Divulgação
A ludopatia, um transtorno reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta as pessoas que não conseguem resistir ao impulso de jogar. Nesses casos, o indivíduo busca por jogos e apostas, acreditando que pode parar quando quiser. Porém, entra em um círculo vicioso: ao perder dinheiro, entra em sofrimento e, na tentativa de recuperar o que perdeu, volta a jogar.
Os impactos são significativos, com consequências como endividamento, problemas de relacionamento e isolamento social. De acordo com a psicóloga Bruna Cristina Tomazeli, é importante acolher os sentimentos de quem está passando pela situação e buscar ajuda de um profissional qualificado. Na sequência, ela repassa informações importantes de como prevenir e superar a compulsão por jogos de azar.
COMO PREVENIR
- Fique atento aos sinais. Se você joga, ou convive com alguém que tem o hábito, observe o quanto a prática se torna uma “necessidade” na rotina da pessoa em questão;
- Preste atenção nos sentimentos e emoções, como mudanças de humor, ansiedade e irritabilidade;
- Hábitos saudáveis, como uma boa alimentação, prática de exercícios físicos e momentos de lazer para além dos jogos, são fundamentais para promover estímulos adequados ao organismo;
- Tenha cautela no quanto você investe de tempo e dinheiro. Podem ser desenvolvidas estratégias práticas para manutenção e controle da sua relação com os jogos e apostas: definir um limite de tempo diário e/ou semanal, estabelecer uma quantia que pode ser gasta e promover autorresponsabilidade quanto a estes critérios estabelecidos;
- Utilize aplicativos para controle de tempo e gasto;
- Busque informação! Entenda o que é a ludopatia e converse com pessoas a respeito do tema;
- Mude padrões. Se você identificar que está usando muito de seu tempo ou dinheiro com jogos, busque estratégias de evitação, como a mudança de rotina;
- Evite jogos de azar como forma de entretenimento, busque outras formas para aliviar o estresse, ansiedade e demais problemas emocionais.
- Fazer psicoterapia como um processo de autoconhecimento pode ser uma excelente estratégia.
COMO CONTROLAR E TRATAR
- O primeiro passo é a pessoa entender que o comportamento não é saudável, que traz prejuízos para a rotina, vida social, profissional e principalmente para si mesmo. Deste modo, se torna mais fácil promover as intervenções necessárias;
Bruna Cristina Tomazeli (CRP 12/19514) atende na Clínica Ilie, em Maravilha, e na Clínica Tirelli, em Cunha Porã (Foto: Divulgação)
- Psicoterapia para entender as causas que levaram ao vício, as consequências na vida desta pessoa (financeiras, sociais, em relacionamentos, no trabalho, na própria saúde física e psicológica, entre outros), para entender as emoções, bem como para lidar com o surgimento de possíveis somatizações, ansiedade e comportamentos compulsivos. Também, para desenvolver estratégias para “ocupar” este espaço do jogo na vida da pessoa;
- Grupos de apoio são bastante eficazes no tratamento de vícios;
- Buscar suporte psiquiátrico, para controlar os sintomas da abstinência, bem como regular as questões emocionais relacionadas ao vício;
- Suporte e acolhimento é imprescindível! Precisamos ter em mente que um vício, seja ele no que for, é uma forma de adoecimento, deste modo, deve ser tratado como tal. Caso a família sinta dificuldade, terapias familiares podem ser uma estratégia de enfrentamento.
- Promover mudanças de hábitos, com rotinas mais saudáveis, potencializam o trabalho desenvolvido pelos profissionais;
- Cada sujeito é único, inclusive na manifestação de psicopatologias e sintomas. Não existe uma “receita pronta” para estes tratamentos, precisa ser algo individualizado, respeitando as especificidades de cada um.