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Apenas 31% das crianças com até 1 ano foram vacinadas contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora em Santa Catarina em 2021. É o menor índice desde a implantação da vacina tetra viral no Estado, há 8 anos.
O cenário é um reflexo do que ocorre no país. Os dados do Ministério da Saúde mostram que a cobertura vacinal de algumas doenças voltou ao patamar dos anos 1980. A pediatra Marcela Prates Braz alerta que não são apenas as crianças que podem sofrer.
“Essa cobertura vacinal representa um grande risco para toda a faixa etária pediátrica e também para toda sociedade. Pode acontecer de chegar a pegar um adulto, idoso. O quadro pode ser até mais perigoso do que nas próprias crianças”, afirma.Em 2015, a cobertura da tetra viral em Santa Catarina era de 80,7%. Em 2020 caiu para 60,79%, e neste ano, até agosto de 2021, os números mostram que apenas 31,73% das crianças foram vacinadas. Os dados são da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina).
“É uma situação muito preocupante. Os pais ficam com receio de ir até o posto de saúde, por conta do risco da pandemia, de acabar pegar alguma doença, mas esquecem que as outras doenças não deixaram de existir”, diz a pediatra. “Vai aumentar a prevalência das doenças se as coberturas vacinais continuarem tão baixas assim.”Doença erradicada pode voltar se vacinação permanecer baixa
Os números de vacinação contra a poliomelite no Estado, doença grave e erradicada no país, eram melhores que o nível nacional em 2015, superior a 100%. No ano passado, porém, caiu para 88,27%. Neste ano, o índice de imunização segue baixo, com apenas 81,97%.
“A cobertura vacinal recomendada para estas vacinas deve ficar acima de 95% para evitar surtos das doenças. Nossa preocupação está em mostrar aos pais a importância de vacinar seus filhos. É importante vacinar”, ressalta a enfermeira Amanda Fernandes, imunizadora em uma clínica especializada.Além da pandemia, uma causa possível é que as mães conseguem conciliar as vacinas dos bebês com as consultas, mais frequentes nos primeiros meses de vida. Segundo Prates Braz, a aplicação costuma ocorrer com 1 ano e 3 meses.
“Sai um pouco daquele período do primeiro ano de vida em que as mães vão com mais frequência ao pediatra”, disse. “Talvez explique um pouco a baixa adesão após esse primeiro ano de vida.”Existe o risco de a doença voltar caso a imunização permaneça baixa, diz a pediatra. “A doença só está erradicada porque a cobertura vem se mantendo, se a gente diminui a cobertura, há o risco de a doença voltar, sem dúvida”, garante.
O Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994. A doença causa lesões permanentes, inclusive motoras. A vacinação está disponível gratuitamente pelo SUS.