Aulas de reforço foram inicidas nesta semana (Foto: Divulgação)
A pandemia da Covid-19 trouxe retrocessos significativos em várias áreas, inclusive na Educação que teve prejuízos expressivos nos índices de aprendizagem. O processo de alfabetização das crianças, que conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deve ocorrer até o segundo ano do ensino fundamental, foi um dos mais afetados.
Ainda no ano de 2019 dados divulgados pelo Ministério da Educação revelaram que apenas 5% dos alunos de segundo ano do ensino fundamental alcançavam as habilidades necessárias do processo de alfabetização (ler e escrever). Com a pandemia o cenário ficou ainda mais complicado.
Conforme dados levantados pela Secretaria Municipal de Educação de Maravilha, 7,7% dos alunos até o 5º ano do ensino fundamental ainda não se alfabetizaram nas escolas do município. Os dados correspondem aos índices de 2020 e 2021, e foram colhidos através de uma triagem feita com turmas do 1º ao 5º ano. Este índice não considera alunos que sejam portadores de algum laudo, para os quais muda o conceito de alfabetização.
“Cabe ressaltar que mesmo sendo um percentual baixo, considerando o contexto, nem todos os alunos que estão lendo e escrevendo estão letrados (sabendo interpretar, por exemplo). Entendemos que alfabetização é um processo amplo e vai muito além do ler e escrever, muitas lacunas ainda precisam ser trabalhadas tendo em vista, o afastamento das crianças da escola”, destacou a equipe da Secretaria.
DESIGUALDADE AUMENTA
Conforme a Secretaria, o resultado de 40 semanas de escolas fechadas, ensino remoto e híbrido (e milhões de alunos sem acesso à educação/internet), contribuiu ainda mais com a desigualdade educacional. Enquanto algumas famílias tinham condições e contrataram suporte para as crianças, outras nem acesso a internet tinham.
PROFISSIONAIS TAMBÉM TIVERAM DIFICULDADE
Além dos alunos terem suas limitações e dificuldades no modelo de ensino remoto, a maioria dos professores também não estavam preparados e nem possuíam recursos tecnológicos suficientes para atender essa nova demanda.
Conforme a secretaria municipal de Educação, na tentativa de driblar essas dificuldades a equipe profissional manteve contato, orientação e acompanhamento para as famílias e alunos. Os professores também passaram por formação continuada de forma remota, e o município também fez a aquisição de estrutura tecnológica.
“Foi feito planejamento e investimentos para o retorno, bem como a implantação do sistema pedagógico Aprende Brasil, objetivando que todas as famílias tivessem acesso aos conteúdos básicos, minimizando assim os danos educacionais. A equipe multidisciplinar (fonoaudióloga, psicopedagoga e psicóloga) também contribuiu na orientação das famílias”, destacam.
MARAVILHA IMPLANTA PROJETO DE REFORÇO ESCOLAR
Na tentativa de reverter os atrasos causados no período de pandemia, a Secretaria de Educação de Maravilha está implantando um projeto de reforço escolar, que fará atendimento no contraturno às crianças que estão com defasagem no processo de alfabetização. O trabalho já começou com alunos da Escola Monteiro Lobato e na próxima semana começam a ser atendidos também alunos do Caic e Raymundo Veit.
Para 2022, o município espera que a volta as aulas e o investimento que vem sendo feito possam contribuir significativamente para amenizar e melhorar os problemas acarretados pela pandemia.