A partir da campanha “Desconfie sempre, não caia em golpes”, os crimes diários de estelionato caíram em 28% em Santa Catarina desde o dia 18 de agosto, quando o movimento foi posto em prática pelo governo do Estado.
Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, o crime de estelionato somente pode ser caracterizado como tal quando apresenta as seguintes características:
- Vantagem ilícita;
- Causar prejuízos a outras pessoas;
- Uso de artimanhas para cometer o crime;
- Enganar alguém, levando o mesmo ao erro.
A incidência desses golpes, durante a pandemia, havia aumentado em 85% no Estado catarinense, conforme dados obtidos pelo governo através do Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial. Foi pensando nisso que a campanha teve início.
Até a metade deste ano, pelo menos uma média de 187 casos de estelionato eram denunciados em Santa Catarina todos os dias. Após o movimento contra os golpistas, esse número foi reduzido para 135 notificações diárias.
Mesmo com a redução, os números ainda são alarmantes. “Vamos continuar monitorando os números e, caso seja necessário agirmos com outras ações, assim faremos”, afirmou o presidente do Colegiado, Coronel BM Charles Alexandre Vieira.Como são dados os golpes de estelionato
Uma pesquisa feita pela DINI (Diretoria de Inteligência e Estatística), pertencente a SSP (Secretaria de Segurança Pública), apontou que 97% desses crimes não teriam ocorrido se a vítima tivesse algum conhecimento sobre esses golpes.Entre eles, os mais recorrentes em Santa Catarina continuam sendo a clonagem e duplicação do WhatsApp, o anúncio de compra e venda de veículos, as compras pela internet de maneira geral, o falso empréstimo, a clonagem de cartão e os anúncio de imóveis online.
Especialista em lockhain e criptoeconomia, Rocelo Lopes comenta que através desses meios, a facilidade de cair em uma situação de estelionato é maior, pois “a facilidade de se colocar produtos e serviços em marketplaces é muito fácil rápido e não tem qualquer validação”.Rocelo explica que geralmente, o que acontece é que os criminosos compram dados vazados de sites do governo, ou de instituições financeiras, e realizam o golpe.
A criação de sites de venda de produtos que possuem alto consumo com preços mais atraentes também é uma maneira de chamar atenção do consumidor. Neste caso, aplica-se outro golpe, onde captam os dados, mas na hora de processar o pagamento, dão falha na transação.
Como posso proteger meus dados?
Uma ação da Polícia Civil juntou, em uma cartilha informativa, esses e outros golpes realizados no Estado, a fim de divulgar para a população dicas de como se prevenir de cada um deles e quais medidas devem ser tomadas em cada caso, mesmo se a pessoa já tenha sido vítima.
Rocelo adverte que “uma primeira medida muito importante é ter uma e-mail para diferentes serviços e que não seja ligado ao seu nome. Por exemplo, ter e-mail somente para compras online ou ter um número pré-pago somente para esse tipo”.Ele indica também que nunca deve ser o usado o mesmo e-mail para as redes sociais e para os serviços financeiros, ou compras online. É importante também separar números de telefone e e-mails das redes sociais e sistema financeiros.
Essas pequenas ações, aliadas com o uso de softwares VPN em navegadores de internet, que rastreiam sites e bloqueiam anúncios, podem proteger não só a sua privacidade e conta bancária, mas também evitar sequestros de dados e até sequestros relâmpagos de pessoas.