Conforme as secretarias de Saúde das cidades, as prefeituras fazem buscas ativas geralmente em cadastros já existentes, mas somente com o público que já está sendo imunizado. O problema é que mesmo com a mobilização, alguns dos esquemas apresentam falhas. Pelo menos dois dos municípios, Palhoça e Itajaí, admitiram que já houve perda de doses, mas justificam que o fato se enquadra na “perda técnica” prevista pelo Ministério da Saúde.
No mesmo momento em que Santa Catarina não organiza a "xepa" da vacina — o Estado não estabelece regra específica sobre o tema —, estados como São Paulo já estão desde junho liberando a vacinação com as doses remanescentes. Segundo a secretaria de Saúde da capital paulista, são aplicadas, por dia, cerca de duas mil doses que sobram. As pessoas maiores de 18 anos sem comorbidades, que querem participar da xepa, precisam se cadastrar nas unidades de saúde para serem chamadas seguindo a ordem de prioridade.
A única recomendação de SC é clara: as doses não devem ser descartadas. O secretário André Motta Ribeiro, inclusive, já se posicionou contra a “xepa” da vacina. O modelo não é recomendado pela SES.
O professor do Departamento de Saúde Pública na UFSC, Fernando Hellmann, destaca que seria muito importante que o Ministério da Saúde ou, ainda, a Secretaria de Estado da Saúde definissem medidas unificadas:
Podem se cadastrar pessoas que estão no público-alvo para a vacinação. O cadastro pode ser feito no site. É necessário fornecer o CPF.
Depois que os voluntários foram vacinados, a prefeitura começou a orientar que cada ponto de vacinação, com auxílio dos Centros de Saúde, fizesse uma lista de pessoas que têm dificuldade de locomoção ou que estão acidentadas e precisam receber o imunizante em casa.
A prefeitura afirma que nunca desperdiçou doses contra Covid.
Apesar disso, os locais de vacinação buscam minimizar a quantidade de doses que sobram diariamente verificando o número de pessoas na espera pela vacina e abrindo os frascos de acordo com a necessidade.
Quando sobram doses na cidade, as equipes de saúde contatam, com os dados de um sistema de gerenciamento de saúde, as pessoas que estejam na faixa etária e/ou grupo prioritário determinado. O município, por vezes, para não abrir um novo frasco de dose, pede para que as pessoas do final da fila voltem no outro dia e recebam a vacina.
Palhoça ainda informa que quando o imunizante é Astrazeneca, a flexibilidade é maior, já que o frasco de 5 doses tem durabilidade de 48 horas após aberto.
Quando sobram doses, a equipe de saúde entra em contato com o profissional e faz a aplicação das doses sobressalentes na sede da Vigilância Epidemiológica.