A Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) avaliou na pesquisa os impactos da inatividade física no envelhecimento da população não infectada pelo vírus. Os resultados foram publicados na revista científica "Experimental Gerontology".
Embora os testes feitos após o período de confinamento não tenham mostrado alterações significativas no peso, IMC, percentual de gordura corporal e circunferência abdominal, houve piora no quadro geral de saúde das participantes.
Os exames também revelaram aumento de 9,7% de hemoglobina glicada, 1,3% de glicemia (valor considerado não significativo) e queda de 10% na porcentagem de plaquetas no sangue.
“Escolhemos estudar o impacto da inatividade física durante a pandemia de Covid-19 em mulheres entre 50 e 70 anos porque nessa faixa etária as doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e hipertensão são mais frequentes”, explicou Carlos Bueno Junior, professor da EEFERP na área de envelhecimento e um dos autores do artigo.
“Apenas um período de16 semanas já causou efeitos estatisticamente significativos na saúde das pessoas. Imagine agora, após mais de um ano de pandemia? Não fizemos estudos, mas provavelmente os impactos negativos são ainda maiores”, afirmou Bueno.
Bueno não descarta a realização de uma nova pesquisa com o intuito de investigar os efeitos da inatividade física por períodos que superem os 12 meses de quarentena. Para ele, o período após a pandemia poderá revelar aumento de doenças e na procura de tratamento nos serviços de saúde.
A prática de exercício físico, defende o pesquisador, é fundamental, ainda que na pandemia. Enquanto parques e academias estão fechadas, o pesquisador recomenda que as atividades sejam feitas em casa, seguindo as indicações de profissionais que atendam on-line. No caso dos idosos, o risco de lesões é maior e necessita de acompanhamento.