manifestações - 25/08/2021 10:26

Inteligência da PM em SC monitora apoio de policiais a atos antidemocráticos

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A Agência Central de Inteligência da Polícia Militar de Santa Catarina (ACI) está monitorando a atividade de policiais nas redes sociais, para identificar incentivo e adesão às manifestações previstas para o dia 7 de setembro e para o risco de ruptura institucional. O monitoramento foi confirmado à coluna pelo comandante geral da PMSC, coronel Dionei Tonet.

Reportagem do Estadão, nesta terça-feira (24), cita Santa Catarina entre os estados onde os policiais estão mobilizados, nas redes sociais, com críticas a autoridades - especialmente ao STF. O comandante, no entanto, diz que não há “movimentações exaltadas” até o momento.

A convocação de policiais para os atos é vista com muita preocupação por especialistas, e chegou a ser discutida na reunião do fórum de governadores, na segunda-feira (23). O assunto foi trazido pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que determinou o afastamento de um comandante por incitação às manifestações.

No debate, os governadores procuraram deixar claro que não se trata de cerceamento à liberdade de expressão, mas de atenção às ameaças de ruptura institucional com apoio de forças policiais. Além de um atentado à democracia, tal comportamento é proibido por lei aos militares, que estão sujeitos a punições se aderirem a atos políticos.

Policiais na política
Único policial militar na Assembleia Legislativa de SC, o deputado Sargento Lima (PL) tem feito campanha nas redes sociais pelas manifestações. “Chamar gado é fácil... Difícil vai ser aguentar o estouro da boiada! 7 de setembro vai ser gigante em SC”, publicou. Como parlamentar, ele não está sujeito às limitações de manifestação impostas aos militares.

Suplente de deputado e prestes a assumir temporariamente cadeira na Alesc, o subtenente Rudinei Floriano (PSL), que foi nomeado presidente do Inmetro pelo governador Carlos Moisés (sem partido), também tem se manifestado abertamente e convocado para os atos. Na segunda-feira (23) ele publicou uma foto ao lado de Zé Trovão, um dos alvos de mandados de busca da semana passada. "Dia 7 de setembro teremos uma importante e única oportunidade de fazer a diferença na historia do Brasil. Manifestar a vontade do povo brasileiro a favor dos nossos direitos e do cumprimento da Constituição", escreveu.

Na reserva
Em Santa Catarina, fontes ouvidas pela coluna em condição de anonimato confirmam que as manifestações de ataque aos poderes e incitação às manifestações têm ocorrido especialmente em grupos de Whatsapp. A maioria vem de policiais da reserva, parte deles com interesse em concorrer nas próximas eleições.

Nas bases, o cenário é diferente. Como houve uma renovação recente dos quadros da PM no Estado, com concurso público, boa parte dos novos policiais ainda está em fase probatória e pode perder a função caso incorra em ação ilegal. Esse seria um “freio” natural na adesão a movimentos políticos.

Outro ponto a ser levado em conta no Estado é a questão salarial, recentemente apaziguada pelo governo com a proposta de reajuste a partir de 2022. Há uma grande preocupação em outros estados, onde as demandas salariais da categoria estão defasadas. A percepção das fontes internas é de que há uma tendência de movimentos reivindicatórios se espalhando pelo Brasil, que “embalariam” as pautas antidemocráticas no mesmo pacote.

Fonte: Dagmara Spautz/ DC
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