ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL - 19/04/2022 16:39

Com elevação nos índices de AVC entre jovens, médica de Maravilha reforça alerta sobre hábitos saudáveis

O jornal O Líder entrevistou a médica cardiologista de Maravilha, Vanessa de Costa, que fala sobre os principais sintomas, importância do diagnóstico precoce e prevenção
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Médica cardiologista de Maravilha, Vanessa de Costa (Foto: Divulgação)
Segunda maior causa de morte no Brasil, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) vem crescendo também entre pessoas mais jovens. E nesta faixa etária, importantes fatores de risco podem ser prevenidos, com uma alimentação mais saudável e prática de exercícios físicos. O consumo de álcool e drogas também é um forte fator de risco, que cresce entre os mais jovens. 
Conforme a Associação de Registradores de Pessoas Naturais, em 2019 foram 102.233 óbitos, em 2020 mais 103.073 e em 2021 outras 105.755 mortes por AVC. Já os dados da Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC) apontam que em 2019 os óbitos por AVC entre pessoas com idade entre 20 e 59 anos representavam 17,2% do total, índice que em 2020 cresceu para 18,5%. 
O jornal O Líder entrevistou a médica cardiologista de Maravilha, Vanessa de Costa, que fala sobre os principais sintomas, importância do diagnóstico precoce e prevenção do AVC. 
O que é o AVC?
(Dr. Vanessa de Costa) Trata-se da ocorrência súbita de déficit neurológico. Os sintomas mais comuns são: formigamento, diminuição ou a perda da força de braço e/ou perna de um lado do corpo; desvio da boca; alteração aguda da fala; alteração de coordenação dos movimentos e problemas de equilíbrio; coma;
Pode ocorrer por obstrução de uma artéria que leva sangue ao cérebro (85% dos casos), ou pelo rompimento de um vaso causando uma hemorragia.
AVC isquêmico pode ocorrer por obstrução de uma artéria e o hemorrágico por rompimento de um vaso  
Qual a importância da rápida identificação?
(Dr. Vanessa de Costa) O AVC é a segunda principal causa de mortes no Brasil e a principal causa de incapacidade no mundo, segundo o Ministério da Saúde.
O AVC (popular “derrame”) é uma emergência médica. A cada minuto sem suprimento de oxigênio, milhões de neurônios morrem, “tempo perdido é cérebro perdido”. Do momento em que o sintoma se manifesta até o tratamento médico, o fornecimento de sangue ao cérebro está comprometido o que pode causar sérias e irreversíveis lesões (sequelas incapacitantes para o resto da vida).
Das pessoas afetadas, cerca de 70% ficam com algum prejuízo funcional e 30% com dificuldades de locomoção o que acarreta bruscas mudanças na rotina. Pessoas independentes podem perder sua autonomia subitamente e necessitar de auxílio para atividades simples do dia a dia.
Quem pode ser acometido?
(Dr. Vanessa de Costa) A idade é um dos principais fatores de risco. É mais frequente a partir dos 50 anos (sendo que a incidência dobra a cada década a partir de então) mas pode acontecer em qualquer idade 
Houve aumento de casos em jovens?
(Dr. Vanessa de Costa) Sim.  Entre as razões, está a maior facilidade no diagnóstico destes casos por melhora tecnológica e mais acesso aos exames (tomografia e ressonância), contabilizando-se casos que poderiam passar despercebidos em outra época. 
Adicionalmente, as pessoas estão mais doentes. Os jovens vêm tendo hábitos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, alimentação repleta de frituras, fast-food e produtos ultraprocessados, uso excessivo de álcool. Desta forma, estão expostos mais precocemente a fatores de risco como obesidade, pressão arterial elevada, diabetes e colesterol alto. Estas condições estão associadas ao fator causal mais comum que é a aterosclerose (formação de placas de gorduras na parede dos vasos sanguíneos, doença típica da terceira idade). 
É importante lembrar que o uso de entorpecentes, como a cocaína, também pode provocar AVC. 
Quais as causas?
(Dr. Vanessa de Costa) A causa mais comum é a aterosclerose que está intimamente relacionada aos hábitos de vida. Muitas vezes, uma situação crônica como a aterosclerose é agudizada em pacientes em estado inflamatório (como Covid e dengue). O AVC pode ocorrer em doenças cardíacas como alguns tipos de arritmia, próteses ou doenças nas válvulas e pertuitos cardíacos. 
Ainda, deve-se atentar que as mulheres têm fatores de risco específicos que podem ser agravados pelo uso de anticoncepcional oral ou reposição hormonal, principalmente se associado ao fumo. Há, também, alterações próprias da gravidez.
Nas crianças e pessoas bem jovens, muitas vezes, a causa decorre de doenças autoimunes, causas genéticas ou congênitas (quando se nasce com a doença). 
Como prevenir?
(Dr. Vanessa de Costa) Controlar os fatores de risco tradicionais continua sendo a melhor forma de prevenção de doenças cardiovasculares como o AVC. Manter o peso adequado, controlar o estresse, sair do sedentarismo, ter uma alimentação saudável, não fumar e evitar bebidas alcóolicas é fundamental.
É importantíssimo passar por avaliações médicas de rotina visando controle de comorbidades como diabetes e hipertensão arterial. Picos de pressão arterial muito elevada (inclusive em gestantes) pode causar “derrame” hemorrágico, condição gravíssima. Assim também, o diagnóstico e tratamento de outras condições causadoras, como cardiopatias e apnéia do sono, depende da avaliação médica.

Fonte: Carine Arenhardt/WH Comunicações
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