso, no sentido de recursos. Nós temos pacientes que passam com facilidade de um custo de R$ 3 mil por dia, sendo que o SUS não repassa para o hospital toda essa quantia. Então é um desafio diário, saúde é muito caro”, afirma. O médico cita ainda os constantes investimentos em equipamentos que precisam ser substituídos, e agregação de novas tecnologias. 
QUALIFICAÇÃO DA EQUIPE 
Com uma equipe exclusiva para atendimento na UTI, médicos, enfermeiros e até trabalhadores da limpeza precisam ser muito qualificados para atuar na unidade de terapia intensiva. “A abertura de uma Unidade de Terapia Intensiva, necessariamente aumentou a qualificação e especialização multiprofissional, de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, além da equipe especializada de diferentes áreas como nutricionista, farmacêutica, fisioterapeuta, assistente social, psicóloga, além de profissionais de apoio como profissionais nutrição (copa) e higienização, técnicos de radiologia, bioquímico e fonoaudióloga”, destaca a direção do Hospital. 
Nestes 10 anos, a equipe já atendeu mais de 4 mil pacientes, vindos de mais de 130 cidades catarinenses, além do Paraná e Rio Grande do Sul. Ao todo, são aproximadamente 40 profissionais atuando direto na UTI.
DIVISOR DE ÁGUAS PARA A SAÚDE REGIONAL 
A implantação da UTI Ernani Appelt foi um divisor de águas não apenas para o Hospital São José, mas para todo Oeste catarinense. A UTI possibilitou que o hospital atendesse novas especialidades, fazendo por exemplo cirurgias de grande porte na unidade. “A nossa UTI trouxe um respeito ao nome de Maravilha no Oeste”, ressalta Dr. Robson.
Outro fator importante é que a unidade de terapia intensiva de Maravilha serve de apoio para outras UTIs referência na região, a exemplo de Chapecó e Xanxerê. “Chapecó é especializada em neurocirurgia, Xanxerê em cirurgia cardíaca e aí os doentes clínicos, que precisam de um maior tempo de internação, conseguirmos absorver dessas duas UTIs, facilitando que eles consigam atender mais pacientes neurocirúrgicos e cardíacos”, explica. 
PANDEMIA FOI UM MARCO HISTÓRICO 
Um dos grandes marcos nestes 10 anos foi em 2021. A UTI do Hospital São José passou a ser exclusiva para atendimento de pacientes com Covid-19, entre fevereiro e julho deste ano. Conforme a enfermeira Diane Diesel, coordenadora de enfermagem da UTI, a equipe precisou entubar pacientes no pronto-socorro e clínica médica por falta de vagas na terapia intensiva, não apenas em Maravilha, mas em todo estado. Além de se deparar com uma doença nova e com a necessidade de um tratamento intensivo, havia a preocupação com a contaminação da própria equipe. 
“Tinham pacientes muito jovens, outros que tinham uma piora muito rápida, que estavam bem e conversando com a equipe, mas em questão de horas eram intubados. Nesse período tivemos bastante perdas, então a estrutura psicológica da equipe ficou bem abalada”, lembra Diane. Sem possibilidade de visitas, devido ao risco de contaminação, a equipe também precisa oferecer um acolhimento diferenciado aos pacientes que permaneciam sozinhos no hospital, além precisar se preocupar em dar assistência e todas as informações aos familiares. 
Uma das alternativas implantadas foram chamadas em vídeo, para que os pacientes pudessem falar com familiares. As altas também ganharam comemorações especiais.  
NOVA UTI NEO NATAL E AMPLIAÇÃO DO HOSPITAL 
Com novos projetos, a direção e corpo clínico do Hospital já tem outras metas grandiosas para serem alcançadas. Com projeção de R$ 24 milhões em investimentos, o hospital já apresentou o projeto para a construção de um novo prédio com cinco pavimentos, além de reforma e ampliação do pronto socorro. 
Um dos grandes objetivos com a obra é possibilitar a implantação de uma UTI NEO Natal, com 10 leitos. A nova estrutura também vai contemplar laboratório de análises clínicas, novo centro cirúrgico, banco de leite, 27 novos leitos de internação e centro administrativo. Outra meta é trazer para Maravilha atendimento de alta complexidade na área de ortopedia. 
E já para 2022, o hospital vai colocar a disposição da população um novo centro de imagens, com o que há de mais moderno no serviço, com qualidade e agilidade nos exames. 
“Estamos felizes em proporcionar esse serviço à comunidade durante esses 10 anos. Momentos difíceis durante esse período, mas nosso objetivo está sendo alcançado em prestar atendimento humanizado e de qualidade para a comunidade”, Nilvo José Dondoerfer Presidente da Sociedade Beneficente Hospitalar Maravilha. 



“Durante esses 10 anos só temos o que nos orgulhar, e não posso deixar de mencionar nossa gratidão e respeito aos nossos profissionais contribuindo no dia a dia em salvar vidas”, Neiva Rossa Schaefer, Diretora Executiva do Hospital São José. 


“A UTI de Maravilha nestes 10 anos conseguiu conquistar mais credibilidade e reconhecimento de outros estabelecimentos de saúde, está sendo fundamental na região Oeste e para o Estado no tratamento de pacientes de alta complexidade. Referência na área da saúde pelo atendimento e as ações humanizadas aos pacientes e familiares durante a Pandemia”, Dr. Daniel Fernando Heinz, Coordenador da UTI

Equipe 1 de plantão diurno da UTI
Segunda equipe de plantão diurno da UTI
Equipe 1 de plantão noturno da UTI
Segunda equipe de plantão noturno da UTI
Equipe multiprofissional que também atua na terapia intensiva 
Fonte: Carine Arenhardt/WH Comunicações
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