Aos 47 anos, Adriana viu seu rendimento mensal cair com a falta de materiais disponíveis. Com a pausa no trabalho por conta de diabetes e pressão alta, a família atualmente se sustenta apenas com a renda do marido - que também trabalha com materiais reciclados.
A prefeitura de Palhoça informou que cerca de 5,6 mil cestas básicas foram distribuídas em 2021 no município. Em 2020, 9,5 mil cestas chegaram até as comunidades.
Segundo a mais recente atualização do programa Cadastro Único, existem no Estado cerca de 439.485 famílias com renda baixa e mais de 120 mil que vivem com renda de até R$ 89 por mês - o que significa situação de extrema pobreza.
Santa Catarina no ano passado apresentava de 4% a 10% da população em situação de insegurança alimentar grave, ou seja, que passavam fome. Os dados são do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil.
- Acreditamos muito que a situação de extrema pobreza tem aumentado muito em Santa Catarina e não só pela pandemia, mas porque políticas públicas, desde a esfera federal, vêm sendo desmontadas. E também com a não aquisição e desenvolvimento de programas ligados ao fome zero, que são os programas de aquisição de alimentos da agricultura familiar - explica Lucidio Ravanello.
- Não é a distribuição de alimentos e cestas básicas que vai solucionar a questão da fome. O que soluciona a fome é política pública, o estado agindo de forma determinante, com geração de empregos, distribuição de renda, aumento dos programas assistenciais e um olhar para a segurança alimentar muito mais profundo - completa Afonso.