IMUNIZAÇÃO - 16/09/2021 18:06

SC aplicou quase 800 doses ‘erradas’ em adolescentes contra Covid-19

Ministro suspendeu vacinação de adolescentes sem comorbidades no país; 95% de efeitos adversos seria por uso de vacinas não indicadas
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esclareceu em coletiva de imprensa concedida na tarde desta quinta-feira (16) que o pedido de suspensão da vacinação contra Covid-19 em adolescentes sem comorbidades se deve à “cautela” e falta de “comprovações científicas sólidas” da segurança do imunizante no grupo.

Além disso, a pasta destacou um certo “descontrole” por parte dos Estados e falta de coerência com o que estaria descrito no PNI (Programa Nacional de Imunização).

Foi apresentada uma tabela que mostra o número de doses de imunizantes diferentes da Pfizer aplicadas no grupo pelo país, e que estariam diretamente ligadas aos efeitos adversos em adolescentes. Em Santa Catarina, foram 797 doses “erradas”.

Segundo a tabela levantada pelo Ministério da Saúde com as Secretarias de Saúde, em Santa Catarina foram aplicadas 41.592 doses em adolescentes de 12 a 17 anos.

Destas, 353 da Astrazeneca, 420 do Butantan, e outras 24 da Janssen. No entanto, a única vacina que estava autorizada para este público era a da Pfizer.

Dados levantados de aplicação de vacinas em adolescentes no Brasil mostra a aplicação de doses A Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina) emitiu uma nota afirmando que irá se manifestar sobre a aplicação destas doses apenas depois da reunião da CIB (Comissão de Intergestores Bipartite).

“A Diretoria de Vigilância Epidemiológica vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina está verificando os dados e dará uma posição após a reunião extraordinária da CIB que iniciará às 16h.”

Doses “erradas” e os efeitos adversos

Ainda de acordo com os levantamentos do Ministério da Saúde, em todo o Brasil foram aplicadas mais de 3 milhões de doses em adolescentes. Deste número, 1.545 pessoas apresentaram efeitos adversos.

O secretário da pasta, Dr. Arnaldo Medeiros, explicou que os dados foram apurados com as secretarias municipais ainda nesta quarta-feira (15).

“Destes 1.545 relatados até ontem – não quer dizer que o número não seja maior-, 95% são considerados erros de imunização, ou seja, um quantitativo muito grande de pessoas imunizadas por vacina que não é indicada para aquela faixa etária”, disse Arnaldo.

Com a suspensão da vacinação em meio a tantas aplicações pelo Brasil, muitos adolescentes ficarão sem receber a segunda dose.

Ainda conforme os dados mostrados na coletiva, em Santa Catarina 246 pessoas da faixa etária chegaram a concluir o ciclo vacinal.

No entanto, todos os outros adolescentes sem comorbidades que receberam a primeira dose, seja ou não da Pfizer, não deve receber a segunda dose, frisou Marcelo Queiroga.
Essa situação se mantém “até que se tenham comprovações científicas sólidas”, garantiu o ministro.

Afinal, por que o Ministério da Saúde decidiu suspender a vacinação?

Entre os motivos para a suspensão da vacinação em adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades, o Ministério da Saúde citou, além das aplicações de doses “erradas” e um início muito precoce, visto que o PNI indicava o começo deste grupo apenas para 15 de setembro, outras circunstâncias.

Uma delas é a morte de um adolescente em São Paulo. Marcelo Queiroga destacou que ele havia recebido uma dose da Pfizer, e o nexo de causalidade da morte ainda não está confirmado.
“Estamos investigando esta morte, mas é temporalmente associada à vacinação. É um exemplo de coisas que devemos ficar atentos”, destacou o Dr. Arnaldo de Medeiros.

Com isso, Queiroga lembrou do caso de uma gestante que morreu no mês de maio, após receber uma dose da Astrazeneca, que na ocasião também foi suspensa para aquele público específico.

Além disso, o ministro fez questão de citar que há uma lei que indica que apenas adolescentes com comorbidades sejam vacinados, e citou a indicação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e o exemplo do Reino Unido, que voltou atrás e suspendeu a vacinação de adolescentes sem comorbidades.

“Em julho foi aprovada lei que prevê que crianças e adolescentes com comorbidades sejam considerados prioridade, e em virtude disso se deu a aprovação da Anvisa, o PNI incluiu os adolescentes nesta perspectiva. Naquele contexto os adolescentes em geral foram incluídos. Mas o processo de vacinação contra Covid-19 é recente. Evidências estão sendo construídas”, declarou Queiroga.

“Decidimos manter como está no texto da lei. Sigam a recomendação do PNI. Vejam o que a OMS recomendou para os adolescentes. Não apliquem vacinas que não têm autorização da Anvisa. Mães: não levem suas crianças para tomar vacina que não tem autorização da Anvisa”, concluiu o ministro.

Fonte: ND+
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