Saúde - 29/07/2021 08:12

Bares, máscaras e reações: veja 15 perguntas e respostas sobre a vacina contra Covid-19

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Confira perguntas e respostas sobre a vacina contra a Covid-19(Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom)
O avanço da vacinação contra Covid-19 e a chegada do período para imunização de novas faixas etárias aumenta as dúvidas sobre comportamentos a serem adotados antes e depois de receber a vacina. Pode ir a bares depois da primeira dose? Pode beber antes de se vacinar? Vou poder abandonar a máscara? O que acontece se atrasar a segunda dose?

A reportagem do Diário Catarinense consultou a médica-infectologista da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC), Ligia Castellon Figueiredo Gryninger, para responder algumas das dúvidas que surgem para quem toma a vacina da Covid-19.

Posso ir a bares, restaurantes ou eventos após a primeira dose?
A recomendação é que só se frequente esses espaços ou reuniões em áreas fechadas após tomar as duas doses da vacina, para proteger a si próprio e as pessoas ao redor. Também é importante manter as medidas de prevenção e o uso de máscaras. Mas é importante ainda levar em conta o cenário do local em que se vive.

– Se o cenário local é de grande número de casos e hospitalizações, não é recomendável que se frequente encontros sociais em ambientes fechados porque caso você ou outra pessoa adoeça, as condições vão ser ruins caso haja uma evolução – explica a médica-infectologista da Dive-SC, Ligia Castellon Figueiredo Gryninger.

Posso beber antes ou depois de tomar a vacina?
Ainda não há estudos científicos que confirmem interferência do álcool sobre a imunização a quem bebe antes de tomar a vacina. Uma nota do Ministério da Saúde afirma que “não há nenhuma evidência sobre a relação do álcool com o comprometimento da formação de anticorpos da vacina contra a Covid-19”. A Fiocruz, que fabrica no Brasil a vacina da Astrazeneca/Oxford, também divulgou nota apontando que não há evidencias nesse sentido. Nas bulas dos imunizantes aplicados no Brasil também não há recomendação para interromper o consumo de álcool antes ou depois de ser vacinado, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Ainda assim, alguns especialistas, municípios e Estados têm recomendado que não se consuma álcool 24 horas antes da aplicação das doses. A cautela é recomendada para evitar que efeitos de um possível consumo abusivo de álcool possam mascarar ou se confundir com eventuais reações das vacinas.

Tive Covid ou febre, posso me vacinar?
Quem já teve Covid-19 pode, e deve, se vacinar. A produção de anticorpos em quem já teve a doença é diferente da proteção proporcionada pelas vacinas, que costuma ser mais duradoura. Além disso, com o surgimento de novas variantes, mesmo quem já teve Covid-19 pode ficar exposto a reinfecções.

A única ressalva é que quem teve sintomas gripais e foi identificado como caso suspeito ou confirmado de Covid-19 em uma avaliação médica deve esperar 30 dias para tomar a vacina. Já quem apresentou febre, mas não chegou a procurar atendimento médico, deve esperar sete dias para receber a vacina, de acordo com o Programa Nacional de Imunizações.

Quando posso tomar a vacina da gripe?
O recomendado é que haja um intervalo de pelo menos 15 dias entre a vacina da Covid-19 e outros imunizantes, como o da gripe. Se as datas estiverem próximas, a recomendação é priorizar a vacinação contra a Covid.

Devo me preocupar com reações da vacina? Por que elas ocorrem?
As reações à vacina ocorrem, em geral, na forma de dor de cabeça, febre e dor no corpo ou no local da aplicação. Elas representam uma resposta do sistema imunológico a um “falso agressor”, simulado pela vacina para ativar a proteção do corpo para o caso de futuro contato com o vírus. Apesar disso, os efeitos adversos não acontecem em todos os casos e costumam ser leves, com duração de um ou dois dias, enquanto os efeitos da Covid-19 podem ser muito mais graves e até desconhecidos. Por isso, o receio de alguma reação não deve inibir a vacinação. Saiba mais sobre reação à vacina da Covid e como agir caso elas aconteçam.

Os jovens têm mais reações à vacina?
A infectologista da Dive-SC, Ana Paula Bertuol, já afirmou ao Diário Catarinense no início de julho que os relatos de reações à vacina aumentaram após a redução das faixas etárias que tiveram acesso aos imunizantes. Segundo ela, em pessoas mais jovens o sistema imunológico é mais potente e, por isso, pode reagir de forma mais forte ao funcionamento da vacina no organismo, em comparação com pessoas mais velhas, e com sistema imunológico mais fraco.

Pode tomar vacina durante tratamento com antibiótico?
A principal recomendação para adiar a vacinação é em caso de febre. Tomar remédios como antibióticos não impede que a pessoa tome a vacina da Covid-19.

– Claro que vai ter que ter uma avaliação individual do caso, de por que a pessoa está tomando antibiótico, mas não deve ser impeditivo para a vacina – afirma a médica-infectologista da Dive-SC, Ligia Castellon Figueiredo Gryninger.

Pode faltar segunda dose quando chegar a minha vez?
Em Santa Catarina, o governo do Estado armazena vacinas destinadas à segunda dose em um espaço próprio, e encaminha aos municípios nos prazos estipulados para a segunda aplicação. Portanto, ainda que alguns municípios suspendam a vacinação da primeira dose devido à falta de novos imunizantes enviados pelo Ministério da Saúde, para segunda dose não há registro de falta de vacinas em SC.

Perdi o prazo da segunda dose: e agora?
O intervalo entre as doses é definido pelos laboratórios com base no melhor efeito produzido no corpo durante os estudos. A resposta definitiva sobre o impacto causado por um intervalo maior que o recomendado ainda não existe, mas não significa que quem deixou passar a data terá redução significativa ou perda da imunidade.

– Talvez não seja a ideal, mas alguma resposta vai haver. Então, o ideal é não atrasar, mas se atrasar, vá atrás o mais rápido possível e tome a segunda dose – afirma Ligia.

Preciso usar máscaras e ter medidas de proteção após a vacina?
As medidas de precaução, como uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos, devem continuar mesmo após a segunda dose porque nenhuma vacina oferece 100% de proteção contra o vírus. Essas medidas, então, auxiliam a não transmitir e nem pegar Covid.

Posso ter forma grave da doença ou morrer por Covid-19 mesmo vacinado?
As vacinas contra Covid-19 não previnem contra a infecção pelo coronavírus, mas sim contra as complicações da doença, já que produz anticorpos para combater o vírus no organismo. Por conta disso, ainda é possível contrair a doença, mas na maioria dos casos ela ocorre na forma leve ou até assintomática.

Ainda assim, em alguns casos raros pessoas vacinadas podem ter a forma grave da doença ou até morrer em função dela.

– O objetivo da vacina é que isso não ocorra. Mas nenhuma vacina garante 100%. Então, infelizmente, a gente imagina que vá acontecer muito raramente, mas pode acontecer. Vamos ver mais agora porque estão nos holofotes, mas acontece também com vacinas para outras doenças – afirma Lígia.

Por isso, o uso de máscara e as medidas de proteção continuam sendo importantes mesmo após a vacinação completa, ao menos até que os índices de contágio da doença no país apresentem forte redução.

Quando estarei protegido?
Embora a primeira dose das vacinas já ofereça alguma proteção, a imunização só ocorre cerca de 15 dias após a aplicação da segunda dose – ou da dose única, no caso do imunizante da Janssen. Com a disseminação de novas variantes do coronavírus, completar o esquema de vacinação com a segunda dose torna-se ainda mais importante para atingir a eficácia total da vacina e gerar anticorpos também contra as novas mutações do vírus.

A proteção individual, no entanto, é apenas uma das vantagens da vacina. Com o aumento no número de pessoas vacinadas, espera-se também uma redução na circulação do vírus e contágio da doença, o que pode deixar todos mais seguros e atingir a chamada imunidade coletiva.

Quando vamos deixar de usar máscaras?
Especialistas apontam que o fim da obrigatoriedade das máscaras deve ocorrer apenas com uma redução drástica de casos de Covid-19, o que é esperado quando o país atingir pelo menos 70% de cobertura vacinal – com pessoas que tomaram as duas doses. Até o dia 28 de julho o Brasil tinha 46% da população com primeira dose e apenas 18% da população totalmente imunizada.

Ainda assim, apenas atingir os 70% de vacinação não permitirá um abandono automático das máscaras.

– Ter cobertura vacinal é o primeiro passo para começar a pensar no abandono da máscara. Mas temos que entender que é uma conjunção de fatores que vai nos fazer abandoná-las. Tudo isso é baseado na transmissão viral. A gente pressupõe que com 70%, 80%, a transmissão estaria baixa e daria para começar a se pensar, mas vamos ter que avaliar como estará a situação – afirma a infectologista da Dive-SC.

Por que algumas autoridades cogitam aplicar doses de marcas diferentes na mesma pessoa?
Alguns estudos estão em andamento em outros países analisando a possibilidade de combinação de duas doses de vacinas diferentes. A tese é de que os imunizantes poderiam criar alternativas em caso de contraindicações que surjam para alguma vacina, ou até mesmo oferecer uma proteção mais robusta por estimularem partes diferentes do sistema imunológico.

No entanto, os testes ainda estão em fases iniciais. Por enquanto, a recomendação é para que as pessoas se vacinem com duas doses do mesmo imunizante. A única exceção é no caso de gestantes e puérperas que tomaram a primeira dose da vacina Astrazeneca, antes da suspensão do imunizante para esse público anunciada em maio pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesses casos, em algumas regiões do país, incluindo Santa Catarina, a segunda dose das gestantes pode ser de outro laboratório – preferencialmente Pfizer, mas também podendo ser a Coronavac.

Quantas vacinas contra Covid-19 existem no mundo?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente há 108 vacinas contra Covid-19 em fase clínica (com testes em humanos) e outras 184 em fase pré-clínica (com testes em laboratório ou animais), totalizando 292 imunizantes em desenvolvimento.

Desse número, 36 delas estão nas fases 3 e 4, as mais avançadas. Entre elas estão vacinas dos laboratórios Pfizer, Janssen, Astrazeneca e Sinovac, que são as quatro em uso no Brasil.

Em todo o mundo, há 19 vacinas aprovadas ou em uso emergencial em outros países, segundo levantamento do jornal The New York Times. Além dos quatro imunizantes em uso no Brasil, há também imunizantes dos seguintes fabricantes:

Moderna (de origem dos Estados Unidos)
Instituto Gamaleya (Rússia)
Cansino (China)
Instituto Vector (Rússia)
Instituto Finlay Vaccine (Cuba)
Bharat Biotech (Índia)
Sinopharm/Beijing e Sinopharm/Wuhan (China)
Anhui Zhifei (China)
Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia de Cuba
Medigen (Taiwan)
Research Institute for Biological Safety Problems (Cazaquistão)
Shenzhen (China)
Shafa Pharmed Pars (Irã)
Centro Chumakov (Rússia).
Fonte: DC
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