A universidade, a exemplo de outras instituições federais de ensino, sofre com os impactos da demora na aprovação do orçamento da União e principalmente com um bloqueio anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) em abril. Nesta segunda, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) informou que há risco de precisar fechar no meio do ano por falta de verba.
A situação por si só já fez a UFSC precisar revisar contratos e cortar gastos desde o passado, ciente de que teria neste ano um valor menor para as despesas. A estratégia já havia sido adotada em 2019, quando um forte contingenciamento do MEC fez a universidade adotar uma série de restrições para manter as atividades.
Outro entrave é o bloqueio nas verbas destinadas às universidades feito pelo MEC após a aprovação do orçamento. No caso da UFSC, R$ 21,7 milhões destinados a custeio estão bloqueados.
– Não é porque fecha o ano com R$ 115 milhões, por exemplo, que fecha na condição ideal. O nível de funcionamento é muito aquém do que se espera. Quando isso vem se acumulando ano após ano, no final chegará um momento que gastará demais para deixar em um padrão elevado – avalia Richartz.
Nesse caso, a UFSC pretende continuar revisando contratos de serviços terceirizados, como vem fazendo nos últimos meses, para reduzir os custos. Ainda assim, o valor seria 19% menor do que o de 2020.
– Se o bloqueio permanecer, só renegociar contratos não vai ser suficiente. Vamos ter que suspender algumas ações que a UFSC vinha fazendo, investimento em pesquisa e extensão, bolsas de pesquisa, editais de cultura, tudo isso vamos ter que suspender. Não vamos fornecer a plena capacidade porque vamos ter que tomar essas ações para poder manter (as atividades) – explica.
– Nesse cenário você vai parar de pagar os fornecedores e em dois, três meses, eles vão parar de oferecer os serviços. Se o Congresso não aprovar ao menos a parte do orçamento que nos daria R$ 69 milhões, não só a UFSC, mas todas as universidades vão ter que parar. É por isso que temos feito a mobilização forte para que esse valor seja aprovado e que o bloqueio dos R$ 21 milhões seja revertido o mais rápido possível – afirma Richartz.