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No entanto, o plantio foi irregular porque para qualquer alteração nas Áreas de Preservação Permanente (APP) é necessário consultar o município. Nas áreas da União, deve-se procurar a Superintendência do Patrimônio da União (SPU), podendo o autor responder por crime ambiental, conforma Lei Federal nº 9605/98 e Código Florestal e a Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Lei Federal 12.651/2012).
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Segundo a engenheira agrônoma Elaine Zuchiwschi, coordenadora do Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras executado pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), muitas flores ou espécies plantadas em jardins são exóticas para o local, e mesmo ocupando as áreas degradadas, podem não exercer funções como fornecer frutos para a fauna local, estrutura de raízes que garanta a estabilidade das dunas, resistência à solos pobres em nutrientes e à exposição solar intensa.
De acordo com o Plano Municipal da Mata Atlântica da Capital catarinense, ainda restam 5.589 hectares de restinga, cerca de 20% da área total do município, que devem ser conservados e cuidados pela população.
Elaine afirma que algumas iniciativas de plantio de mudas no município, ainda que bem intencionadas, podem levar à degradação das áreas que estão tentando ajudar.
Muitas dessas áreas estão bastante degradadas em função do trânsito de pessoas e veículos e também pela presença de espécies exóticas invasoras, por isso o sentido das ações de conservação deve ser o da retirada dessas pressões negativas sobre o ambiente, como barreiras de proteção para possibilitar a restauração dessas áreas.
Antes de decidir que espécie usar nos plantios, a orientação é que seja feita a consulta ao documento e também acessar a Base de Dados Nacional de Espécies Exóticas Invasoras para assegurar a decisão e não criar um problema ambiental. A indicação é por escolhas de plantas nativas locais, respeitando cada ambiente e composição, e também procurar projetos de voluntariados que possuem autorização para as ações.
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As espécies vegetais e de fauna que ocorrem nas restingas evoluíram por milhares de anos em meio a condições diversas de clima, solos e recursos hídricos, estando bem adaptadas aos ambientes em que se encontram.
"Para tolerar essas condições, essas plantas desenvolveram adaptações como folhas grossas ou carnosas, caules rastejantes [estolões] ou subterrâneos [rizomas] que lhes dão maior aderência ao solo e flexibilidade no enraizamento. Algumas desenvolveram glândulas para armazenar e expelir sal", explica Elaine.